Portus Luna

Yun assente para os amigos, acalmando-se pouco a pouco. Ela ainda via um resto do sangue que tomou conta do seu sonho, mas podia aguentar dessa vez. Sabia que não se passava de um pesadelo (maroto) que veio em hora errada.

Yun - Estou bem... agora, desculpem por preocupá-los assim.

Disse, dando um leve sorriso para acalmar seus amigos. Não gostava de deixá-los preocupados dessa forma, ou fazê-los tristes por causa disso.

Yun - Por quê estava chorando... Mawari?

Yun olhou para sua amiga, preocupada. Ela percebera as lágrimas no rosto de Mawari antes, a fazendo ficar mais confusa ainda.

- Ah... eu só não sabia o que estava acontecendo com você... me desculpe, acho que sou uma boba... - Olhava para Yun com um meio sorriso, estendendo os braços para bagunçar os cabelos da amiga.

A menina-lobo deu um sorriso para Mawari, abraçando-a apertado, tentando animá-la.

Yun - Não é uma boba... tehehe, me desculpe mesmo. Não queria te fazer ficar assim. 

Yun se afastou um pouco, para continuar mostrando o sorriso à sua amiga. Ela esperava confortá-la dessa forma, já que agora sabia que era por sua causa que Mawari estava chorando.

Aron sorri, de certo modo, ele achava que não estava encaixando muito bem na cena, porém, ver suas amigas bem já o deixava contente.

— Bom, então, estamos todos bem. É uma preocupação a menos.

Voltando a ficar de pé, o Lightsworn olha para dentro da casa.

— Ah sim, mais tarde vai ter o jogo da senhorita Mio. Senhorita Mawari, você vai participar?

- Não se preocupe, Yun... foi apenas minha imaginação. - Ela retribui o sorriso para Yun, apertando as próprias bochechas e então volta sua atenção a Aron. - Jogo? Hm, não estou sabendo de nada... que jogo seria esse? 

Aron sorri, se virando para Mawari enquanto explicava o que tinha entendido do jogo.

— Bom, parece que a senhorita Mio planeja fazer com que todos nós nos conheçamos melhor, por isso ela bolou um jogo. Acho que é um daqueles jogos de perguntas e respostas, mas esse envolve bebidas. Ah, eu ajudei a escolher as bebidas, não se preocupe, são de ótima qualidade.

Então, o garoto continua, animado.

— Bom, é isso. Seria bom se você participasse, acho que o resto do grupo também não conhece tanto de você... se bem que, ninguém sabe muito sobre os outros, né? Embora nós já tenhamos uma ligação bem forte, não temos muitas informações sobre quem realmente cada um de nós é, acho que esse jogo será uma boa para fortificar ainda mais essa ligação.

Aliot caminhava pelas ruas de Portus Luna... quieto, solitário e confuso.
A vida nesses últimos dias tem dado um baque no rosto do meio-eloziano, e, por mais que seja fácil falar que "deve-se desapegar do passado e seguir em frente", alguns fantasmas parecem estar voltando para assombrá-lo.

Aliot não pode ser considerado um viajante, mas o mesmo já passou por várias cidades do ocidente (nesses últimos meses, mais cidades do que ele sequer imaginaria visitar em décadas). Ogaryn, Portus Luna, Terdemut, Baía Dourada... isso, sem contar Capitólio, onde passou boa parte de sua vida "semi-adulta", ou então Schallern, Jodden e outras pequenas vilas schátzias, onde o mago passou sua infância e adolescência.

Aliot se lembra do tempo que passou com sua família. Das tardes em que ele passou brincando com seu irmão mais novo, Ellyos... dos dias que passou ao lado de seus pais... tempos como aquele nunca mudaram tão rápido...

É então que Aliot puxa do bolso de sua calça um relógio de bolso. Um pequeno artefato, feito de cobre. O relógio exibia um brilho avermelhado fosco, porém, extremamente agradável aos olhos.

Ao abrir o relógio, podia-se ver colado numa das faces interiores do relógio uma foto em preto e branco.

Ali estava seu pai: Korryn, um eloziano de cabelos brancos lisos, na altura do ombro (bem visíveis na foto), sua mãe, Helza, uma humana de cabelos castanhos (acinzentados, na foto preto-e-branca) estava ao lado do marido, passando a mão sobre seu ombro.
Na frente dos cônjugues, estava o irmão de Aliot, e ao lado dele, estava o meio-eloziano, ambos exibindo um largo e amável sorriso.

Uma lágrima cai dos olhos do mago, pingando sobre a foto da família. Rapidamente, ele limpa-a com a manga de sua camisa, e num gesto delicado e cuidadoso, ele fecha o relógio, pondo-o em seu bolso, novamente.

Aliot: eu só queria saber onde vocês estão agora... dá um suspiro

E assim diz o mago, continuando a "vagar" pelas ruas de Luna


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Enil's Restaurant

Keela torna a ficar ao lado de Kulodra, dizendo a mesma:

Keela: bom, acho que deveríamos ir para a residência dos Vardembris... diz, num tom solene provavelmente, o grupo já deve ter ido para lá... vamos, eu te levo para a casa. assim fala, saindo do restaurante

Mawari olha para a animação de Aron, sentindo-se contagiada com aquilo. Levanta ficando de pé ao lado dele. 

- Ah... parece divertido, mas não sei, sou meio tímida para essas coisas... - ela sorri, mexendo o corpo de um lado para o outro. - e... ah, não sou muito de beber... hm, quer saber... participarei, mas não prometo muito interação... haha. 

O mago sorri ao ouvir as palavras de sua amiga. Colocando a mão no ombro dela e olhando seu rosto, o Lightsworn fala, em um tom contente.

— Ah, isso é bom. Quanto mais gente tiver, mais divertido vai ficar. E não se preocupe, nada dará errado em relação as bebidas, eu estarei lá e ficarei de olho!

Mio voltava do passeio que tinha feito nos arredores. Realmente, a casa era linda, magnificamente bem feita, com estruturas impecáveis, sem mencionar o jardim, o qual não era nem muito grande nem pequeno. Mio então vai para a porta da mansão e entra nela, parando quando vê o grupo de pessoas conversando. Repentinamente, ela ouve alguém mencionando seu nome e percebe que foi Aron. Indo de encontro a Mawari, Yun e Aron, ela fala.

Mio - Certo.. eu quero conhecer mais sobre vocês, e pensei que poderia fazer esse jogo. Um jeitinho.. divertido, legal e pacífico para descobrir mais sobre nós mesmos.

Mio falava sorrindo para os três. Ela não sabia muito de Mawari, mas Mio tinha certeza de que a garota realmente era bondosa, pelo que a go'hakiana já tinha visto. A garota era um pouco tímida, frágil mas forte, de alguma forma. Lembrando de uma coisa que ela tinha que fazer, Mio fala.

Mio - Então.. peço licenças, preciso fazer uma coisa. Vejo vocês depois!

Mio fala jogando um sorriso pequenino na direção dos três e vai para as escadas, subindo ao próximo andar. Ela queria saber onde Raegon estava, mas não tinha a mínima ideia. Mio então para no meio de um corredor e começa a pensar.

Raegon estava num quarto, deitado com um saco de gelo em sua cabeça, por causa do golpe que recebera da Mio ele estava cansado e um pouco dolorido...

Depois de ficar um tempo lá deitado, ele começa pensar mais sobre a garota.Não era todo dia que encontra uma go'hakiana bonita, e que ainda conhecia a sua irmã, e ao que parece eram boas amigas...

Ele coloca o saco de gelo em cima do criado mudo que ficava próximo á cama e leva as duas mão para trás da cabeça, enquanto ainda estava deitado, e volta a pensar sobre a garota...

É verdade que ele havia sido muito invasivo, mal conhece a garota e já começara a cantar ela...não fora uma boa decisão...

Ele se lembra do golpe que recebera, ele sabia que era forte e para derrubá-lo não era coisa fácil, no caso, aquela garota era forte e bonita. Duas características que apreciava, isso o fez corar um pouco, depois disso ele balança um pouco a cabeça na tentativa de tirar esses pensamentos de sua mente...

Ele então levanta-se e fica sentado na cama, entrelaçando as mãos, ficando pensativo.Então  ele então estica seus braços para os lados, se espreguiçando, inconsequentemente acaba derrubando o criado mudo no chão, fazendo um barulho...

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O livro era extenso, continha os brasões mais significativos na história tanto sobre a família dos Vamderbris como outros símbolos importantes.Ao folhear algumas páginas, Damian encontra no final de uma página, um símbolo em forma de sol e no rodapé uma breve descrição...

             

Mio continua andando pelos corredores, até que ouve um barulho em um quarto. Deixando sua curiosidade vencer, Mio encosta na maçaneta, entrando lentamente no quarto. Mas ela TOTALMENTE não esperava ver a pessoa que estava procurando, Raegon, deitado na cama, corando levemente. Mio não podia negar, o homem ficava fofo daquele jeito, mostrava um lado que ela não tinha visto anteriormente. Se encostando na parede, Mio bateu na porta, mesmo que um pouco tarde, já que ela estava dentro do quarto. Então, a go'hakiana vai andando até a cama e senta ao lado de Raegon, colocando a mão no ombro do homem, olhando para o chão e depois para ele, enquanto falava.

Mio - Olhe... eu sei que não fui a mais educada, muito menos a mais delicada com você antes, mas... você me pegou de surpresa, ninguém nunca havia dito aquilo para mim, então... me desculpe. Nunca foi minha intenção machucá-lo... bem, talvez fosse, ao menos um pouquinho, mas não tanto assim... E estou arrependida, principalmente agora.. que lembro de quem você realmente é...

Mio cora, envergonhada. A garota mexe um pouco com suas mãos e levanta, olhando determinada para o homem. Decidindo o que fazer, Mio se inclina para frente lentamente, e então quando seu rosto está perto da área machucada de Raegon, a testa, Mio pressiona um beijo, com os olhos fechados, como se quisesse curar o machucado. Então, Mio afasta sua boca e levanta novamente, colocando a mão no ombro do homem, falando.

Mio - A verdade é que... eu sou Kurosawa Mio, aquela garotinha da academia... que vocês conheciam. Vocês eram meus amigos, lembra..? -Mio então aperta o ombro de Raegon-... achei que vocês tivessem morrido...

Mio fala com um sorriso triste, pois não conseguia imaginar os seus dois amigos morrendo. Era muito doloroso.

Ao ler a nota naquele livro, Damian coça o queixo, pensativo.
Damian: Aron... por isso ficou tão sentido com o falecimento de seu mestre... Pela tradição, falhou. - faz uma pausa e volta a falar pra si - Ele deve estar se sentindo muito envergonhado. - voltando-se ao símbolo - mas quem serão eles? Seriam alguma família tradicional de Portus Luna?

Damian fecha o livro e os recoloca nas prateleiras em que estavam e ruma em direção à porta, dando uma última olhada naquela coleção maravilhosa (vai que tem algo que Damian não percebeu hehe) antes de sair.

- Oh... então por favor, fique de olho... - ela ria baixo, lembrando do que havia acontecido com Yun, quando provou do vinho em Terdemut.Voltava seu olhar para a amiga sorrindo. "Né, filha?". Assim que Mio entrou no quintal, ela se virou observando-a com um sorriso acanhado. Achava interessante a ideia da garota, ainda havia coisas que não conhecia sobre Yun e Aron. "Conhecer mais sobre nós mesmos... é" - Isso é sempre bom.... 
Enquanto a ruiva se afastava Mawari pensava no quanto legal aquela garota poderia ser, e conhecer ela será um bom começo. Além do mais ela cuidou de Yun, enquanto Mawari estava longe. 


- Hm, e já sabem onde será o tal jogo... ? - Ela caminhava em direção a fonte, sentando-se no mármore.

Aron olha para o céu, pensando na pergunta de Mawari.

— Bom, a senhorita Mio não confirmou nada, mas provavelmente vai ser aqui mesmo, na casa. Eu diria que provavelmente vai ser em uma das sacadas, já que a senhorita Mio disse que gosta de observar o céu.

O garoto volta a fitar sua amiga de cabelos rosados.

— Você já pensou em alguma pergunta, senhorita Mawari?

- Ah... entendi, hm. Aqui seria uma ótima ideia, não acha? E ainda podemos observar o céu... - ela olhava ao entorno, sentia-se bem ali, perto das flores. Era tranquilizador para ela. - Aw, ainda nada... e você já? - Olhava para Aron, curiosa.

Aron olha para baixo, com um olhar distante.

— Não, ainda nada. Eu sinto como se já conhecesse muito de vocês, mas também sinto que conheço tão pouco. Eu queria saber mais, mas não sei direito o que quero saber, entende? É um pensamento meio confuso...

Raegon ao ver Mio entrando solta um sorriso para a go'hakiana. Aparentemente, ela veio entrando no quarto do homem por motivos e razões amistosas, e, provavelmente, não ia descer o sarrafo na cara do homem de novo

Raegon: ah... então você é a Kurosawa Mio que eu conheci em Yo'shaya, não é? diz, sorrindo eu sabia que você parecia familiar... são poucas as pessoas de pele alva como a sua que não nativas de go'haka dá de ombros

Raegon se levanta e começa a se espreguiçar, alongando os braços e as pernas

Raegon: eu aceito suas desculpas... mas admito que tive um pouco de culpa nessa história... diz, fazendo um sorriso maroto só um pouquinho assim diz, fazendo um "sinal de miudeza" com o dedo indicador e o polegar

Mio assente a cabeça para Raegon, confirmando tudo o que ele disse.

Mio - Sim.. são poucas, já que a maioria das pessoas lá tem a pele mais... morena. -Mio estala os dedos- Hmm... porque vocês estão aqui? Quero dizer, porque saíram de Go'haka? E opa! Um pouquinho assim de culpa, huh?

Mio falava com uma sobrancelha arqueada. Esse homem com certeza era teimoso.

Mio - Raegon. Quer participar de um jogo que vai haver hoje? Todos vão fazer perguntas, e tem bebidas também.

Mio fala com um sorriso. Quanto mais pessoas, melhor o jogo.

Raegon solta um sorriso com o comentário de Mio sobre "o pouquinho de culpa", mas, em troca, ele diz:

Raegon: sim, só um pouquinho mesmo... diz, rindo eu realmente mereci aquilo tudo? diz, coçando atrás da nuca, respondendo a si mesmo eh... verdade, talvez eu tenha merecido

Quanto a pergunta de Mio, o go'hakiano responde:

Raegon: saímos de Go'haka por... diz, suspirando olha, Mio, é uma longa história, mesmo. Vou lhe poupá-la da chatice de minha vida... mas digamos que saímos de lá por "problemas" fala, virando o rosto para a janela do quarto, por onde ele podia ver a rua onde estava situada a residência dos Vardembris muitos problemas...

Dando de ombros, ele responde a outra pergunta da go'hakiana, com um largo e amistoso sorriso

Raegon: um jogo? Olha, podemos até jogar bolinha de gude, mas se tiver bebida no meio - de qualidade, diga-se da passagem - eu tô dentro! fala, entusiasmado

O meio-eloziano continuava com sua caminhada pelas ruas de Portus Luna, desatento, quando de repente acaba esbarrando com um homem apressado, que vinha na direção oposta...

O homem era alto, possuidor de cabelos ondulados, castanhos com algumas mechas acinzentadas. Seu rosto era quadrado e sua cor de pele era clara.Em seu olho direito havia um tapa olho, seu design era um tanto inusitado, era feito de couro na cor negra que cobria da sobrancelha até a base do olho, seis pequenas pedrinhas de algum tipo de minério estavam dispostas a imitar a curvatura da sobrancelha e no lugar do globo ocular ficava um tipo de lente na cor azul escuro, como um monóculo, com a intenção de imitar um olho.Seu nariz é reto e horizontal.Logo abaixo do nariz, tem um bigode que fora cortado para se juntar com sua barba, no estilo cavanhaque.Usava um casaco de couro e por baixo um colete de cor azul marinho...

O homem parecia estar também "preso" em seus próprios devaneios, ele então percebe que havia esbarrado em alguém e diz...

Homem: Queria me desculpar caro senhor, acabei não percebendo á sua aproximação, estava com os pensamentos nas alturas me desculpe! o homem observa o rapaz por sinais de machucados, encontrado nenhum, então ele fez uma breve reverência em sinal de desculpas...

Aliot dá um sorriso para o homem, dizendo-lhe:

Aliot: sem problemas, senhor... eu sou meio desatento, para ser franco. diz, cruzando os braços (pensa): parece que vou virar amigo desse homem... todas as pessoas com as quais eu esbarro viram minhas amigas...

O meio-eloziano fita o homem de cabelos castanhos por alguns segundos... a aparência do homem era curiosa, e, pela forma que ele corria, ele deveria estar apressado para algo, ou, pelo menos, aparentava ter um compromisso

Aliot: espero não ter te atrasado para seja-lá-para-onde você está indo... ou então que eu não tenha tirado-o de seus devaneios dá de ombros, rindo

O homem não retribui o sorriso do rapaz, estava com um semblante sério e um tanto assustado com algo...

O homem então fala ao rapaz...

Homem: De forma alguma... faz uma pausa breve De toda forma, me desculpe pelo esbarro não irei tomar mais de seu tempo, adeus... ele começara a continuar em seu caminho quando parou por um instante e voltou-se para o rapaz...Rapaz, não sei o que estais a fazer ou onde vais mas não fique vagando sozinho á noite pelas ruas de Luna, apresse-se que o sol já vai se por e volte para a sua casa... depois do aviso o homem volta a tomar o seu rum, de forma apressada...

Aliot cruza os braços, arqueando uma sobrancelha:

Aliot: vagar sozinho a noite em Luna? diz, rindo, balançando a cabeça não se preocupe comigo, eu sei me virar perfeitamente...

Mesmo já tendo se distanciando um pouco do rapaz, o homem vira-se por um instante e fita o rapaz com um olhar assustado e diz...

Homem: Estamos em tempos sombrios aqui em Luna meu rapaz, o perigo que ronda por aqui é além da compreensão de meros mortais como nós, ouça o meu aviso e volte para casa antes do anoitecer... depois de falar o homem volta a andar apressado, virando no beco mais próximo...