Cidade-Castelo de Terdemut

Keela começa a se mexer, e, aos poucos, seus olhos se abrem, com uma aparência sonolenta

Keela: ai... minha cabeça... fala, levantando-se, colocando a mão na testa faz anos que eu não durmo assim...

A go'hakiana levanta-se, e dá uma espreguiçada, esticando as costas e os braços, é então que ela percebe que ela estava só, com Aron

Keela: ah... oi Aron

Aron abre os olhos e solta um sorriso tímido, fitando a garota que acabava de acordar.
— Oi, senhorita Keela. Dormiu bem esta noite?
Parando para pensar um pouco, o garoto percebia que, embora eles tivessem se conhecido em Portus, ele nunca havia trocado uma única palavra com ela.

Keela sorri para Aron, dizendo-lhe

Keela: já tive melhores noites... fala, estralando as mãos pelo menos temos um teto para passar a noite

Aron sorri, dizendo.
— É... me desculpe por isso, foi o máximo que conseguimos arranjar.

Keela pega o seu rifle de precisão e põe-no nas costas, dizendo a Aron

Keela: não é culpa de ninguém... coisas assim simplesmente acontecem... fala, dando uma "observada" geral no quarto se bem que, acho que a idéia da Yun de dormir nos bancos da praça me parece bem melhor agora...

Fitando Keela, Aron balança a cabeça negativamente, dizendo.
— Não sei, dormir daquele modo parece inseguro demais. Caso algo de ruim acontecesse, nenhum de vocês conseguiria agir dormindo.

Keela dá um sorriso maroto a Aron, dizendo

Keela: Vocês não conseguiriam... fala, num ar pomposo na academia de guerra de Xhor, aprendemos como controlar os impulsos e reflexos do nosso corpo... dentre eles, a capacidade de reagir a estímulos do ambiente enquanto dormimos... fala, virando o rosto para o lado sem falar que eu tenho sono leve

— Sono leve...?
O garoto ri baixinho, se perguntando o porque de a garota ter sido a última que acordou do grupo, mesmo tendo o sono tão leve. Porém, retomando a compostura, o garota fala, interessado na outra outra coisa que Keela havia dito.
— Mas você também consegue lutar enquanto dorme? Interessante, não achei que encontraria outra pessoa capaz de fazer o mesmo...

Keela ri de Aron, falando-lhe

Keela: eu não "luto" enquanto durmo! Eu simplesmente consigo me recompor facilmente após acordar... eu nunca conheci ninguém que luta enquanto dorme

Keela dá um passo a frente, e então fala a Aron

Keela: e sim, tenho sono leve... na verdade, eu acordei três vezes no meio da noite... fiquei na esperança de que quando Weber, Mawari e Yun saíssem, eu poderia dormir mais um pouco e em paz

Aron sorri, respondendo a garota.
— Certo, certo. É sempre bom ter alguém alerta, se algo acontecesse, seu "sono leve" poderia nos salvar de algum perigo.
Então, o garoto coça o queixo, ainda fitando Keela.
— Sobre a outra coisa que eu disse... bem, deixe para lá, não era nada de mais.

Keela começa a guardar suas coisas, pondo-as em seus bolsos. Em quanto ela fazia, a go'hakiana indaga Aron

Keela: Aron... me responde, você gosta de servir aos Vardembris?

Aron estranha a pergunta, porém, um grande sorriso ilumina o rosto do garoto.
— Lógico. Servir aos meus senhores é o meu propósito, meu motivo de seguir em frente. Assim como todos os Lightsworns que vieram antes de mim, desde que o tempo é tempo, servir meus senhores me traz grande satisfação, é minha força motriz.
O rosto dele parecia estranhamente animado enquanto ele falava isso.

Keela arqueia uma sobrancelha, e indaga novamente a Aron

Keela: mas... por que? Digo... é algo verdadeiramente nobre de sua parte servir aos Vardembris, mas, por que eles? O que você ganha em troca? Digo... por que seguir e servir a alguém só por laços de sangue? Você por acaso conhece o propósito dos Vardembris, ou conhece algum deles para dizer se vale a pena ou não servir um de seus senhores?

Keela subitamente sacode a cabeça, e solta uma gargalhada tímida

Keela: m... me desculpa... aqui vou eu tentando dar uma de moralista de novo... diz, encabulada ignore o que eu disse... é só que, eu sempre tive essa dúvida... mas esquece, é besteira

Aron leva a mão até o queixo, enquanto fitava Keela.
— Bom... eu não sei exatamente porque eu sirvo os Vardembris, ou porque que os Lightsworn começaram a servir os Vardembris, mas eu sinto como se fosse o certo a se fazer. Meus senhores são praticamente minha segunda família... bem, agora eles meio que são minha única família, mas mesmo assim, sei que eles se preocupam comigo e me defenderiam caso fosse preciso, o mínimo que posso fazer é pagar com minha servidão... ou algo do tipo.
Aquela conversa, embora fosse simples, deixava Aron cheio de perguntas também. Perguntas sobre como sua família começou a servir os Vardembris, perguntas sobre o porque de continuar servindo até aquele dia. Porém, o garoto sacode a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Ele foi ensinado que aquilo era o correto a se fazer, e era aquilo que ele iria fazer até o fim de sua vida.
— Não se preocupe, senhorita Keela. Eu não me ofendo com perguntas assim, é até bom responder elas, porque acaba despertando pensamentos que eu normalmente não teria...

Mawari seguia os dois, andando poucos passos atrás para poder observar a cidade, ainda ficava deslumbrada com tanta gente em um único lugar. Ao redor as pessoas se tornaram um pouco mais elegantes então ela percebeu que estavam chegando ao destino, apresou-se um pouco para se juntar no mesmo ritmo de seus companheiros. 
- U-uaau!! Que lugar mais caro... isso não são promoções. - ela encarava a placa, com um olhar desconfiado. A ideia de Weber a animara, fazendo com que ela lhe lançasse um pequeno sorriso. - Eu topo o boteco..             
 

Keela dá um largo sorriso para Aron, dizendo-lhe

Keela: que bom que você não se ofendeu... as vezes eu falo coisas que eu não deveria... coisas sinceras demais diz, coçando a nuca

Keela torna a fitar o chão do quarto, quando um estrondoso "ronco" sai de sua barriga

Keela: por Rokai... acho que deveríamos tomar o café da manhã

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Weber, Mawari e Yun vão em direção ao boteco go'hakiano

Era uma pequena casa, de dois andares. O andar de cima tinha uma pequena varanda, e o andar de baixo é onde fica o restaurante.

Haviam algumas mesas no interior da casa, assim como algumas outra fora da mesma, postas sobre a calçada pertencente a fachada da casa.
Era possível sentir o cheiro de comida oleosa e apimentada vindo do interior do boteco. Era um cheiro impregnante, mas muito agradável
No interior do restaurante, há uma grande bancada de ferro, e atrás dela, está a cozinha do boteco, onde três cozinheiros preparam os pratos de comida em grandes frigideiras de formato ovalado

Weber adentra no interior do boteco, e senta-se num dos bancos que fica próximo ao balcão

Weber: e aí, meu chapa, qual é o prato de hoje? fala, de um jeito bem informal, como se conhecesse os cozinheiros

Uma das pessoas que cozinha era um homem, negro, esguio, de olhos cor-de-âmbar e de cabelos curtos.

Cozinheiro: temos Horojo, Kioju-Qantu, e Uttaha-Pakwa

Weber: eu... não falo Ra'qush

Cozinheiro: temos carne moída, frango a passarinho e iscas de peixe fala, dando um sorriso ficou melhor para entender?

O mago ri, assentindo com a cabeça

Weber: eu vou querer o frango a passarinho

O nativo das terras sem rei assente com a cabeça, e, rapidamente, pega uma das frigideiras ovaladas (que estavam apoiadas em ganchos na parede) e põe-na num fogão a gás, colocando sobre o prato uma quantidade generosa de uma mistura de azeite e óleo de girassol

Weber: então garotas,... o que vocês vão querer? fala o mago, olhando para Mawari e Yun

Aron sorri para Keela, ela parecia ter uma boa pessoa.
— Não se preocupe, eu sou um daqueles tolos que preferem a verdade ácida se a outra opção for a mentira gentil.
Então, ele ouve o estrondo que sai da barriga da Go'hakiana. Com o sorriso, o garoto comenta.
— Bom, temos que arranjar comida, a fera que você guarda aí dentro parece estar faminta.

Mawari entrava no lugar um pouco receosa, mas sem se arrepender de sua escolha. Ela pensa em suas possibilidades. 
- Hm, vou querer as iscas de peixe. - ela responde fitando o atendente.

O cozinho (que estava também preparando o prato de Weber) assente com a cabeça

Cozinheiro: saindo iscas de peixe! grita

Uma mulher, de pele morena-esbranquiçada, sai de um quarto dos fundos, carregando numa tigela cheia de iscas de peixe (cruas).
Ela joga-as em cima de um balcão, próximo ao fogão, e separa 14 unidades de iscas de peixe, jogando-as na frigideira

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Keela assente com a cabeça, e abre a porta da sala, saindo do quartinho onde eles estavam

Aron segue Keela. O garoto também estava faminto, precisava comer algo depressa.

- Hm, agora o nosso único problema é a Yun, já que ela é vegetariana... - ela falava com um certo tom de preocupação.

Yun leva as mãos até a cabeça, pensando naquelas carnes que o homem havia falado. Há tempos que ela não comia e estava com muita vontade de tentar novamente, porém sabia que se o fizesse, era bem provável que fosse passar mal.

Yun - Aaaaah! Nããão! - Ela abaixa o rosto, pensativa, para voltar a fitar o homem - eu só vou querer algo para beber, senhor. Alguma coisa que tenha um gosto doce e bom, por favor.


Diz a menina, de uma forma gentil e animada mais uma vez, enquanto tentava se controlar por causa do cheiro das comidas.

O homem arqueia a sobrancelha, um tanto... "confuso", mas o homem dá para Yun uma jarra de suco de tâmaras e maçã, servindo-lhe em um copo.

Após alguns minutos, a refeição fica pronta e ele dá as iscas de peixe para Mawari e as asas de frango para Weber

Cozinheiro: Ejera Kaiyi  [Bom Apetite; em Ra'qush]

O mago sorri ao ver um generoso prato de asas de frango sob o balcão e começa a devorar sua comida

Yun começa a beber seu suco, fazendo uma expressão satisfeita com o gosto delicioso.
Ela vai bebendo até acabar com a jarra em pouco tempo.


Yun - Ahhh esse sim, foi o melhor suco que eu já tomei na minha vida toda!

Mawari comeu as iscas até não aguentar mais, deixando algumas no prato. Ela sorria e afastava um pouco o prato com a mão. 
- Ai, ai... acho que se comer mais irei explodir...