Portus Luna

As orelhas lupinas de Yun levantaram-se e então a garota lançou um olhar curioso para Aliot.

Yun - Promessa? - após ter dito isso, Yun coçou a bochecha um tanto sem jeito - Ah, desculpe, não sei se você gostaria de falar sobre isso. Minha mãe sempre disse que as pessoas gostam de segredos, e muitas vezes elas precisam guardá-los. Então se não quiser contar, tudo bem!

Aliot dá de ombros, dizendo para Yun

Aliot: não tem problema Yun..., é bem... "simples", na verdade diz o meio-eloziano, apreensivo bem... digamos que eu tenho uns amigos que se sacrificaram para que eu estivessem aqui... e que agora, eu preciso retribuir o favor... fala, suspirando, voltando a fitar as nuvens

Yun assente para o rapaz, pensando naquilo que havia dito. "Os amigos do Aliot se sacrificaram por ele? Deviam ser bastante unidos.". A garota suspirou, enquanto balançava a cauda devagar. Por algum motivo estranho, o seu enjôo não estava mais a incomodando tanto quanto antes.

Yun - Entendi. Boa sorte na sua tarefa Aliot! Estarei torcendo por você!

Por mais que quisesse ajudar o seu amigo, sabia que isso era algo que ele deveria fazer sozinho. Ao menos por enquanto. Se um dia precisasse de alguém, Yun tinha certeza de que estaria sempre lá para apoiá-lo.
Então, voltou a pensar na sua própria pergunta. O que faria depois de tudo acabar? Voltaria a trabalhar lá? Sem sombra de dúvidas, NÃO. Mas o que poderia fazer? Continuar viajando sem rumo pelas terras? Talvez fosse uma boa escolha. Ou talvez ela conseguisse algum emprego melhor, agora que já tinha mais experiência, e pudesse construir um lar. Yun deu um breve sorriso e voltou a fitar o céu azul.

Yun - Só espero que essa missão dê certo.

Do lado oposto ao qual seguia Aron, vinha seguindo uma figura familiar.
Era Ryoth, que por muita sorte, ou talvez azar, conseguira fugir da prisão junto a seus amigos para nunca mais vê-los. 
Agora, ele vagava pelo mundo, sem um motivo certo para continuar vivendo.

Por hábito, ele acaba esbarrando em Aron, como se fosse para bater sua carteira. Mas, recuou o quanto antes, fingindo que o esbarrão realmente tinha sido sem querer.

Ryoth:Me desculpe, amigo, eu estava distraido e ....

Aron estava envolto em seus pensamentos quando sofre o esbarrão. O homem que havia esbarrado no Lightsworn parecia não estar na melhor das condições, e havia se apressado em pedir desculpas. Aron também se apressou para se desculpar.


— Não se preocupe, todos nós temos nossos momentos de distração.

Ryoth vacilou por um segundo. Ele sempre adorara dinheiro. Mas certas experiencias que passara mostraram a ele que o poder aquisitivo não era tudo. 

Além disso, quem daria um centavo sequer pra um wescan maltrapilho que simplesmente aparece na rua?

Ryoth: É muita gentileza de sua parte, mas eu recuso. Um amigo meu não gostaria caso eu aceitasse ganhar dinheiro sem suar por ele.

Aron recolhe a mão com os talentos, colocando-os novamente dentro de suas vestimentas.


— Certo, então, você é quem sabe. Tenha um bom dia, camarada, e boa sorte para você.


Apressado, o Lightsworn retoma seu caminho, voltando a se mover em direção a Bellafont.

Ryoth: Ei, espera, escuta. - Ryoth diz, para as costas de Aron - Eu ... estive procurando desesperadamente pelos meus amigos. Aqueles que, imagino, ainda estão vivos. 

Ele faz uma breve pausa, quase se arrependendo de ter se aberto a um estranho. Mas ele tinha se mostrado uma boa pessoa, e era a melhor aposta do wescan em semanas

Ryoth: Não sei se você já chegou a conhecer ... uma garota bonitinha, que parece um lobinho ...

Aron olha para o homem, e a imagem de Yun cruza a cabeça do Lightsworn instantaneamente. Ele imagina que tipo de pessoa aquele homem poderia ser, estando à procura da garota lupina. O sorriso murcha dos lábios do garoto, que lentamente leva a mão até a cintura, aonde estava localizado o cabo de uma de suas espadas.

— Por algum acaso eu conheço sim uma pessoa que bate com essa descrição. Por que você está atrás dela?

A única imagem que passava na cabeça de Aron era a das pessoas que haviam prendido Yun em Ylliria, os afiliados da Helia Signa. Será que eles haviam enviado um espião tão distante assim?

Como o bom gatuno que sempre foi, Ryoth percebe o movimento de Aron, e logo ergue as mãos, indicando que não queria se envolver em conflitos

Ryoth: Vai na calma, camarada. Eu sou só um vagabundo maltrapilho, que não quer nada além de uma boa vida e uma informação. Quer dizer ... eu conheci essa menina, e ela mexeu comigo de certa forma. Eu só quero reencontrá-la.

Aron continua em sua postura rígida, como havia sido treinado ainda em Bellafont, durante o início de sua adolescência. Continuando com um caráter indagativo, o Lightsworn prossegue:

— Quais seus motivos para procurá-la? Você sabe ao menos qual o nome dela?

O corpo de Aron pareceu relaxar após ouvir as palavras do Wescan. Afastando a mão do cabo de sua espada, o Lightsworn apresentou um olhar bem menos rígido e sério ao responder.

— Não é seu dia de sorte. Eu estava no mesmo grupo que ela, mas acabei de me separar do grupo. Eles estão indo para Prakol, uma pequena cidade ao sul do Condado de Ylliria, e, conhecendo eles, já devem estar a caminho de lá.

Ryoth se aproxima mais de Aron, se é que isso é possível, com um brilho de esperança nos olhos

Ryoth: Sério? Ela está viva? Está bem? Minha nossa, eu nunca acreditei em deuses mas to começando a achar que talvez eles existam.

- Não me deixe sozinho!
O wescan disse, sem pensar muito bem, e logo em seguida se arrependendo das próprias palavras.
Ter vagado sozinho por lugares que ele sequer conhecia por um tempo tão longo, que nem ele mesmo sabia especificar quanto, foi penoso demais para Ryoth.

Ele sempre vivera por conta, não confiando em ninguém.
Mas a perspectiva de ficar só novamente, o assustava mais do que qualquer outra coisa agora.

- Quer dizer ... - ele emenda rapidamente, tentando não parecer tanto com um cachorro sem dono - eu nem sei pra onde ela foi, com você eu tenho mais chances de me encontrar com ela, certo?

O Lightsworn se surpreende com o pedido do Wescan, mas o responde com um tom de voz meio desanimado.

— Ah, me desculpe, mas eu tenho que fazer algo sozinho agora. Vou passar um bom tempo ocupado com isso, então não vou poder te acompanhar até você reencontrar a Yun. Mas é como eu disse, eles vão para Prakol, e isso é tudo o que sei. Se quiser mesmo se reencontrar com ela, vá para lá e tente perguntar por ela quando chegar, não deve ser muito difícil.

O garoto volta a virar as costas pra Ryoth, retomando seu trajeto.

Ryoth: Qualé ... não seja tão anti-social - o wescan diz, num tom provocador - eu juro que não vou me meter em nenhum dos seus assuntos. De verdade. Eu só ... é ... preciso de um guia, isso! Um guia.

Uma vez mais, Aron para e se vira para o Wescan. Com um semblante sério, o garoto responde:

— Sério, você chegará até a Yun muito mais rápido se pegar um barco aqui e ir para o condado de Ylliria. Eu vou rumo a Bellafont, na direção oposta. Tenho certeza que a Yun vai apreciar sua companhia mais do que eu, é só ir para o lugar onde ela está indo. Você diz precisar de um guia, mas é exatamente o que eu estou fazendo, já lhe dei um rumo para seguir se quiser chegar até Yun.

Aron suspira, ainda de frente para Ryoth, esperando ele seguir rumo ao porto.

Ryoth: É, você tem razão. - ele diz, após alguns segundos - se e for até o porto, eu posso me encontrar com a Yun. Mas eu também queria .... errr ... - ele desvia o olhar, embaraçado por dizer esse tipo de coisas - queria a companhia de alguém. Não um guia. Um a .... um amigo.

Ele se cala, sentindo-se muito irritado consigo mesmo. Mas ao mesmo tempo, ele nunca se sentira tão ... fragil e desamparado.

A expressão do Lightsworn muda um pouco ao ouvir as palavras do Wescan, mas mesmo assim, ele se lembra do que tinha que fazer. Ele precisava voltar para Bellafont rápido, e retornar sozinho para lá seria bem mais fácil.

— Em outras circunstâncias, eu sinceramente não teria problema em te acompanhar, ou no caso, deixar você me acompanhar. Mas agora não é a melhor hora para eu andar acompanhado. E, bem, se você pegar um barco, talvez conheça um novo amigo lá.

Aron força um sorriso fraco, tentando animar o estranho. Embora deixar Ryoth partir sozinho deixasse o Lightsworn um pouco triste, ele sabia que chegar em Bellafont sem estar sozinho não seria uma boa experiência.

Ryoth: Hmm ... é, você tem razão,acho - o Wescan diz, torcendo as mãos - obrigado pelas orientações. Eu não vou mais te prender.

Ele estende a mão, amistosamente

Aron estende a mão para o Wescan, dizendo:

— Nah, não tenho problemas em ajudar. Quando você encontrar a Yun, diga pra ela que pode ser que demore um pouco, mas que nós nos encontraremos novamente.

Ryoth: Pode deixar, eu vou passar seu recado pra ela - ele diz, sorrindo amistosamente - alias ... eu nem perguntei o seu nome. O meu é Ryoth.