Vila de Prakol

Assim que Yun começa a se levantar e que Ryoth se aproxima para ajudar ela, um vulto se aproxima pelas costas dos dois, após o movimento do Wescan. Ficando a poucos metros da dupla, o vulto fala, revelando ser um homem com uma voz bem cansada.

????: O que você estava fazendo ali em cima, mocinha? Não é possível que você estava espiando a mansão dos Blackhorn, não é mesmo?

O dono da voz era um homem bastante esguio, que usava uma armadura metálica de aparência leve, apesar de possuir espinhos em suas ombreiras. O elmo dele era bem fechado, mas dava para se ver os olhos do cavaleiro, que possuíam um tom de amarelo bem vivo. Ele fica parado, esperando a resposta de Yun e ignorando o wescan.

Yun vira-se para observar o primeiro homem que havia se aproximado, porém o cavaleiro tira toda sua atenção ao aparecer daquela forma súbita. O pior, talvez fosse ele que tivesse a visto em cima do muro. Arranjar encrenca com aquela família pouco antes de interrogar Matthias não seria uma boa coisa. Na verdade, poderia acabar com toda a missão de seus amigos.

Yun - Ah eh, então... - disse enquanto pensava no que ia dizer. Por fim, sabia que não conseguiria mentir, não fazia parte de suas habilidades. O melhor, então, seria apenas contar a verdade - Eu escutei um barulho estranho e fiquei curiosa para saber o que era. Sei que é inapropriado, mas não consegui conter minha curiosidade senhor.

O cavaleiro continua olhando para a garota com um olhar penetrante. Ele leva a mão até até a altura da cintura, onde podia se ver um cabo de espada.

????: Você está me dizendo que sua curiosidade fez você subir um muro desse tamanho só pra espiar? Isso não é só inadequado, também é contra a lei. Ainda assim, eu desconfio que apenas curiosidade não é motivação o suficiente para escalar uma altura dessas... - o cavaleiro pausa sua fala por poucos segundos, ao passo em que fechava os olhos. Subitamente, ele arregala os olhos e completa sua fala num tom muito mais intimidador que o anterior - Você tem certeza que foi só sua curiosidade? Ou você estava espiando também por outros motivos.

A mão que o cavaleiro tinha levado até a cintura aperta o cabo da espada, mas ele continua sem sacar sua arma, esperando a resposta da garota.

Yun assente para o cavaleiro, sem fazer menção de pegar sua espada e sem fazer qualquer movimento agressivo. De fato, ela estava errada em ter ido espiar o que havia por trás do muro. Não havia nada que pudesse fazer para mudar o que havia acontecido.

Yun - Foi curiosidade senhor. Vi aquela moça movimentando aqueles cordões daquela forma... o som que ouvi era daquilo se mexendo e cortando o ar.

Ryoth, supreso ao ver o cavaleiro chegar de supetão, obervou por alguns segundos o desenrolar da historia.
Mas, caramba, ele não podia ficar só olhando.

Ryoth: Senhor cavaleiro, tenho certeza que a nossa garota aqui não quis prejudicar ninguém. Acho que podemos chegar em um acordo pacifico, sim?

Assim que o guerreiro ouve o que a pequena diz, seus olhos se arregalam mais ainda, dessa vez por ser pego de surpresa. Mesmo com o rosto quase todo coberto, dava pra ouvir que a respiração dele tinha ficado acelerada, mesmo que por pouco tempo. Ele fecha os olhos mais uma vez, ajustando a respiração e se acalmando.

????: Uma moça que luta com cordões, você diz? Nunca ouvi nada mais absurdo. Está claro que você não está limpa por contar uma história dessa, certamente tinha outros motivos espiando.

Porém, mesmo dizendo aquilo, o cavaleiro tira a mão do cabo de sua arma, lançando um olhar rápido para Ryoth.

????: Mas vamos resolver isso de uma maneira pacífica, vamos fazer isso dentro da mansão, mocinha.

O cavaleiro dá alguns passos em direção ao portão e para, esperando que Yun o seguisse.

( Yun: )

A menina dá um longo suspiro, de certa forma agora mais curiosa ainda pela reação do cavaleiro. Se vivia lá dentro, como podia não saber daquela mulher misteriosa que lutava com cordões? Talvez justamente o fato de tê-la visto tivesse a incriminado. Talvez esse fosse um dos segredos de Matthias que pudesse colocá-lo na cena do crime em Terdemut. Mas isso só poderiam saber se interrogassem o homem, porém Yun tinha certeza de que não podia fazer isto sozinha. Seus amigos tinham de estar junto, eles que estavam guiando a missão. Ela era apenas uma ajudante. O problema, no entanto, era que se não seguisse o homem para dentro da mansão, era possível que as coisas se tornassem ainda mais complicadas para ela e para o grupo.

Yun - Certo. Uh... - Yun olhou para o policial que havia vindo ajudar, percebendo que suas feições eram um tanto conhecidas - Senhor, sei que está aqui para ajudar. Mas creio que preciso lidar com as consequências dos meus atos. No entanto, pode fazer um favor para mim? - A menina sussurrou o endereço da pousada onde seus amigos estavam e o número do quarto de Aliot - Avise-o que estou na mansão.


Yun respirou fundo e seguiu para o portão um tanto lentamente, esperando o cavaleiro seguir.

Por um minuto, Ryoth fica sem reação.
A garota com quem havia acabado de conversar era Yun, e ele não tinha reconhecido ela até agora.

Ele se sente um tanto quanto impotente por não poder ajudá-la como queria. Mas ele era só um novato na policia, não poderia esperar fazer muito.

Mas, pelo menos, ele sabia um jeito de ajudá-la. E era avisando quem quer que estivesse junto com ela naquele endereço.

Ele se volta para junto de seu parceiro de ronda, suspirando
Ryoth: É, aquele cara era teimoso ... vem cá, quem mora aqui é importante desse jeito?

O Eloziando observou tudo calmamente, apenas escondendo a tensão que sentia dentro de si, não sabia se pularia para ajudar ou recuaria para reforços, mas aparentemente a situação se acalmou e Ryoth voltou ao seu lado com uma pergunta que o Recruta achava quase estupida.

Kennech: Você não conhece os Blackhorn? - Perguntou chocado. - É uma das familias mais poderosas que já vi, as vezes sua autoridade pode ultrapassar a do Velho Lobo. Tenho pena da garota que foi levada. Podemos chamar reforços, mas acho que seria inutil. - O Eloziano voltou a fitar a garota com o grandalhão.

O soldado passa pelos portões com a garota. Eles continuam seguindo, até passar por um outro portão já dentro da área da mansão, que se fecha atrás deles. Assim que eles tomam uma boa distância, o cavaleiro sussurra, de modo que só Yun conseguisse o ouvir.

????: Sabe, na minha terra tinha um ditado que dizia que "A curiosidade matou o gato". Também tinha outro que dizia que "Os olhos que tentam ver demais são os primeiros a parar de ver qualquer coisa". Me desculpe garotinha, mas você não pode sair daqui depois do que viu.

Ele se vira para a garota e puxando sua arma, que agora revelava ser um florete.

Yun segue o cavaleiro por um tempo até ele parar e lhe dizer aquelas palavras. Naquele momento, a consciência veio a si. Ela havia visto algo que não podia ter visto, e agora teria de pagar o preço. Mas por mais que quisesse obedecer o cavaleiro para não arranjar encrenca, ainda não estava pronta para dar sua vida assim. Não mesmo.


Yun - Então ainda bem que não sou um gato, não é? - Yun sacou seu sabre com confiança, observando o cavaleiro - Já que não vou mais sair daqui - comentou enquanto entrava no jogo do homem - o que era aquilo que eu vi? Quem era aquela mulher?

O cavaleiro, continua lançando um olhar penetrante, fitando os olhos da garota. Ele responde, com sua voz voltando ao mesmo tom monótono e cansado de antes:

????: Alguém que você não deveria ter visto, é tudo o que eu posso dizer pra você. Por que está tão curiosa assim para saber? Com quem você trabalha? Qual seu nome? De onde você é?

Falando isso, ele lança duas estocadas extremamente rápidas com seu florete, sem mirar exatamente na aventureira, mas mirando cada estocada de um lado da lâmina do sabre de Yun, tentando descobrir mais sobre a velocidade de reação da garota.

Yun dá um salto para trás, utilizando-se da força de sua técnica nas pernas, e "pousa" a alguns metros de distância de onde estava. Aquele homem parecia ser habilidoso, e para ser um cavaleiro dos Blackhorn, possivelmente era dono de poder e velocidade surpreendentes.

Yun - Se eu responder suas perguntas, você me responde? Ora qual o problema? Eu não vou sair viva daqui mesmo, não é?

O cavaleiro observa o salto e o pouco da menina sem sair do lugar, ficando um pouco admirado com a força que ela deveria ter pra fazer aquilo.

????: Hm hmmm, você é interessante. Não conheço tantas pessoas que conseguissem dar um salto desses, quem quer que seja que te mandou até aqui, deve ter te treinado bem.

O espadachim de aproxima de Yun numa velocidade surpreendente, parando a cerca de um metro de onde a garota estava. Ele afasta sua mão dominante um pouco, fazendo o florete recuar.

????: Bem, se você me responder e conseguir sobreviver aos meus primeiros golpes, talvez eu sacie suas dúvidas também. Mas, bem, não vai ser fácil.

A mão dominante dele avança numa barragem de ataques com o florete. Desviar e bloquear de todos aqueles ataques parece ser algo impossível. Porém, uma coisa a se notar é que os olhos do cavaleiro nunca pararam de estar centrados nos olhos de Yun. Os olhos praticamente dourados dele não mudavam de foco por um momento sequer.

Yun observa o homem de longe, e de repente, ele aparece muito próximo dela. Aquela velocidade seria difícil de se equiparar, porém com sua técnica, talvez conseguisse sair dali viva.

Yun - E se eu te dissesse que ninguém me mandou aqui? Você acreditaria? - a menina respira fundo, percebendo que a onda de golpes logo chegaria - A propósito, meu nome é Yun.

Poucos segundos após Yun ter dito aquilo, o homem começou a lhe atacar feroz e determinadamente. A menina sentia que sua velocidade era difícil de ser acompanhada, por mais que estivesse desviando de alguns golpes e defendendo outros com seu sabre, ainda estava sentindo seu corpo sendo ferido com aquela rajada de investidas. Tentou, então, utilizar-se de um chute para desequilibrar o homem, afinal, ele não tirava os olhos dos dela.

O homem salta por cima do chute de Yun, porém, mesmo não sendo atingido pelo golpe, ele recua alguns passos. Ele continua fitando os olhos dela, mas agora ele estreitava um pouco os olhos, já não tão mais arregalados quanto antes.

????: Você diz que seu nome é Yun? Interessante, quem quer que tenha te mandado aqui fez uma boa pesquisa... muito boa, na verdade. Mas... você até que é boa, conseguiu sobreviver ao meu golpe de maneira surpreendente.

Colocando a mão esquerda atrás do corpo e levando a direita até a frente, o homem entra em posição de combate, mas não lança nenhum ataque.

????: Mas eu não vou lhe responder, pelo menos, não ainda. Queria saber como você sabe o nome da lady Yun e quem lhe enviou, mas isso você provavelmente não vai revelar... por enquanto. Porém, você ainda pode me atacar. Venha! Eu lhe ataquei, é hora de você retribuir o favor. Dependendo do seu ataque, eu posso lhe responder... Ou não.

Ele se mantém em posição de combate, mas com o corpo completamente parado, esperando Yun.

Yun respira fundo quando vê o homem recuar alguns passos. Precisava demonstrar mais destreza se quisesse vencer esta batalha. Entretanto, neste momento não era isso que estava lhe preocupando, mas o que o homem dizia.

Yun - Lady Yun? Quem é essa? E moço, eu já disse que ninguém me enviou. Talvez eu tenha alguma coisa para fazer na cidade, mas com certeza não tem a ver com a mulher dos cordões. Por um acaso ela que se chama Lady Yun?

A menina dá um sorriso largo, uma expressão de determinação surgindo no seu rosto. Se fosse boa o bastante, o homem responderia suas perguntas. Era isso que ela precisava, respostas.

Yun - Já que você só vai me responder se eu te atacar, então que assim seja. Mas tem que cumprir sua promessa!

Yun finca seu sabre na terra ao seu lado, já farta de ter suas mãos ocupadas com uma arma que não estava lhe ajudando em nada. Estava na hora (de morfar) de mostrar do que era capaz. A garota estralou o pescoço para os lados e então respirou fundo, ativando sua habilidade mais poderosa. Yamainu no Ikari. A técnica fez com que seu corpo se tornasse um tanto desproporcional para um humano, mas mais proporcional para uma criatura lupina, suas pernas e braços agora mais musculosos e potentes, as mãos com garras compridas e tão ou mais afiadas que o próprio florete do cavaleiro. Seus caninos agora estavam maiores, pontudos e bem claros em sua boca. Os olhos vermelho-sangue da garota fitaram profundamente o cavaleiro por alguns segundos, antes dela correr na direção do inimigo em uma velocidade bem maior que a sua normal, para acertar-lhe com vários arranhões poderosos, capazes de perfurar como uma espada a carne exposta do cavaleiro. Era capaz também de marcar a armadura, de modo que se fizesse várias vezes, quem sabe não conseguiria perfurar o ferro.

Assim que Yun realiza sua transformação, o olhar do cavaleiro muda completamente. Ele dá ainda mais passos para trás antes da garota resolver avançar, dizendo:

????: Eu estava me contendo, achando que você era só uma garotinha espiã. Mas imaginar que você fosse um monstro desse modo... Não vou poder mais pegar leve, você é uma ameaça séria.

O cavaleiro mantém sua posição de combate e, ao enfrentar o avanço de Yun, ele consegue bloquear a maioria dos golpes da garota, porém, alguns golpes mais altos da aventureira lupina atingem o elmo fechado dele. Para terminar com a onda de golpes pesados de Yun, ele apara um dos golpes dela com seu florete ao mesmo tempo em que gira seu golpo para acertar a ombreira cheia de espinhos no peito dela, para conseguir criar uma distância entre os dois.

????: Você é bem forte... pra uma criatura assim. Conseguiu atingir meu elmo várias vezes, acho que agora ele está inutilizado. Porém, pensar que você faria eu me defender de maneira séria e ainda assim alguns golpes seus conseguiriam passar... A única informação que vou partilhar com você agora é a localização dos campos da pós-vida!

O cavaleiro retira seu elmo, revelando cabelos longos e negros. Seu rosto parecia o de um cadáver, e o cansaço, além de audível, agora também era visível. Os olhos dele, por outro lado, pareciam mais vivos que nunca. Com um único movimento, ele dá um passo para frente e lança uma estocada contra Yun, agora com uma intenção visível de machucar ela gravemente.

????: Contra uma criança eu não lutaria assim, mas agora que vejo sua forma verdadeira, não preciso me conter.

Mesmo em sua forma lupina, Yun possuia consciência. Estava claro que o homem agora tinha intenção de matá-la, de qualquer jeito. E isso ela jamais poderia deixar, ainda tinha muito o que fazer nessa vida. 

Yun - Preciso arranjar um jeito de acertar esse cara. Mas antes... queria poder inutilizar essa espada. Está doendo pra caramba!

Yun respirou fundo e lançou suas garras contra o florete, de modo a tentar jogá-lo para longe. Se desse certo, tentaria uma mordida no braço direito do oponente, também no intuito de inutilizar aquele membro.

O cavaleiro percebe o intuito que a garota tem de jogar seu sabre para longe e agilmente ergue seu braço direito, porém, isso terminando o deixando vulnerável para a mordida que seguiria a patada inicial. Os dentes de Yun cravam no braço direito do servo dos Blackhorn, atravessando sua armadura como se ela não fosse nada e fazendo com que ele soltasse o florete. Porém, o cavaleiro não perde tempo após receber a mordida da garota e usa um poderoso chute para criar distância entre eles novamente.

????: Incrível, uma reles fera me causando tantas dificuldades. Mas não ache que já me derrotou, afinal, esgrima não é minha única especialidade.

Usando apenas seu braço esquerdo, o cavaleiro toca nas suas ombreiras de espinhos, que rapidamente deslizam pelos seus braços e vão até os punhos, se tornando manoplas. Com um pouco de dificuldade ele ergue as duas mãos até a altura dos ombros, entrando em posição de combate.

????: Você pode ter acertado meu braço direito, mas ainda me restam duas pernas e o outro braço pra lhe enfrentar. Nenhuma fera deve ser capaz de derrotar um cavaleiro como eu.

Falando isso, ele faz outra investida contra Yun lançando uma barragem de socos, mesmo sabendo que ficar muito próximo dela era uma má ideia. Porém, dessa vez, ele mantém uma distância exatamente igual ao alcance de seus socos, tentando minimizar uma possível retaliação por parte da garota.

Yun recebe o chute do cavaleiro e vai alguns metros para trás, a expressão de dor clara no seu rosto. Não estava sendo uma luta fácil para a garota, mas ela não seria derrotada assim tão facilmente. A menina lobo pôs-se para frente e deu um poderoso uivo, para logo após rosnar e deixar seus dentes brancos e pontiagudos aparecendo. Quando viu os punhos de espinho, deu um suspiro baixo. Mais ferimentos! 
Yun partiu para cima do homem, aproveitando que seu braço direito estava quase que inutilizado e, além disso, por ser mais fácil acerta-lo nas pernas, seria um tanto menos complicado do que antes, quando o cavaleiro utilizava o florete. Yun utilizou sua mandíbula potente para tentar cravar os dentes no joelho esquerdo do oponente. Aproveitava para utilizar as patas e garras para arranhar o máximo que pudesse e defender as investidas de espinhos. Por mais que fossem duros, não se igualavam a garras lupinas.

O cavaleiro consegue evitar a mordida de Yun na perna, mas as patadas da garota conseguem bloquear e contra atacar todos os socos do inimigo. Criando um pouco de distância entre ele e a aventureira, o cavaleiro anuncia:

????: Você lutou bem até agora, monstro, mas é agora que a verdadeira luta começa! Se prepare para enfrentar minha verdadeira técnica!

Ele estava cansado, mas também notava que a aventureira estava bem desgastada com a luta. Levantando seu punho esquerdo ao passo em que baixava o direito até a altura da cintura, ele parecia entrar em uma nova posição de combate.

????: Isso acaba agora!

Assim que o guerreiro diz aquilo, um baque abafado é ouvido e ele lentamente cai de joelhos. Ao seu lado estava uma pedra que havia acabado de ser arremessada de cima. Em uma janela que parecia estar no segundo andar da mansão estava a mulher que Yun havia visto mais cedo treinando, mas agora, era ela que observava a garota lupina.

???: Você... era você que estava em cima do muro dos fundos hoje mais cedo, não era? Por que você não sobe até aqui?

Dizendo isso, a mulher rapidamente joga um cordão como os que tinha usado para treinar mais cedo que circula o corpo do oponente de Yun, fazendo uma volta na altura de seu peito. O cavaleiro tinha ficado de joelhos desde que foi atingido pela pedra, claramente inconsciente. Com um movimento simples, a mulher puxa o cavaleiro até o segundo andar pela janela, sem fazer ruído nenhum. Um feito impressionante, já que, apesar de ser um homem esguio, o corpo dele em conjunto com a armadura que ele vestia pesavam facilmente o dobro do que Yun pesa.

[Yun Vänker: +100 de Experiência]

Yun respira fundo ao ver o cavaleiro pular para trás. Se até agora aquelas não eram as verdadeiras técnicas daquele homem, o que estava por vir? Ainda assim, não importava para Yun, ela não iria perder. Nem que tivesse que usar todas as suas forças, não iria perder.
Foi quando viu o cavaleiro cair de joelhos e ficou um tanto confusa, até olhar para a pedra e ouvir a voz da mulher no segundo andar. A mulher misteriosa dos cordões. Enquanto ouvia o que ela tinha a dizer, viu os cordões rodearem o cavaleiro e o levarem para o segundo andar. Ela conseguiu levantar ele sem problemas e só com os cordões! Parece uma habilidade única. Não seria legal entrar em conflito com ela logo após essa luta, mas... Estou curiosa. E se o que ela for puder ajudar o interrogatório do Matthias? 
Yun utilizou da sua técnica para escalar algumas árvores próximas da janela e pular para o segundo andar, onde estava a moça. A menina-lobo parou no parapeito da janela, observando o interior do recinto onde a mulher dos cordões estava.

O recinto onde a mulher estava parecia com uma enfermaria, com algumas camas brancas e o que parecia ser uma mesa de medicamentos encostada no canto. O cavaleiro que a mulher havia puxado já estava em uma das camas, completamente desmaiado. Notando que Yun ainda não havia decidido entrar, a guerreira misteriosa lhe estende a mão, dizendo:

???: Você parece ter tido uma situação difícil lá embaixo. Quer vir comigo pra um lugar mais reservado? Eu vou ver o que posso fazer por esses ferimentos, e provavelmente aqui não seria um lugar bom pra ficarmos porque mais cedo ou mais tarde alguém vai vir pra cá.

Ela lentamente se aproxima da porta que parecia levar em direção a saída daqueles aposentos, ainda olhando para a aventureira lupina.

???: Venha comigo, além de tentar tratar desses seus machucados, também podemos conversar, se você quiser. Você não parece ser alguém ruim, então não vejo tanto problema em te ajudar.

Yun ainda parecia um tanto receosa, mas por alguma razão, não sentia hostilidade naquela mulher. Na verdade, sentia algo diferente, uma sensação que não sabia reconhecer. Lembrava sua mãe, mas Yun não entendia a razão. Talvez as feições daquela mulher lhe trouxesse paz, ainda que seus olhos não possuíssem um brilho natural. Um brilho de felicidade.
A garota observou a mão estendida da mulher e então decidiu, de uma vez por todas, entrar no recinto e descobrir quem era ela. Desativando sua técnica, Yun voltou as suas proporções normais, a transformação anterior apenas resultando em alguns rasgos nas roupas que vestia. Nada que superasse os rasgos feitos pelo florete do cavaleiro ali deitado.

Yun - Você não vai tentar me matar como o moço ali? Aliás, ele vai ficar bem? Não me leve a mal, eu só estava lutando por que ele quis me matar. Tenho amigos para ajudar, não posso morrer agora. - Yun caminhou até a porta onde a mulher estava, esperando que ela guiasse o caminho - Eu sei que fiz mal em observar por cima do muro, minha mãe sempre disse que espiar era ruim... mas fiquei intrigada com os seus cordões. Você é uma boa lutadora!