Vila de Schallern

Após três dias de viagem, passando por céus gélidos e correntes de vento tempestuosas, o navio Volare II chega na vila de Schallern, no sudoeste de Schatzvel. Era uma vila pacata, sem muitas pessoas pelas ruas, com um aeroporto modesto e carismático. Era possível, para quem estivesse atento, sentir o cheiro das comidas da cidade que percorriam pelas ruas.

O navio atraca no porto, e dali, sai: Letho, Aleria, Gryff e Sibel (e claro, Indrick)

Aleria: em fim, chegamos... diz, respirando fundo

Indrick também fica aliviado por estar em solo firme e por estar longe de sua antiga "casa" em Fyordia...

Indrick: De fato... enfim... pausando o discurso... mas temos que nos preparar para sairmos o mais cedo possível! ficando sério temos que ir em busca de Keela! falando para todos

Letho, Gryff e Sibel trocam olhares, falando a Indrick

Sibel: não vamos deixá-la para trás... mas ela sabe se cuidar, e mais: precisamos nos preparar para encontrá-la... sem falar que, não sabemos onde ela está...

Gryffith: ele tem razão, se atacarmos cegamente, outros de nós serão capturados...

Depois de ouvir o que Indrick falou, Letho indaga ao homem

Letho: certo... mas porque você exatamente quer ir atrás dela? Digo... ela é do nosso grupo, isso é nosso problema, você não estava levando essa armadura para um amigo seu?

Letho dá um sorriso, e então fala a Indrick

Letho: nesse caso... venha conosco, vamos te levar ao QG do grupo...

Sibel: amigos...? Não mesmo... você está usando esse termo em vão... diz, num tom sério

Letho, Gryff, Sibel e Aleria começam a caminhar pelas ruas da cidade. A maioria das pessoas da cidade aparentava conhecer o grupo, principalmente Sibel; por onde passavam, as pessoas começavam a acenar a Sibel.

Gryffith, o elfo, fica ao lado de Indrick e começa a falar com o mesmo, num tom compreensível

Gryff: não ligue para o que Sibel diz... ele é meio... "fechado" mesmo, ele não é exatamente o tipo de gente que faz muitos amigos... ou quer fazer amigos... ele não é má pessoa, acredite, é esse o "jeito" dele, só isso

Indrick: Eu venho percebendo isso desde o primeiro momento que nos conhecemos... somente quando estávamos em batalha ele ficou mais "dócil" digamos assim... sorrindo para Gryff... mas mudando de assunto... como você entrou para esse grupo?

Gryff sorri, e então diz a Indrick

Gryff: Sibelius é um cara reservado... mas quando ele se solta mais, você consegue um amigo para a vida toda diz, sorrindo agora... como eu vim para o grupo?

O elfo olha para o céu, pensativo, e começa a falar para o homem

Gryff: bom... aos 16 anos, eu ingressei na Dúrna Cálas... acho que você já ouviu falar, a melhor guilda de transporte do oriente continua, com um sorriso Gryff: eu sempre quis participar da guilda... a idéia de viajar por Cyphus num navio voador sempre foi um dos meus sonhos infantis... mas em fim. Eu me ingressei... e... fui o que podemos chamar de um "prodígio"

Gryff tirou de sua jaqueta, um pequeno broche com vários símbolos escritos no alfabeto élfico, ele então começou a dizer:

Gryff: engenharia de barcos voadores, cartografia, física aérea, meteorologia, geografia... sempre fui o melhor aluno nessas matérias continua, num ar orgulhoso não só nas matérias teóricas, em técnicas de voo, controle de barcos, mecânica dos navios... eu era um dos melhores alunos da escola da Dúrna Cálas, no primeiro ano eu fiquei em sexto lugar na escola, no segundo ano fiquei como oitava, no terceiro fiquei como quinto... e no último ano, terminei como primeiro!

Gryff para de falar por um momento, com um sorriso estampado no rosto, e então volta a dizer

Gryff: acontece que eu não sou gênio coisa nenhuma... eu apenas treino, treino muito... desde os 13 anos eu já pegava em pequenos barcos voadores... eu sou apenas esforçado... e o esforço valeu a pena, até certo ponto... o semblante de Gryffith ficou sério, mas ele continuou a falar, mais moroso num dia, eu fui enviado para levar uma carga de Clyftul a Portus Solar... acontece que eu estava levando Pó-Ciano, uma droga altamente contrabandeada no oriente... e a Dúrna Cálas acha que eu estava transportando a droga... continua, mais sério mas eu não sabia que era Pó-Ciano! Eu... aceitei o trabalho e apenas levei... eu não imaginava que era droga... mas Eles não acreditaram em mim... meus mestres me acusaram de tráfico de drogas, e fui expulso da ordem

O elfo olha cabisbaixo para o chão, seu semblante era triste, como se de alguma forma ele tivesse se arrependido de algo, como se sentisse saudade de seu "antigo emprego"

Gryff: passei um tempo vivendo de favores e serviços particulares de transporte de mercadorias... mas nunca consegui ganhar dinheiro suficiente... perdi minha casa em Clyftul, tive que vender meu antigo navio voador para comprar comida, roupas... tive que mendigar por semanas... suspira Cyffur... eu tinha tudo... casa, comida, respeito... mas por um descuido eu perdi tudo... isto é... até eu encontrar Sibel diz, sorrindo. Seu semblante muda, para um mais alegre e feliz eu estava deitado num beco... numa chuva, usando uma laje de estanho para me proteger das águas... daí, eu pedi esmola a ele... e ele me deu uma oportunidade...

Gryff olha para Indrick, com um grande sorriso, e apenas diz:

Gryff: Sim

O grupo anda por mais alguns minutos, até chegarem numa pequena casa, de aparência humilde, porém bem conservada e bem decorada.

Letho se aproxima da porta, e bate cinco vezes na mesma, duas batidas rápidas e fortes, e três batidas leves e vagarosas.

???: Qohonto Assho'wa, Ichizu Maha Jishiri... fala uma voz, do outro lado da porta, em Ra'qush, o idioma das terras-sem-rei

Letho: Ronjoro Maha kashu kaiya responde

A porta se abre e um homem, de pele morena, e de cabelos castanhos e encaracolados aparece, ao lado da mesma

Letho: demorei? diz, rindo

Homem: o suficiente para ter perdido uma festa, uma competição de bebedeira e um churrasco

Letho: bom... imagino que tenha valido a pena, pois consegui isso: diz, mostrando o Magna Formula, o livro.

O homem sorri, e então percebe Indrick, atrás de Letho

Homem: e quem é esse?

O homem de cabelos negros (Letho) vira-se para Indrick e fala ao mesmo, sorrindo

Letho: este homem é Indrick. Encontramo-lo em Glimmir... ele precisava vir para Schatzvel, portanto demos a ele carona...

Homem: hmmm... prazer diz, estendendo a mão pode me chamar de Raegon

Indrick: Prazer em conhecê-lo também! estendendo a mão para alcançar a de Raegon

Indrick: Isso não me parece com um QG sussurra para Letho

Letho sorri para Indrick e diz

Letho: você não viu nada... diz, fazendo um sinal para que todos entrassem na casa

A casa em seu interior estava bem arrumada, tinha várias pinturas, porém, não muitos móveis, apenas algumas cômodas e algumas cadeiras.

Raegon faz um sinal com a mão, para que o grupo seguisse-o. Ao passo que o grupo andava pela casa, Raegon e Letho dialogavam

Letho: então, vocês conseguiram mais alguma coisa?

Raegon: Pawa-qai... não... tentamos o possível, mas eles fugiram

Letho: algo a respeito dos Blackhorn?

Raegon: não muita coisa... mas agora que você está com a Magna Formula, já temos uma ferramenta a mais...

Por fim, Raegon, Letho e os demais param em frente a uma grande porta de metal, ao lado dela, havia um alto-falante de madeira e latão, bem rústico e aparentemente feito no improviso.

Raegon se aproxima do alto-falante e aperta um botão, acionando e falando por ele

Raegon: eles chegaram fala

uma voz feminina rouca sai pelo auto-falante, indagando:

Voz: "eles" quem?

Raegon: Letho, Sibelius, Gryffith, Aleria, e... um cara chamado Indrick

Voz: Indrick? Quem é esse...?

Raegon: é um cara que veio com o grupo, está a companhia do Letho... não é uma ameaça

Voz: certo... vou acionar o elevador


As portas de metal se abrem, e revelam uma pequena sala com paredes de madeira com várias engrenagens: um elevador

Letho: bom, vamos entrar... aí você verá o QG, Indrick

Todos entram no elevador. Raegon entra por último, falando pela última vez no alto-falante

As portas se fecham, as engrenagens começam a se movimentar lentamente, e o elevador começa a descer, lentamente

Aleria: esse troço continua lento pra caramba, será que não tem jeito de vocês deixarem-no mais rápido? Quer dizer, levam dois minutos e meio para descermos quinze metros!

Raegon: culpe a guilda dos ladrões! Quando nós compramos esse estabelecimento deles, os ladinos nunca falaram que o elevador é mais lento que tartaruga centenária!

Letho: certo... mas eles poderiam ter colocado um preço menor na "cova"... 3000 talentos? Isso é o preço de um Navio Voador descente... nós gastamos quase a metade ainda em reformas

Aleria: 3000 talentos foi bem salgado, mas esse aqui era a única opção que tínhamos

Gryffith: Portus Luna? Nos ofereceram um Solar de dez quartos num bairro de classe média em Portus Luna, por 4000 talentos! Reformado e mobiliado! Mas vocês aceitaram? NÃO! solta um "bufo" de desapontamento vocês humanos, nunca vou entender...

Em quantos todos discutiam sobre o "custo do QG", Sibel, o homem de armadura escarlate se escorava num dos cantos do elevador, ele estava suando frio, e tremendo, falando para si:

Sibel: vamos, vamos, vamos... desce logo, desce logo... HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, EU QUERO SAIR DAQUI!!! diz, batendo nas paredes do elevador

Indrick fica espantado com a cena de Sibel, nunca pensaria que aquele cara sério de antes havia se transformado... nisso!

Indrick: Nunca pensei que dentro dele havia... isso! ri baixinho e sussurra para os outros do grupo para que Sibel não escute

Indrick: Não se preocupe Sibel, veja pelo lado bom, pelo menos se o elevador se desprender morreremos todos juntos!

Sibel olha para Indrick e começa a falar, com a voz trêmula, se agachando no canto da parede

Sibel: SAAAAAAAAAAAI!!!! diz, apontando o cotovelo para Indrick MISERÁVEL!!! VOCÊ ME... AAAAAAAAAAH!!!

Letho: por Deus... Sibel, para com isso...

Sibel: AAAAAAAAAAAH!!!

Letho: Caramba! Sibel, você não tem uma crise dessas a meses, porque foi ter agora!?

Sibel: EU JÁ DISSE PARA NÃO FALAREM DE ELEVADORES NUM ELEVADOR LOTADO! EU DIIIIIIIIIIIIIISSSE!!! fala, gritando e respirando fundo

Aleria: ai ai... isso é ridículo... diz, abaixando uma alavanca

De um auto-falante localizado no topo do elevador, começou a sair uma suave música orquestrada (juntamente com os "chiados" de interferência sonora). Era um som agradável de cordas em pizzicato, relaxante, pelo menos o suficiente para Sibel parar de gritar (feito um retardado...)

Gryffith: você instalou um gramofone?

Aleria: sim... música de elevador para acalmar os nervos de uma certa pessoa... diz, olhando para Sibel

Mais um minuto se passa, e finalmente o elevador finalmente para. As portas se abrem, revelando:

Um enorme salão, bem decorado e iluminado, cheio de molduras, quadros, mobílias e plantas, com uma fonte d'água em seu centro. Várias pessoas de todas as raças caminhavam ao longo do do QG. Algumas estavam sentados em bancos, outras, em pé, conversando ou treinando alguma luta.

Letho: Aí está o...

Sibel: SAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI, SAI DA FRENTE!!! diz, saindo do elevador, correndo

Letho sorri, dizendo a Indrick

Letho: pois é... compramos isso aqui da guilda dos ladrões... no entanto, o estado original da "cova" não era nem um pouco parecido com isso. Era mais parecido com um esgoto do que um quartel general digno de nota diz, com um largo sorriso

Gryffith, Aleria, Raegon saem do elevador, em quanto que Letho continua ao lado de Indrick

Letho: agora que eles saíram... Letho saca sua espada, e mantem a ponta da mesma encostada nas costas de Indrick eu não sei quem você é... nem porque diabos eu levei você para cá... mas eu sei que não tem nenhum amigo seu em Schatzvel que precisa dessa armadura... fala a verdade, quem é você? diz, apertando cada vez mais a ponta da espada fale rápido...

Indrick fica espantado e assustado, porque não tinha como alguém saber de sua mentira já que ninguém o conhecia...

Indrick: C..Como você sabe q..que não..ten..tenho amigo algum? fala meio gaguejando, por estar agora numa grande enrascada e não ter mais nenhuma carta na manga

O semblante de Letho ficava cada vez mais sério, ao passo que ele falava

Letho: um homem aparece, pedindo uma carona de Fyorda a Schatzvel... você levou a armadura consigo... lutou ao nosso lado numa batalha contra os piratas... chegamos em Schatzvel... mas em nenhum momento você disse qual cidade você iria... e quando chegamos em Schallern, você nos seguiu, em nenhum momento você se preocupou em levar essa armadura para seu "suposto amigo"... diz, apertando mais ainda a ponta da espada quando o encontramos em Glimmir, você parecia nervoso... estava atento, até demais... sem falar que você pediu para que Sibel lhe ensinasse como lutar... lutar, para que? Contra quem? Você sempre ficou ao nosso lado, na luta... você NOS seguia... você não têm rumo, ou tem? ri macabramente fale a verdade, pois entre seus pulmões e minha espada, falta pouco... muito pouco... o que você quer?

Indrick fica surpreso pela inteligência de Letho...

Indrick: Muito bem então, lhe direi... Sou Indrick B'olvis ex-prisioneiro de uma prisão em Glimmir, mantido lá por suspeitas de manifestação de magia devido ao meu pai ter sido mago e minha mãe uma não-mago..., suspeitas essas que não se confirmaram por longos 20 anos... em que sofri sessões de tortura...
Perdi minha família pelas mãos daqueles que se afeiçoam com os ideais da Helia Signa... e prometi a mim mesmo que iria me vingar de todos eles e legalizar a magia no Ocidente! falando sério e se você for também um deles e quiser me matar vou logo avisando que não sou de desistir tão fácil assim... falando mais sério ainda, e ligeiramente psicopata

Helia Signa... aquilo foi o suficiente para Letho

O homem abaixou a espada, e embainhou-a. Seu semblante sério se tornou esperançoso

Letho: vinte anos, com a Helia Signa... te vigiando...? Morando e convivendo com esses bastardos... segurou o cabo da espada com força Indrick B'olvis...

O homem dá um passo a frente, e fala para Indrick, elevando o tom de voz

Letho: há algo prestes a acontecer... você precisa saber... todos aqueles que sofreram nas mãos da Helia Signa precisam saber... há algo acontecendo, e você, sem exceção, merece saber... que algo grande está para vir, uma guerra dá uma pausa, mas continua, com um sorriso no rosto nós, lutamos com o que está para vir, a Helia Signa... ela é a ponta de um grande Iceberg que existe no ocidente... e precisamos de toda ajuda possível. Você... faria o favor de se aliar a nós? Meu amigo ri isto é, se posso chamá-lo assim