Portus Luna

Ryoth: Estamos de acordo, então, Aron. Boa sorte no que quer que você precise fazer. E volte, viu. Não quero dar noticias tristes pra nossa lobinha favorita.

Aron começa a se afastar, já virando de costas para Ryoth.

— Confie em mim, deixar a Yun triste é uma das coisas que menos quero nesse mundo. Ela é importante demais pra mim.

Com isso, o Lightsworn relembra levemente todas as aventuras que passou com Yun, Alliot, Mawari, Indrick e todos os outros do grupo. Isso enche o peito de Aron de DETERMINAÇÃO.

Apesar de se sentir um pouco apreensivo, Ryoth se dirige ao porto, para tentar encontrar alguém disposto a levar um wescan como ele a Prakol. Para se encontrar com Yun.

Enquanto andava pela cidade, o wescan começou a se lembrar vagamente de como conheceu a pequena loba.
Que lugar era aquele de suas lembranças? Quem eram aquelas outras pessoas?

A lembrança começou a embaçar e se transformar.
Ele via agora outro wescan e uma menina. Eles deviam ser importantes, mas Ryoth não conseguia se lembrar quem eram. Eles estavam machucados, como se tivessem sido torturados cruelmente ... por qual motivo?

Wescan: Ryoth ... você precisa sobreviver ... fuja ... e viva dignamente ...



Ryoth: Não, pare por favor - ele se apoia em uma parede, respirando com dificuldade, os braços em torno do corpo, como se protegesse de algo - não me machuque mais ... eu vou ser um menino comportado, por favor ...

Assustado, Ryoth dá um salto, e se vira para o desconhecido, suando em bicas.
Ele pisca algumas vezes, como se estivesse voltando de um sonho.

Ryoth: Er ... sim, está tudo bem - ele diz, um pouco embaraçado - eu tenho ... é ... asma! Isso, asma ... e tava meio dificil de respirar, mas tá tudo bem agora. - ele olha de volta para o estranho, que mais parecia um armário ambulante do que uma pessoa. "Wow, esse cara poderia me amassar igual panqueca. Tomara que ele não faça isso"
- obrigado, cara. Alias ... eu so Ryoth. Prazer.

O wescan estende a mão direita, a que ainda tinha mais garras, para que o estranho a apertasse.

O homem dá um largo sorriso e aperta a mão do estranho que havia acabado de conhecer. Imaginava que a crise de asma daquele rapaz devia estar bastante intensa para ele ter se apoiado daquela forma na parede. Parecia estar sofrendo, isso era claro.

Homem - Prazer Ryoth, me chamo Yegor. Essa sua crise parecia forte - disse com a sua voz poderosa - está indo para o porto? Quer companhia? Estou com tempo, não me importo, aliás, sempre é bom fazer novas amizades.

Yegor deu um sorriso e uma piscadela, buscando sua mala e o martelo no chão, ao seu lado. O rapaz, apesar do corpo bem definido, parecia não passar dos 25 anos, possuia uma barba rala por fazer e o cabelo curto e liso, um tanto arrepiado para cima.

Ryoth se surpreende um pouco com a gentileza do estranho. Nos ultimos anos, as pessoas não tinham sido tão gentis assim.

Ryoth: Sério mesmo, Yegor? Eu gostaria da sua companhia sim ... - ele diz, dando um sorriso meio sem jeito - quer dizer ... ficar sozinho, é ruim não, é?

Yegor assente, o seu olhar gentil tornando-se um tanto mortiço por um segundo, e então voltando a brilhar no seu tom castanho claro normal.

Yegor - Sim, passei muito tempo sozinho cumprindo meus deveres. Agora quero voltar para minha casa e descansar, mas seria uma pena viajar sozinho até lá. - com um suspiro, o varão indicou o caminho - Está indo para onde, Ryoth?

Ryoth: Estou indo para Prakol - ele responde, caminhando ao lado de Yegor, em direção ao porto - me encontrar ... ou tentar encontrar uma pessoa. E você está indo pra qual lugar?

Yegor dá um sorriso para o jovem ao seu lado. Na verdade, ele também estava indo se encontrar com uma pessoa, porém não era um assunto que queria comentar.

Yegor - Vou para Gastrov, mas creio que o trem passe em ambas as cidades. É uma sorte que seja na mesma direção, não acha?

Ryoth: Oh, é mesmo? - Ryoth deixa escapar, parecendo bastante animado - Cof cof ... quero dizer, eu não costumo andar de trem, então pensava que ele iria só pra um lugar - ele tenta se explicar, tentando não parecer com uma criança que acaba de receber um presente antecipado.

Yegor levanta uma sobrancelha para o rapaz e então dá uma risada de leve.

Yegor - Ora, geralmente é assim. Mas quando as cidades ficam no caminho, não custa dar uma paradinha, não acha? - disse enquanto dava uma cotovelada fraca no braço de Ryoth. - Vai se encontrar com a sua namorada é?

Após os eventos com o Wescan, Aron decide retomar seu rumo, saindo de Portus Luna em direção a Bellafont.

Ryoth: Namorada? Hahaha, não, não mesmo. É uma ... amiga. - "E espero que ela se considere minha amiga também" ele pensa, tentando parecer o mais tranquilo o possível. Afinal, eles só tinham se encontrado ... uma vez? Mas aquele unico encontro tinha sido o suficiente para mudar alguma coisa no wescan. Afinal, ele nunca tivera amigos antes. Ou pelo menos, nunca confiara em ninguém para deixá-los se aproximarem muito. - Ah, a proposito, você parece ser o tipo bastante popular com as garotas - ele diz, com um risinho - se eu fosse uma wesci, acho que teria me apaixonado. Hahaha [no homo KEK]

[Continuando a narração de Yegor]

Yegor foi pego de surpresa pelo comentário, mas descartou qualquer malícia com um sorriso no rosto. Antes que pudesse responder, uma brisa forte e um ruído anunciaram a chegada dos dois novos conhecidos na estação de Trem.

Yegor - Bem, chegamos. Devemos nos apressar para não perder o trem. - Então, esboçou um leve sorriso generoso. - E respondendo ao que disse, já tive reações de jovens wesci assim, mas isso quando eu era mais jovem. - Respondeu rindo, sem jeito.

Funcionário - Último trem da noite! Saindo em 5 minutos! - Gritou um trabalhador local para as poucas pessoas presentes na estação - Bilhetes aqui comigo! Promoção da Semana da Revoada Vermelha!

Apesar do horário, o Funcionário parecia realmente animado com o futuro evento. Yegor e o Ryoth seguiram de maneira ligeira para garantir seus assentos no trem. Feito isso, sentaram em seus lugares, então finalmente puderam relaxar do dia cansativo.

[Ryoth -5 Talentos]

Embora tentasse ao máximo não deixar parecer, Ryoth estava bastante animado.
Ele não sabia o que era essa tal de Revoada Vermelha, mas estar em um trem e receber uma promoção daquelas era praticamente tudo o que ele queria na vida.

O wescan, então, tenta puxar assunto novamente com seu novo amigo, quando, por acaso, acaba ouvindo a conversa de alguém próximo.

O homem comenta que a guarda estava em alerta há pelo menos uns dois dias, atrás de um wescan suspeito de ser cumplice de uma seita mágica.

Ryoth:" Antes ele do que eu" - o wescan pensa, seguro de que nunca se envolvera com magia nenhuma, e não pretendia fazê-lo.

Distraído, Ryoth pega o último fiapo de conversa:

Homem: "Dizem que ele arrancou as próprias unhas, como um ritual estranho de magia. Os soldados alertam para que todos tomem cuidado com um wescan assim ..."

Espantado, Ryoth olha para as próprias mãos. Mas ... o que tinha acontecido com suas garras? Ele não conseguia se lembrar, e se tentasse, sua cabeça começava a doer muito.
"Estão atrás de mim".

Ryoth: Er ... Yegor, eu acho que preciso ir ali ... resolver umas coisas que só eu posso, sabe? Já volto.
Ele se levanta, sem esperar uma resposta, e sai andando pelos vagões, procurando algum lugar para se esconder.

O trem tremia levemente enquanto Yegor ficava sem saber o que fazer, havia acabado de conhecer o wescan em uma situação peculiar e mais uma vez ele se mostrou uma criatura diferente das demais. Resolveu não dar bola, talvez seja uma fase ruim na vida do rapaz, decidiu apenas olhar pela janela a paisagem e ignorar os cochichos fofoqueiros dos poucos demais passageiros.

Enquanto isso, alguns vagões mais a frente (Lado contrário para onde Ryoth se dirigiu), uma pequena comoção se iniciava.

Guarda 1: Boa Noite caros cidadões, nós sentimos muito pela intromissão em sua viagem, pretendemos ser rápidos com a nossa tarefa neste trem. Por favor, fiquem tranquilos. - Três guardas se encontravam no segundo vagão, onde a maior quantidade de passageiros do horário se encontravam.

Guarda 2: Recebemos uma denúncia de que um Wescan Fugitivo se encontra na região. - Disse em um tom mais autoritário do que o parceiro, então um múrmurio dos passageiros começou. - Por gentileza, se acalmem. Já estamos procurando há alguns dias, as chances de ele se encontrar aqui são poucas, mas precisamos fazer uma averiguação. Temos apenas informações de que este indivíduo não possui algumas de suas unhas e possui algum envolvimento com magias. - Outro múrmurio começou. - Se tiverem alguma informação, nos avise ou alerte a guarda local. Obrigado. - Falou em tom mais alto que os sussurros e prosseguiu com os dois colegas para os vagões seguintes.

Passageiro 1: Você viu aquele terceiro guarda? Eu moro aqui há 45 anos e nunca vi ele por aqui! - Disse um senhor em tom suspeito, após os guardas sairem.

Passageiro 2: É verdade, talvez ele seja um novo recruta. - Replicou.

Passageiro 1: Sei não em, acho que tem mais coisa metida nisso ai, mas é melhor nem nos envolvermos nisso, viu.


Yegor estava extramamente distraído com a vista da Janela, nunca cansava de apreciar a beleza de uma paisagem, mas seu momento reflexivo foi quebrado pelo farfalhar de cochichos da dúzia da passageiros que acompanhavam seu vagão.

Curioso, olhou para o corredor e viu três guardas vindo vagão pro vagão, inspecionando cada pessoa. Um calafrio passou na suas costas, não pela situação, mas pela cara do terceiro guarda mais afastado. Era como, se por algum motivo, ele tivesse um objetivo maior que os outros dois. Ansioso, resolveu se conter no seu lugar e ajeitar suas roupas nervosamente, pensando onde Ryoth estaria agora.

Sem saber do que acontecia nos outros vagões, Ryoth chegara ao vagão-bagageiro

Ryoth: "Se me acharem aqui" - Ele pensa, escalando um tanto desajeitadamente algumas malas e pacotes - "eu digo que estava procurando pelo meu bilhete" - ele escorrega em alguma coisa lisa, mas continua tentando se esconder - "Não sei se vão acreditar, mas ... eu nunca tive nada a perder mesmo"

O trio chegava na frente do último vagão, só restava o vagã-bagageiro. O "líder" dessa pequena patrulha de guardas, já passava dos seus quarenta anos e a constante busca nesses dois dias o havia deixado exausto, queria apenas voltar para casa descansar um pouco com a família.

Guarda 1: Bem, creio que não foi dessa vez. - Falou esfregando os dedos nos cantos dos olhos e bocejando. - Espero que amanhã já tenhamos mais notícias, isso está acabando comigo.

Guarda 2: Não se preocupe, podemos parar por hoje, esse bendito já deve ter fugido para Fyorda depois de tanto tempo. Vamos voltar e reportar. - Disse o colega, desmanchando a postura autoritária para animar o companheiro. Já iam se virando para voltar ao primeiro vagão, quando perceberam que o terceiro misterioso guarda não havia se movido.

Guarda 1: Você não vem também? - Indagou.

Guarda 3: Só irei verificar o bagageiro, então acompanho vocês. Podem ir na frente. - Confortou, com um sorriso meio obscuro. O Elfo possuia um rosto curioso, com feições quase humanas, era algo misterioso e que o tornava único com sua própria beleza sobre natural. Um longo cabelo preto acentuava seus azuis escuro e sua pele clara.

Guarda 1: Certo Istyar... Nos vemos no primeiro vagão. - Depois de sairem do campo de audição do Elfo, cochichou com o amigo: - Eu realmente não gosto desse cara.

Istyar entrou no vagão escuro e fechou a porta atrás de si, deixando o quarto meio escuro, graças a lamparina velha que perdia sua potência. Para ele, enxergar nessas condições era brincadeira de criança, viveu varios anos de sua vida treinando na escuridão, pelo contrário, isso tornava as coisas mais divertidas.

Istyar: Ryoth... Ryoth... Ryoth... Você fugiu por tanto tempo meu caro Ryoth. - Sua de veludo cortava o silêncio com um tom arrepiante. Era como uma rosa, bonito de se ver, mas com inúmeros espinhos. - Estes últimos dois dias foram tão irritantes, é só ter um pequeno boato sobre sua presença que os chefões mandam um de seus melhores caçadores atrás de você. Hehehehe, não vê como você é especial?

O Elfo pálido andou até o centro do vagão murmurando uma canção muito antiga do seu povo, esperando o menor sinal de movimento.

Istyar: Eu sei que você está aqui, meu amigo. Quando eu te vi eu quase corri atrás de você ali mesmo com seu amigo mago. - Disse em um tom calmo beirando o sádico, então tomou uma voz séria e sarcástica. - Mas, oh, então seria o fim de uma grande e planejada busca. Hehehehe.

Então o silêncio reinou.

Ryoth estremeceu levemente em cima da grande mala em que havia se empoleirado.
Alguma parte de si se lembrava daquela voz suave como o veludo, mas dura como o aço. E ele não gostava nada daquilo.
Suavemente, ele tenta se mover para um ângulo em que a fraca luz da lamparina não alcançasse. Onde ele ficaria envolto pelas sombras ....

*POF*

Ryoth: "Cê tá de zoeira, né?"

O pacote liso de antes caira com um grande estrondo, entregando claramente a sua posição para quem quer que fosse.

Um barulho súbito ocorreu no vagão, apesar do barulho constante dos trilhos do trem, o som de algo caindo era algo distinto. Istyar explodiu numa gargalhada quase macabra.

Istyar: Tsc. Tsc. Tsc. Eu sabia que eu não precisaria mover um músculo para lhe encontrar Ryoth. - O Elfo levantou uma lantenra de bolso com detalhes em ouro em direção ao wescan. - Ah, ai está você, vamos fique em pé, temos MUITO com que se divertir.

O Caçador da HS observou o Wescan se levantar com uma paciência colossal, depois começou a andar de um lado para o outro como se estivesse pensando o que fazer em seguida.

Istyar: Ah Ryoth, eu senti tanto a sua falta, aquele lugar estava ficando chato sem alguém para eu me divertir. Colocaram sua cabeça a prêmio, sabia? - Levantou os dois braços com ar de desdém. - Um preço altissimo, muitos estão atrás de você, mas eu não quero dinheiro. O que eu quero... - Então, uma brisa gélida que se infiltrava por uma falha do vagão passou por entre os dois, a lanterna tremeluziu e o trem vacilou, e um olhar sanguinário foi lançado ao fugitivo. - É TERMINAR O QUE EU COMECEI. Venha, faça o primeiro ataque!

O Elfo desembainhou sua espada e puxou uma adaga escondida com a mão esquerda, aguardando pacientemente o movimento de Ryoth.

Ryoth apalpa os bolsos, atrás de algo que pudesse usar para se defender, e encontra uma de suas adagas. Para sua surpresa, ela estava intacta, apesar de .... apesar do que mesmo? Alguma coisa dentro de seu consciente esperava que ela estivesse fora de uso.

Ele a empnhou, meio desajeitadamente com a mão direita, e se colocou em posição de defesa.

Ryoth: Rapaz, eu nunca te vi mais gordo na minha vida. Por que estão atrás de mim, heim? Eu ... nunca me meti em nada mágico.

Istyar estava extramamente desapontado com tanto a falta de reconhecimento quando a ausência de aproveitar a oportunidade que lhe foi dada.

Istyar: Oh Ryoth, assim você fere meus sentimentos. Deixa eu lhe retribuir na mesma moeda. HAHAHA! - O Elfo pulou rapidamente em direção ao oponente, mirando um corte horizontal vindo de cima com a espada, mas no meio do caminho, recuou o braço e fez um corte com a adaga no braço direito de Ryoth. Após isso, deu um pulo leve para trás.

Istyar: Um ferimento superficial, não fatal, mas vai sangrar por um certo tempo. Apenas um aviso meu velho e querido amigo, o próximo ataque será ainda mais divertido. - O Elfo tomou pose defensiva na frente da luminária. - Quer respostas? VENHA PEGAR!

Ferido, o wescan xinga baixinho.

Ryoth:"Mas que diabos, o que esse cara quer de mim? EU NUNCA VI ELE NA VIDA. E eu também não me lembro de ter engraçado nenhum macho por ai ... sai pra lá!" - Ele saca a outra adaga, e com um sorriso sarcastico nos lábios, diz - não me lembro de ter feito amizade com gente tipo você, sabe? Mas já que insiste ... acho que vamos ter que dançar agora, certo?

Em um impulso, ele mira um corte horizontal com uma das adagas, enquanto escondia a outra nas costas