Portus Luna

( Indrick's feelings )

Indrick fica absurdamente impressionado,maravilhado,sem palavras quando a Sira descrevia a espada e a armadura.Parecia uma criança querendo brincar o quanto antes com um novo brinquedo, seus olhos brilhavam quando ia detalhadamente observando a espada e a armadura.

Mas depois disso tudo ele pára por um tempo, itens com essa capacidade e detalhamento não devem ser baratos. Ele então dá de costas para a garota e coloca a mão no bolso, retirando sua sacola de dinheiro, percebendo que somente tinha 45 talentos ficando totalmente cabisbaixo soltando um grande suspiro de decepção...

Ele então volta-se para a garota e pergunta por delicadeza...

Indrick: Er... e quanto custaria essas belezas arcanas?

Mio escuta o homem atenciosamente. Parecia que todos eles haviam passados sérios problemas. Mio não tinha nenhuma ideia de como era viver na miséria, afinal, seus parentes tinham dinheiro razoavelmente, não eram tão ricos mas não eram pobres. Então, ela cruzou os braços e falou ao homem.

Mio - Realmente, vocês passaram umas dificuldades e tanto, pelo que estou ouvindo. E vocês são muito fortes pelo jeito, talvez em lutas, mas o que eu quero dizer é que, vocês conseguiram mudar os seus destinos. E isso já é um grande passo, considerando o quanto a vida pode ser terrível e melancólica.

Mio fala, sorrindo gentilmente para o homem. Claro, ela nunca tinha passado tantas dificuldades assim... bem, talvez. Mas mesmo assim, os traumas e as cicatrizes, não só fisicamente, mas sim mentais, eram quase insuportáveis. Ela sabia que devia seguir em frente, de cabeça erguida, controlando suas emoções, mas isso ficava difícil algumas vezes. Mio então se direciona a uma janela (?) e fita o céu da tarde, com os tons dourados do sol iluminando o fim do dia. Suspirando, Mio relembra das épocas boas de antigamente e fala.

Mio - Você pode não acreditar, senhor Wylliames, mas... eu tinha uma vida perfeita, na minha vista, assim como você... Mas eu fico impressionada porque.. uma única coisa me levou ao completo desespero, escuridão e tristeza, me deixando sem emoções por tanto tempo, sabe? Uma única coisa foi capaz de mudar meu futuro, para um pior do que já era. Essa coisa continha tantas razões para eu odiar ela, mas parece que meu coração ainda não se deu conta de que o rumo de tudo havia mudado. Eu fui traída, fui... devastada! E estou aqui agora por isso, pois acredito que essa razão ainda esteja viva, dentro de mim, querendo me perseguir pelo resto da vida, em algum lugar! Eu preciso saber a real razão de todas as coisas que aconteceram no passado... é a única saída para acabar com essa ANGÚSTIA que eu tenho, com esse pavor que possuo das minhas lembranças.

Mio falava, enquanto cerrava os dentes e apertava seus punhos, tentando controlar sua fúria. Era incrível, uma coisa podia levar a outra. Aqui estava ela, perguntando uma coisa para o homem, e o assunto deles mudava de repente, como a velocidade em que o vento levava para arrastar uma simples pétala. Olhando para o chão, Mio fala silenciosamente, de modo que o homem pudesse ouvir apenas um pouco.

Mio - Apenas... tome cuidado. O futuro reserva muitas surpresas. Muitas vezes, elas irão te deixar frustado, outras irão te deixar surpreso... E as piores, irão mudar o rumo de seus pensamentos, ações e futuro. Tudo junto. Eu conheço muito disso, conheço essa sensação, e eu posso garantir... é um sofrimento inigualável. Seu futuro pode mudar tão rapidamente quanto uma onda de som... Tome cuidado, por favor.

Sira sorriu para o rapaz, já entendendo quais seriam as suas preocupações, afinal ele estava contando seu dinheiro antes. Ela cruzou os braços, se recostando no balcão.

Sira: Tudo é 100 talentos. Que tal?

Yun olhou para Aron e Mawari, animada, quase saltitante na rua. Ela remexia a cauda, de um lado para o outro, enquanto deixava as orelhas paradas, dessa vez, atenta à qualquer som por perto.

Yun - Daron. Nós andávamos assim por aí! Ele era muito legal e gentil comigo. - A menina-lobo deu um leve sorriso - Foi ele que me ensinou a cozinhar, também!

O sorriso some do rosto de Aron por uns instantes, dando lugar a uma expressão de surpresa.

— Ehhh? Meu pai te ensinou a cozinhar, senhorita Yun?

Pensamentos estranhos começam a percorrer a cabeça do Lightsworn. Ele sabia que seu pai, Daron, havia conhecido Yun muito tempo atrás, mas não sabia que eles eram próximos. O antigo Lightsworn nunca havia parado para conversar direito com seu filho sobre coisas do tipo. Lentamente, uma curiosidade começa a crescer na mente do garoto.


— Ehhh, Yun, quer dizer que você e o meu pai eram próximos? Eram bons amigos?

Indrick fica um tanto decepcionado, ele ficou feliz por o conjunto custar 100 talentos, mas ainda não tinha o dinheiro suficiente para comprar ainda.

Ele fica pensativo, queria muito aquele conjunto iria aumentar e muito as suas capacidades mentalistas durante combates, ele tinha que arrumar uma maneira de conseguir isso de qualquer jeito.

(SHUT UP AND TAKE MY CLOTHES AND MONEY!)

Ele então lança uma proposta para a garota...

Indrick: Er... o preço está ótimo sim, mas ainda não tenho o dinheiro o suficiente para realizar a compra.Será que não poderíamos chegar á um acordo, por exemplo, se você aceitasse como troca a minha armadura mais a minha espada personalizada junto com os meus quarenta e cinco talentos... o que achas?

Aliot apenas ouviu aquela conversa toda... o meio-eloziano não sabia quem era esse tal "Daron"... isto é, até Aron mencionar quem ele era

Apesar da surpresa, o mago permaneceu em silêncio, não queria "quebrar" o clima da conversa, nem vir com pergunta desnecessárias

Ao passo que o grupo caminhava ali, eles se aproximavam cada vez mais da rua onde ficava o manufactorium


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Wylliames apenas ouviu o que Mio dissera... sem demonstrar nenhuma emoção, sem apresentar nenhuma reação aparente. Ele apenas observava e ouviu o que a go'hakiana dizia, ouvia seu desabafar, sem demonstrar nenhuma empatia ou pronunciar alguma palavra.

Mas a verdade, é que as palavras de Mio ecoavam por sua cabeça quando ela dizia aquilo... talvez, ela não tenha sofrido tanto quanto o grupo, mas ela sofreu, e, provavelmente, deve ter sofrido uma das piores formas de sofrimento: a desilusão, a traição.

Wylliames não era bom em tentar ouvir o desabafo das pessoas, na verdade, ele parecia mais uma pedra ao ouvir alguém contando suas verdades do que um conselheiro acolhendo as angústias de seu pupilo... ele era só um mecânico fazendo seu trabalho, e não um terapeuta

Mas quando alguém fala tais palavras na frente do homem de cabelos cor-de-areia, mesmo subjetivas, é impossível tentar não demonstrar alguma reação.

Wylliames: eu sei o que é passar por isso... e sei que o futuro é nebuloso e incerto, mas se há algo que podemos guardar, por mais infantil e imaturo que seja na pior das ocasiões, é ter esperança... fala, suspirando sinto muito pelo o que aconteceu com você... sinto de verdade, mas se lamentar pelo passado não vai mudar muita coisa se o futuro, como você mesmo disse, reserva muitas surpresas

Mio fica pensando por alguns segundos, e sorri gentilmente ao homem, dizendo.

Mio - Sim... eu sei. Eu tenho que me desprender do passado, mas eu ainda preciso descobrir o que aconteceu realmente, sem desistir. "Perseverança, Mio.", é o que eu costumava a dizer a mim mesma, mesmo quando o caminho era... bruto e difícil. Sempre há um jeito de se resolver as coisas. Mas enfim... me desculpe por ter jogado tantas coisas em você, verbalmente. Realmente não era a minha total intenção, eu fui levada pelo assunto. E obrigada por me ouvir, senhor Wylliames.


Mio falava, sorrindo com uma expressão misturada em felicidade e tristeza.

Wylliames olha para Mio, soltando um sorriso para a garota

Wyliames: eu posso não ter vivido tanto para saber dos mistérios da vida e do mundo, mas eu sei que nada ganha-se guardando uma angústia, nada além de aflição e dor... fala, voltando a fitar os trabalhadores mas então... como é go'haka? Digo... sei que lá é quente e cheia de florestas tropicais... mas... como ela "é"? volta a indagar, num tom descontraído

Mio sorri com a pergunta de Wylliames, e responde rapidamente.

Mio - Ela é quente e tropical, como você já disse... Mas, sabe.. ela é tão livre! Você pode fazer QUASE o que quiser, os magos não são proibidos lá. As pessoas de lá, pelo que eu sei, são hospitaleiras. Hah... "As terras sem rei". Eu inclusive, costumava estudar na academia de guerra de Xhor. Consegui terminar tudo, felizmente. Bem, o ambiente de lá... ele te dá muita tranquilidade, paz e tudo mais. É realmente um belo lugar para se viver. Cheio de árvores, rios também. O sol apenas dá aquela sensação de liberdade, sabe? É ótimo!

Aron fica olhando fixamente para frente enquanto caminhava, pensando no que Yun havia dito. Então, subitamente, o garoto sacode a cabeça e fala.

— Ah, não é nada. É só que não sabia que vocês se davam bem, mas eu certamente gostaria de saber mais depois. Yun, depois você poderia me falar mais sobre isso?

Sira balançou a cabeça, ainda sorridente, e colocou a mão no ombro de Indrick, enquanto deixava a outra repousar em sua cintura.

Sira: Não se preocupe Indrick. A situação não é tão ruim quanto você imagina, e os seus equipamentos vão ajudar bastante, afinal, aceitamos trocas também.

A mulher se vira e aproxima-se do balcão, de costas para o rapaz, pensando em alguma coisa. Logo voltou a observá-lo, cruzando os braços na frente do peito.

Sira: Mas talvez... possa me contar um pouco mais sobre você... aí teríamos um belo negócio, não acha?

Disse, querendo desesperadamente saber quem era aquele homem e por quê a fazia sentir tantas coisas que há muito não sentia. Aquela nostalgia que ao mesmo tempo era boa e ruim, Sira não queria senti-la. A fazia lembrar-se de algo que por tanto tempo tentou esquecer.

Aron olha para frente, vendo que finalmente haviam chegado ao destino. Colocando um sorriso no rosto e afastando quaisquer pensamentos relacionados a seu pai, o garoto comenta.

— Bom, finalmente voltamos. Agora temos que achar a senhorita Mio e pegar a maleta do senhor Damian.

Ao finalmente chegarem no local, Aliot percebe que se tratava de um manufactorium, uma das muitas lojas-fábricas que existem ao longo de Cyphus

Aliot: pois bem... vamos entrar fala, entrando juntamente com o grupo no local

Enquanto isso, Wylliames ouvia toda a descrição que Mio fizera de go'haka. Os olhos do jovem mecânico brilharam de encanto ao ouvir aquelas palavras

Wylliames: Go'haka parece ser um local... lindo diz, sorrindo não entendo esse preconceito sem noção que as pessoas tem com as "terras-sem-rei", pelo o que andei lendo, existem cidades lá que são mais civilizadas que algumas cidades do próprio ocidente!

Sira balança a cabeça, abrindo um largo sorriso enquanto sentava sobre o balcão da loja e cruzava as pernas, para fitar Indrick.

Sira: Não, eu apenas me interessei pela sua magia. E quando me interesso pela magia de um mago, gosto de saber sobre a vida dele... - ela deu de ombros - manias estranhas, eu sei.

Aron entra na loja junto com o grupo, notando que Mio ainda estava lá, no mesmo lugar, falando com Wyll, o mecânico que os havia atendido antes. Se aproximando dos dois, o garoto fala, já com o sorriso no rosto.

— Bom, senhor Wyll, a entrega foi realizada! E aqui estamos nós, senhorita Mio. Mal posso esperar para termos aquele jogo que você falou mais cedo.

Aliot olha para o grupo, e num sorriso, ele diz aos demais

Aliot: bom, concluímos nosso trabalho... então, o que nós vamos fazer agora? Voltar para... diz, cruzando os braços residência dos Vardembris? diz, olhando para Aron

Rapidamente, ao ver que o grupo havia chegado no manufactorium, Wyll vira-se para o grupo e diz

Wylliames: então, vocês chegaram... fala, rindo conseguirem entregar aquele troço sem maiores complicações?

Mio olha para o grupo, percebendo que Aron havia falado com ela. Então ela responde.

Mio - Sim. Eu também quero muito participar daquele jogo, acredite. Então, vamos indo? Não quero perder nenhum tempo.

Mio fala sorrindo, feliz por ter uma chance de conhecer mais essas pessoas.

Aron olha para o mecânico Wyll, falando:

— No fundo no fundo, nem era tão pesado assim.

Mente ele, com um sorriso no rosto, se lembrando que alguns momentos atrás passou por poucas e boas carregando o trambolho. Então, ele se vira para Aliot.

— Ah! Seria uma boa, provavelmente a senhorita Elisa está esperando por nós. Eu não vejo ela desde... antes... de sair para a viagem...

O sorriso do garoto murcha levemente e ele olha para baixo, se lembrando do que acontecera em Tedermut. Então, ele sacoleja a cabeça, afastando os pensamentos que estava assombrando sua mente.

— Temos que dar uma passada lá mais tarde.

Yun seguiu seus companheiros ainda em silêncio. Ela não gostava de ser a causa da tristeza de seus amigos, e agora pouco havia feito seu colega lembrar-se de coisas ruins. Esperava que pudesse compensá-lo com alguma coisa, mas a menina não tinha ideia do que fazer.

Sira olhou para Indrick, curiosa com sua história. Ela pareceu surpresa ao escutar tudo o que o rapaz havia dito, e então desviou o olhar para o lado, pensando no seu passado. Tudo aquilo trouxera memórias da sua vida, e então, tentando disfarçar, a menina virou-se de costas.