Capital de Fyorda: Ogaryn

[deja vú]
Yun começa a tratar do ferimento no ombro do rapaz, para então colocar as bandagens sobre ele. Ela percebe as cicatrizes, tentando não olhar muito e prestar mais atenção no machucado.
Assim que o fez, enrolou um pedaço pequeno de bandagem no braço de Aliot para enfim, sentar-se ao lado dele.

Yun - Hm... sente-se melhor...?

Aliot assente com a cabeça, colocando a mão no local do ferimento, dizendo a Yun

Aliot: obrigado Yun... sabe... eu fui atacado por um ladrão... diz, suspirando pobre coitado

Por fim Aliot permanece cabisbaixo, sem manter contato visual com Yun, esperando que ela falasse algo

Yun se curva um pouco para que pudesse apoiar sua cabeça nos braços que, consequentemente, estavam sobre suas pernas. Assim, ela seria capaz de ver o rosto de Aliot, mesmo que estivesse abaixado.

Yun - Algo parece te incomodar, Aliot. O que houve?

Aquelas palavras ecoaram no ouvido de Aliot, "algo parece te incomodar". O mesmo tom de voz, a mesma situação... Aliot simplesmente pode lembrar-se de uma cena...

"ele via-se deitado numa cama... lençóis brancos como o seu cabelo. Seu nariz roçava no nariz de uma mulher, de longos cabelos ruivos que caiam sobre seu rosto, seus lábios se tocavam num doce e solene beijo, caloroso e sedutor.

A ruiva apoiava-se sobre o eloziano, após um beijo, saia um doce e gentil sorriso de sua boca. Ela sorria e abraçava-o... porém o olhar de Aliot estava longe... estava... vazio. Preocupada, a mulher de cabelos flamejantes pergunta

Eleonor: Aliot... Algo parece te incomodar... Aliot? O que houve?

O Eloziano olhava cabisbaixo, suspirando... passou-se alguns segundos até que ele respondesse a pergunta

Aliot: É que... Vezimir... ele virá amanhã para O Refúgio... ele está a minha procura

Eleonor: não se preocupe Aliot, vai ficar tudo bem, eles não vão... disse, envolvendo seu braço no meio-eloziano, mas antes de terminar a frase, Aliot continua a falar

Aliot: não vai ficar! disse, num tom preocupado eles não desconfiam apenas que eu sou mago, eles também sabem o que eu, você e o Isidro fizemos na casa dos Kardwick, tudo aponta para nós! Eles... eles vão me pegar...

Eleonor: então vamos sair daqui! Só precisamos chamar o Isidro e a Rayssa

Aliot: e quanto as outras pessoas que vivem n'O Refúgio...? disse, pondo a mão na cabeça não podemos deixar eles ao relento, eles precisam da gente!

Aliot voltou a fitar o chão, preocupado, triste, distante... como se pensasse numa solução, mas nada vinha a sua cabeça

Eleonor: não fique assim Aliot! Você tem o Isidro! Ele com certeza vai te ajudar, e a Rayssa também! Você tem muitas pessoas que fariam de tudo para proteger e te salvar, você é a melhor coisa que já aconteceu para esse lugar, inclusive... disse, abraçando o meio-eloziano a mim... falou, beijando-o

Por fim, a visão acaba, e o mago volta-se a ver no quarto onde estava, ao lado de Yun, que ainda fitava-o..."

Uma lágrima escorreu no seu rosto, ele rapidamente levanta-se e fala para si, num tom de lamento e dor

Aliot: por que... por que você fez isso? Sua... disse, falando para si. Quando de repente ele dar-se conta da cena que fez e volta a fitar Yun, sem respostas

Yun permanece fitando o rosto do amigo, vendo todos os sentimentos que ali se misturavam. Ela não conhecia muito sobre isso, afinal, aprendera na teoria pela sua mãe, mas nunca na prática.
De repente, após uma solitária lágrima escorrer do rosto do amigo, ele levanta-se num súbito movimento para dizer aquilo. A menina se endireita na cama, o olhando confusa.

Yun - Aliot... me desculpe ter perguntado... eu não queria te magoar ou algo assim...

Disse ela, sem saber lidar com a situação na qual se encontrava.

Aliot sacode a cabeça de leve, e diz a Yun

Aliot: não... não foi nada... sério, não precisa se preocupar diz, rindo meus problemas não deveriam incomodar ninguém, não precisa se afoitar por isso

Yun suspira, tentando lembrar das lições de sua mãe para então levantar e abraçar Aliot, do melhor jeito que podia.
Por causa da diferença de altura, sua cabeça não passava do início do pescoço do rapaz, mas ainda sim, ela tentava reconfortá-lo.

Yun - Minha mãe disse que um abraço pode curar qualquer coisa... eu te conheci ha pouco tempo, mas não gosto de ver um amigo sofrendo e guardando as coisas para si. Confie em mim Aliot... lembra do que eu disse? Talvez vocês só precisem de uma ajuda pra sair dessa "gaiola". Se você permitir, eu posso ser essa ajuda...

Disse ela, tentando se expressar do melhor jeito que podia, mesmo que falhasse em falar algumas palavras, afinal, ela ainda não havia se acostumado com o idioma.


---EDIT
ABRAÇO DE AMIGO FIDASPUTAS! NÃO LEVEM PARA O LADO NEGATIVO DA COISA!

Aliot recua um passo para trás, "recusando" o abraço, e então diz a Yun

Aliot: não precisa se preocupar comigo, sério... está tudo bem diz, sorrindo. Um sorriso que tentava ocultar sua verdadeira face, uma face de dor e lamento você se preocupa demais com os outros Yun, as vezes... você precisa deixar as pessoas por si "só", eu me preocupo com seus problemas... e você deveria se preocupar com os seus disse, num tom amável e compreensível

Yun permanece olhando para Aliot, pensando nas suas palavras. Para ela, tudo aquilo não tinha sentido algum. A garota não era do tipo de se importar consigo mesma, na verdade, para ela, mesmo que as pessoas a tratassem mal, se todos ao seu redor estivessem felizes, Yun também estaria.

Yun - Meus problemas... meus problemas não são nada Aliot. Eu não me importo com isso... mas eu consigo ver que você não está feliz. Por mais que sorria assim... - Yun desviou o olhar, fitando o chão - é triste...

Aliot suspirou. Ele então volta a sentar-se na cama, e diz a garota, num tom melancólico

Aliot: eu... é que... gaguejou, tentando procurar palavras quando você veio para cá comigo... o quarto, a cama... até mesmo a pergunta e seu tom de voz... eu me lembrei de uma cena de quando eu era um pouco mais jovem, há uns três anos atrás... disse, suspirando

Yun permaneceu olhando para o amigo, escutando tudo o que ele tinha para dizer. Ela suspirou, coçando a bochecha de leve com o seu indicador, ainda confusa.

Yun - Me desculpe [?] por te fazer lembrar dessas coisas... eu, hum, se você quiser posso mudar meu tom de voz ou algo parecido.

Aliot sorriu e continuo a dizer a garota

Aliot: não precisa, como eu disse, são meus problemas... você não precisa se preocupar. disse, se levantando da cama

Yun sorriu, dando um "thumbs up" para Aliot enquanto começava a se mover para fora do quarto, mas antes, esperando seu amigo.

Yun - Quer ir até o restaurante do Hotel? Não tem exatamente aquela carne que eu farejei, mas acho que esta dá pro gasto.

Aliot assente com a cabeça, e junto com a garota, ambos vão para o restaurante.

O restaurante do hotel se localizava no segundo andar do mesmo. Era cheio de mesas, adornadas e bem decoradas. Havia uma bancada com uma estante de bebidas atrás da mesma. Haviam algumas pessoas comendo nas mesmas, outras, na bancada, bebendo. Estava um clima agradável e animado, com um ar caloroso criado pelos aquecedores do restaurante.

Yun andou até uma mesa, sentando-se e vendo seu amigo ajeitar-se ali também. Ela olhou para os lados, surpresa com tantas pessoas naquele local.

Yun - Ehehe, fico feliz de ter seguido vocês. Nunca seria capaz de ver uma coisa assim por mim mesma.

Disse ela, sorridente.

Aliot riu, um tanto confuso... será que Yun era uma garota da fazenda? Tudo indicava que ela nasceu numa área rural, o que explicaria seu "comportamento" (pelo menos, parte dele).

Por fim, um garçon chega à mesa, entregando o cardápio a Aliot e Yun

Aliot abre o cardápio, folheia algumas páginas e diz ao homem

Aliot: eu gostaria de uma tigela de... ensopado de javali e suco de Tastik...

[Tastik = uma fruta típica de Fyorda, é como uma amora, só que do tamanho de um melão)

Aliot entrega o cardápio a Yun, para que ela escolhesse sua comida

Yun - Obrigada Aliot.

Disse enquanto pegava o cardápio para dar uma olhada, um pouco confusa sobre todas aquelas letras. Ela desvia o olhar para então fitar o garçom.

Yun - Carne! Uma carne gostosa, suculenta... MAL PASSADA! E pra beber... anh... água?

O garçon e Aliot arquearam as sobrancelhas, foi um tanto "surpreendente" aquilo. Aliot já tinha se acostumado com aquelas atitudes estranhas de Yun, o garçon, porém, permaneceu assustado. Mas ele simplesmente anotou o seu pedido e foi até a cozinha, entregá-lo

Em quanto isso, Aliot indaga à garota.

Aliot: você gosta bastante de carne, não é...?

Yun - Sim, muito! Minha mãe tentou me fazer mudar de gosto e tudo mais... só que o máximo que conseguiu foi me fazer parar de comer carne crua hehehehe!

A menina sorriu enquanto voltava a olhar em volta, analisando a reação de cada pessoa presente ali.

Aliot ficou, no mínimo, chocado, com a última frase de Yun, mas o meio-eloziano permaneceu calado, seria a coisa mais sábia a se fazer naquele momento.

Passado alguns minutos, vieram as respectivas refeições de Yun e Aliot. Refeições postas em pratos grandes e bem decorados.

Aliot: bom, vamos comer! disse, pegando a sopa, e dando uma colherada na mesma, que soltava uma fumacinha de vapor quente.

Yun sorriu mais ainda, se possível, ao ver o grande pedaço de carne à sua frente. Ela partiu para cima, indo devorar parecendo uma morta de fome até que parou, antes de pegar a carne com as mãos e olhou para Aliot.
A menina suspirou, lembrando-se das lições de sua mãe e, enfim, pegando os talheres para comer "civilizadamente".

Aliot, numa tentativa de "puxar" conversa com Yun, pergunta a mesma

Aliot: então, você tem alguma idéia de como podemos arranjar dinheiro nessa cidade sem roubarmos, matarmos, prostituirmos ou ludibriarmos alguma pessoa? disse, num tom jocoso, porem com uma certa seriedade. A situação financeira do meio-eloziano era um tanto "preocupante", e ele precisava arranjar uma quantia de dinheiro favorável para "seja lá o que viesse".

A garota olha para Aliot, pensativa, enquanto continuava atacando seu pedaço de carne. Ela para por um segundo, ainda fitando seu amigo.

Yun - Que tal perguntarmos nas lojas se eles não precisam de algum trabalho? Tem muitas coisas que apenas os que lutam podem saber fazer... acho.

Aliot suspira e continua a falar com a garota

Aliot: a verdade é que a loja possui distribuidores que dão-na os produtos, os distribuidores possuem fornecedores, os fornecedores possuem "obtedores" Aliot para, ao falar "obtedores" obtedores... acho que coletores seria o nome mais carreto, e os coletores são os que lutam, e quase todas as lojas já possuem seus "esquemas" para obter seus produtos... diz, suspirando é assim que funciona numa cidade grande como Ogaryn... se fosse em montalbino, a coisa seria diferente

Aliot se ajeita na cadeira, e volta a beber um pouco mais da sopa, em quanto provava o seu suco

Aliot: poderíamos ir a uma loja de entregas, deixar uma mercadoria, ou então um serviço de escolta... ou... diz, bebendo um pouco do suco óia... esse treco é bom! diz, apontando para o suco

Yun ri com a fala de Aliot, voltando a comer sua carne para finalmente terminar o gigante pedaço. Ela parecia feliz e saciada.
A garota tomou um gole da sua água, sentindo calafrios passarem pelo seu corpo a medida que o líquido descia pela sua garganta.

Yun - É uma boa ideia. Podemos tentar isso mesmo!