Portus Luna

Aliot percebe que Aron caminhava em direção a Elisa... o meio-eloziano já sabia o que estava prestes a acontecer, e sabia que lágrimas poderiam ser derramadas entre aqueles que já estavam ali... novamente.

Ao ouvir a pergunta de Damian, Aliot rsponde, com uma certa "apreensão", na fala. Sabia que a aprtir do momento em que ele respondesse o ruivo, o mesmo começaria a saber dos eventos que estavam rondando o grupo... e a coisa não seria boa para nenhum lado da história.

Aliot: Damian... os Vardembris são uma família nobre de Servais. Eles lidam com finanças e assuntos monetários. Aron, por sua vez, é um "vassalo" diz, desenhando aspas dos Vardembris, sua família, os Lightsworn, já servem-nos há vários anos.

Já então, perto da porta, onde Elisa estava (e onde Aron se aproximava), a guarda finalmente notou a aproximação do Lightsworn

Elisa: Aron! diz, num tom alegre e festivo você finalmente chegou! Eu já estava ficando preocupada

Aron continuava fitando o chão, ele não suportaria ver a cara da guerreira quando ele lhe desse as notícias. Ainda mais sabendo que agora ela estava contente, notícias como aquela não eram nada agradáveis, porém, não era algo que ele pudesse omitir.

— Senhorita Elisa... eu...

A voz do garoto começava a tremular, como se ele fosse chorar novamente pela morte de Heracle. Mas, dessa vez, o Lightsworn se conteve, engolindo as lágrimas e se preparando para terminar de falar. Erguendo os olhos para fitar Elisa nos olhos, o mago continua:

— ... eu falhei. Uma coisa horrível aconteceu em Tedermut, algo horrível para os Vardembris, algo que eu deveria ter evitado.

Voltando a baixar os olhos e fechando os punhos com força, Aron prossegue falando.

— Eu falhei... o senhor Heracle... ele... por minha culpa.

A voz do garoto emudece, enquanto memórias vinham na sua mente. Memórias de quando Heracle ainda era vivo, de quando ele ainda morava na mesma casa que Aron. As memórias boas, a visão de Heracle como um irmão mais velho, um herói.

Elisa olha pensativa para Aron... a mulher estava confusa (para dizer no mínimo). O que teria acontecido com Heracle? O que Aron queria dizer com isso?

Elisa: Aron... o que... o que você quer dizer com isso? O que aconteceu com Heracle? foi então que, percebendo as feições do Lightsworn, a mulher indaga, apreensiva ele... está... morto? diz, diminuindo o tom da voz a cada palavra

Aron sacode a cabeça, afirmando o que Elisa havia dito. Cerrando os punhos novamente, o corpo do garoto começa a tremer, como se ameaçasse desabar, porém, ele mantém a compostura.

— T-tudo por minha causa... e-eu que deveria ter sentado naquela mesa... o veneno... e-eu que devia ter tomado... ele tomou o meu lugar só para morrer...

Elisa olhava ainda vez mais confusa para o homem

Elisa: veneno? Mas... como... como assim veneno? O que aconteceu em Terdemut! diz, se aproximando de Aron, sacudindo-o, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto por favor, me diz que você está brincando... por favor...

Aron tenta se desvencilhar da mulher, desviando o olhar. Ele apenas confirma com a cabeça, em silêncio. Aquilo havia sido muito impactante para o garoto no momento, ele conseguia imaginar como Elisa se sentia, porém, ele tinha feito uma promessa para si mesmo de que seguiria em frente, de que ficaria mais forte, de que descobriria quem causou todo o alvoroço em Tedermut e que acabaria com a vida do indivíduo.

— Eu não estou brincando, falo sério. Porém, se nós nos desmancharmos em lágrimas não iremos ajudar em nada, temos que prosseguir, pelo senhor Heracle. Eu não sei se o resto da família já sabe da notícia, temos que avisá-los também, eu estava pensando em passar lá depois, mas agora... agora estamos todos cansados.

Quando o garoto menciona "todos" na sua frase, ele faz menção ao grande grupo que o acompanhava.

— Por hora, precisamos descansar, pensar melhor no que iremos fazer...

Ao ouvir aqueles palavras, Elise simplesmente se "cala". Ela não pronuncia nenhuma palavra... nada

A mulher apenas fica fitando o local onde Aron estava... aquelas palavras haviam deixado-na em choque... a morte de Heracle... aquilo não parecia real, nada mais parecia real

Após um tempo de silêncio, ela pronuncia simples palavras, dizendo ao grupo:

Elisa: melhor vocês entrarem.. diz, abrindo a porta, adentrando na casa

Damian ouve a explicação de Aliot e fica apreensivo e ao presenciar o diálogo entre Aron e Elise, o jovem procura pensar em algo pra dizer naquele momento.
Damian: Meus sentimentos. - disse em direção à jovem que o convidava, enquanto entrava na casa.

Yun observava a cena em silêncio, sabia o que estava por vir enquanto acompanhava o grupo da loja até a casa dos Vardembris. Sabia que seria um momento difícil não só para o grupo todo, mas principalmente para Aron, já que a menina esteve lá na hora. Viu como o rapaz reagiu àquela morte, e sabia o quão importante era aquele homem para o jovem Lightsworn. 
Assim que alcançaram a casa dos Vardembris, Yun percebeu uma mulher sentada na "varanda", com uma expressão serena. Entendeu, logo de cara, ao observar as reações de Aron, que ela receberia a má notícia. Foi então que sentiu seu peito apertar, como se estivesse sendo esmagado por dentro e ela não pudesse fazer nada para apaziguar a dor. Mesmo que não conhecesse o homem ou aquela família, mesmo que não tivesse vivido sua vida inteira com eles, a menina entendia a aflição que tomaria conta daquela casa como um todo.
Enquanto ouvia a conversa entre a mulher, Elisa, e Aron, Yun manteve-se em silêncio, já que não podia fazer nada. Falar alguma coisa naquela hora poderia piorar a situação, visto que ela nem mesmo conhecia aquela mulher direito. Pensou que deveria ser difícil para Aron lidar com a situação sem desmoronar, e entendeu que ele estava fazendo isso não só pelo grupo, mas pela senhorita Elisa. Esse era um dos momentos que sua mãe havia lhe explicado no passado como um "momento em que deve ser forte pelos outros". Yun sabia que Aron estava sofrendo, mas ele estava tentando ser forte para consolar seus "mestres".
Ela suspirou e assentiu para si mesma, prometendo que seria forte também, mas para consolar aquele seu amigo que tantas coisas boas fez para a menina-lobo. Yun estava disposta a fazer qualquer coisa pelo rapaz, e essa era sua promessa. Uma que jamais iria quebrar, ou pelo menos, não queria quebrar.
Assim que ouviu a mulher os chamando para entrar, caminhou vagarosamente deixando todos do grupo entrarem antes, e ao passar pela senhorita Elisa, fez uma reverência.

Yun - Minhas condolências... senhorita.

Por fim, entrou na casa logo atrás do grupo, sentindo que os ânimos não eram dos melhores. Óbvio, todas as memórias de Terdemut voltaram para a cabeça de todos, e Yun devia dizer que aquele lugar e aquelas cenas foram as piores que já tinha visto na vida. Só de lembrar daqueles corpos, de todo o sangue, seu estômago embrulhava, e a fazia recordar também daquele corpo dilacerado da floresta. Aquele corpo que ela dilacerou.

Aron fica parado no lugar aonde estava antes, olhando para o chão. O garoto fica lá por algum tempo, até que finalmente decide entrar, já mais controlado e calmo. Assim que passa por Elisa, o Lightsworn pousa a mão no ombro da mulher, dizendo.

— Me desculpe por lhe dar a notícia assim, senhorita Elisa... mas... sejamos fortes, certo? O que aconteceu, já aconteceu, temos que nos focar no que ainda está por acontecer...

Então, ele retira sua mão do ombro da guerreira e passa, ao lado do grupo.

- Meus pêsames... - ela falava baixo ao passar por Elisa, sem olhar diretamente em seus olhos.

Rôji: Ora! Já não aguentava mais esperar!

Indo para perto de Indrick, a mulher gesticulou para o o balcão, tentando dizer ao rapaz para deixar a caixa ali.

Mulher: Astampur é o nosso sobrenome, hehehe... o nome dele é Rôji. E o meu é Beraella!

Após entrar, Damian procura Aron para falar.
Damian: Aron, desculpe o incomodar nessa hora tão difícil, mas gostaria de saber se existe algum lugar que eu possa utilizar como oficina, preciso consertar minha canhoneira.

Aron leva a mão até o ombro do mecânico e dá uns tapinhas de leve no mesmo, dizendo.

— Bom, amigo, pode usar qualquer quarto, sinta-se livre. Só... tente não fazer muita bagunça, certo? Não quero causar nenhum trabalho para a senhorita Elisa...

A voz do Lightsworn parecia triste, ele não olhava diretamente para Damian enquanto falava, olhando para frente, para o "nada".

Mio involuntariamente se encolhe, assim que houve a notícia de que uma pessoa tinha morrido. Ela sabe o sofrimento dessas pessoas, seu coração e sua garganta apertam assim que Mio vê as expressões de todos. Andando até Elisa, Mio diz, numa voz baixa e triste, como se estivesse prestes a chorar.

Mio - Sinto muito por sua perda, senhorita Elisa..

Mio então caminha até Aron, com um olhar choroso. Chegando perto dele, ela murmura um "venha comigo", pega o pulso dele e arrasta o homem para o andar de cima, onde tinha visto uma "varanda", lugar do qual ela se sentia tranquila em falar tudo o que devia falar, para o bem de Aron. Chegando no quarto, Mio o levou até a varanda e começou a falar de cabeça baixa e braços cruzados, encostada na grade.

Mio - Aron... eu sei que não te conheço tão bem, espero falar isso para todos, mas agora não é o momento certo. Enfim... eu sei que você está se culpando ao extremo pela morte de seu amigo, e você não precisa fazer isso. Eu conheço muito, MUITO desse sentimento, dessa angústia. Eu conheço muito bem... Mio gesticula para o próprio peito, no lado esquerdo-aquela sensação no seu coração. Isso já aconteceu comigo, só que em uma intensidade... maior. Não estou dizendo que sua situação é mais fácil, mas sim que entendo TODA a sua dor e mais um pouco. Eu vi meus amigos morrerem em minha frente, sem eu poder fazer nada... Então ela agarra o área de seu coração, como se estivesse querendo o arrancar do lugar, e vira-se para fitar o céu, falando. É horrível, não? Ver seus amigos morrerem na sua frente, você ficar.. surpreso e devastado, enquanto eles agonizam... é horrendo. Eu me culpo até hoje, isso aconteceu há muitos anos. Sei que você se culpa também, e não precisa fazer isso. Não foi sua culpa, você não fez com intenção, mas eu... Uma lágrima, seguida de linhas transparentes percorrem o rosto de Mio- eu deixei minhas emoções entrarem... no lugar do que deveria realmente estar lá, e aquilo foi imprudente, resultando numa tragédia... Só quero que você saiba que NÃO foi sua culpa, totalmente não...


Segurando seu braço, Mio então da alguns passos para frente e segura as mãos de Aron, em uma forma de ajuda, para que ele não precisasse se preocupar. Ela não queria que o homem sofresse mais do que ela sofreu.

Beraella: Não se preocupe, não é algo que possa quebrar tão facilmente. - a mulher começa a limpar o balcão com um paninho, ainda olhando Indrick - Então quer dizer que você só fez um favor à Sira? Espero que ela te pague de volta... aliás - Beraella buscou 15 talentos e os entregou ao rapaz - aqui está, um presente.

Sentindo a garota apertando suas mãos, tentando consolá-lo, o Lightsworn abaixa a cabeça, meio que confirmando o que Mio havia lhe dito. Então, ele ergue a cabeça, se virando para as estrelas, já que, por estarem no fim da tarde, já se revelavam, e eram facilmente observáveis da sacada.

— Eu... eu estou bem, é só que o senhor Heracle... ele se foi tão jovem, e daquele jeito, naquela situação... era para eu estar no lugar dele, era meu dever estar lá, ele chegou nos últimos momentos, só para me substituir, e isso acabou o levando ao óbito. Eu só queria que as coisas tivessem sido diferentes, era para eu estar lá naquela hora, não ele, era para eu ter morrido, não ele...

O Lightsworn volta a baixar a cabeça, olhando para o chão. Rapidamente ele leva o braço até os olhos, enxugando lágrimas que estavam para se formar com as costas de sua mão. Então, ele volta a fitar as estrelas.

— Porém, não foi assim que as coisas aconteceram... no fim, eu falhei. Mas eu sei que me lamentar não vai resolver nada, e que o senhor Heracle não ficaria nada feliz por ver eu me lamentando, tenho que prosseguir, senhorita Mio, tenho que continuar vivendo...

Então, ele começa a fitar os olhos da garota, já mais calmo. Apertando a mão de Mio, como se quisesse demonstrar seu apoio também após ouvir a história dela, o mago continua:

— Mas... obrigado por se preocupar, senhorita Mio. Obrigado por tentar me consolar, muito obrigado. Sobre sua história, bem, eu tenho certeza que seus amigos também não iria querer que você se martirizasse tanto. Tenho certeza que não foi sua culpa. Me desculpe por lhe fazer se lembrar de algo tão doloroso.

Então, Aron aperta mais uma vez a mão da garota, demonstrando seu apoio. Erguendo a cabeça e levando sua mão até o rosto de Mio, para limpar a lágrima solitária que percorria seu rosto, o garoto lança um olhar determinado para sua amiga, como se dissesse que conseguiriam superar aquela situação, ele superando a perda de Heracle, e ela superando a perda de seus amigos e parando de se culpar por aquilo.

Indrick fica totalmente desapontado por não terem aberto a caixa que tanto cobiçava descobrir qual o seu conteúdo.
(Indrick's feelings  )

Ele assente com a cabeça e recebe o trocado dinheiro e diz...

Indrick: Ah, ela já tem me recompensado o bastante até agora, tanto esta armadura quanto a espada que uso foram gentilezas que ela me concedeu, espero que eu tenha podido retribuí-las com este pequeno favor! fala sorridente, dando uma pequena olhada na caixa uma última vez na tentativa de deduzir o conteúdo dela...

Ele então se despede da mulher indo até a saída do bar, enquanto ainda olhava para a caixa.Ele então aceita que não poderá saber o que tinha dentro da encomenda e volta-se para a porta, saindo...

Ele então, ainda desapontado por não saber o que tinha naquela caixa, volta para a loja da Sira, refazendo o caminho que tomara para chegar ao bar...

(inutando aqui com a Yun, rçrç)

Yun observou a conversa de Aron e Elisa, e logo depois, Mio levando o Lightsworn para outro lugar. Provavelmente queria conversar com ele sozinha, o que era bastante curioso para a menina-lobo, mas ela deixou que fossem. Não queria atrapalhar em um momento desses, e fosse o que fosse, deveria ser importante para os dois.
Yun caminhou até perto de Elisa, colocando a mão no seu braço como se tentando dar apoio.

Yun - Senhorita Elisa, estamos aqui caso precise de ajuda... sei que na verdade, a senhorita gostaria de um tempo sozinha agora... mas se precisar, estamos aqui.

[inutar mode ON]

O jovem agradece a Aron e entra em um dos quartos, deixando o restante do grupo no hall de entrada. Abre seu kit sobre uma mesa e, com uma das chaves, começa a mexer em sua canhoneira.

Mio suspira em alívio após saber que Aron estava ao menos um pouco melhor. Então, ela diz.

Mio - Bem.. eu não sei o que dizer... mas, o prazer é todo meu. Sei que não sou tão próxima de você, nem sei se você me considera uma amiga, mas quero te ajudar, de qualquer jeito. Aron... eu sei que você está precisando de mais ajuda, mas... poderia me deixar sozinha por um momento?...Não estou me sentindo bem, minha cabeça... parece que estão martelando ela...

Mio fala, com um sorriso fraco em sua expressão dolorosa. Ela não queria fazer isso com o homem, mas ela realmente não estava se sentindo bem, e se perguntava a razão disso. Mio começa a lembrar-se um pouco mais de seu passado, suas memórias voltam em um flash. De repente, lágrimas começam a sair dos olhos de Mio, escorrendo em sua face. Por mais que ela tentasse parar de chorar, ela apenas não podia. Seu corpo começou a tremer, e sua voz ficou tremula, enquanto ela falava.

Mio - Eu... pr..preciso de um tempo..sozinha..

Mio falava, com dificuldade. As lágrimas que antes escorriam em pequenas gotas, agora escorriam em pequenas, infinitas cachoeiras. Mio começava a soluçar um pouco, e se encostava novamente na grade, como apoio, abaixando a cabeça, como se estivesse envergonhada em mostrar uma de suas fraquezas.

Mio - Não se...p..pre..ocupe comigo.. v..vou.. ficar bem..