Portus Luna

Aliot fica receoso ao tentar falar do que aconteceu em Terdemut, mas numa tentativa de quebrar o silêncio aterrorizante que assola a sala onde o trio se encontra, o meio-eloziano começa a falar (receoso, mas começa a dar início a seu discurso)

Aliot: a reunião dos embaixadores começou antes do previsto... ela... solta um cansado suspiro foi adiada

Aliot põe a mão na testa, e começa a falar de uma vez, pondo tudo que sentia para fora junto com seu discurso

Aliot: a reunião começou no castelo... tudo estava indo bem... a maioria dos embaixadores vetou a Carta Inquisidora que estava sendo planejada para ser aprovada. continua, inconformado foi então que, após a assinatura da carta ter sido negada, todos os embaixadores que negaram a carta começaram a... fala, inquieto morrer...

Raegon: não só os embaixadores diz o go'hakiano, com um tremendo pesar em sua voz

O sorriso que antes estava estampado no rosto de Theodore se desfaz numa abismal expressão de assombro e angústia. O homem jamais imaginaria que o tricentenário, algo que deveria ser considerado uma festividade, poderia se tornar algo tão... terrível

Theodore: m-mas... eles morreram? C-como?


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Keela escuta o comentário de Aron, e numa resposta penosa, a mulher fala ao mago

Keela: paz? Aron, em tempos como estes em que estamos vivendo, a paz é apenas uma ilusão que criamos para suportar o peso que carregamos diz, numa penúria lastimável

O sorriso de Aron desaparece após ouvir as palavras de Keela. Aquilo havia acabado lembrando o garoto de coisas que ele queria esquecer, dores que ele pensava já ter superado.

— E você acha que eu não sei, senhorita Keela? Toda essa violência sem motivo, essas mortes em vão. Tudo isso, acha que não sei que a paz é só uma ilusão? Um conforto temporário?

Com um olhar triste no rosto, o Lightsworn começa a fitar o copo já vazio.

— Eu só achei que talvez nós pudéssemos relaxar um pouco, nos divertirmos enquanto estamos todos juntos, afinal, temos que aproveitar cada momento em que a vida não nos force a encarar a realidade.

Soltando um suspiro, o garoto se levanta, continuando.

— Mas você tem razão, senhorita Keela. Sentar aqui e comemorar, ou relaxar, não vai nos levar a lugar nenhum. Ao invés de aproveitar essa falsa paz, deveríamos nos preparar para a realidade.

Lentamente, Aron começa a caminhar em direção a saída do restaurante. Andando de forma meio cambaleante, graças a perna machucada, o mago demora para se locomover.

Mio fitava a saída dos três homens, e pensava no assunto. Mas isso poderia ser ignorado por um momento. Ouvindo o que Aron disse e a resposta de Keela, Mio falou.

Mio - Senhor Aron, eu sei que está ansioso para aproveitar o máximo tudo isso. E Keela, se posso te chamar assim, concordo com você. Não temos paz em tempos como esses, tudo é apenas uma máscara, essa máscara esconde tudo. Então... como Aron disse, devemos nos conhecer mais, que tal quando formos para o hotel, nos reunirmos e nos apresentarmos apropriadamente?

Mio falava num tom sério, pois não estava brincando. Ela sabia muito bem o que era estar numa situação de risco, oh se sabia. Ainda mais estar em uma ilusão, fingindo ter paz. Logo memórias inundaram a mente de Mio e ela não conseguia negar que estava sentindo uma grande dor de cabeça vindo para a atormentar. Jogando os seus pensamentos de lado, Mio olhou para Keela, analisando suas expressões e sua aparência. Realmente, a Go'hakiana era muito linda, seus olhos esverdeados, corpo musculoso, o cabelo graciosamente arrumado e sua pele morena, característica dos Go'hakianos, mas estranhamente, Mio tinha nascido com a pele branca como a neve. Mio de repente da um pulo, assustada com as memórias que estavam vindo a tona. Sim... ela se lembrava, essa era.. Keela, uma antiga amiga, não uma amiga intima, a qual ela confiava, mas a diferença entre ela e aquela... desgraçada, era que Keela não era uma traidora, ela era leal, companheira e carente, ao mesmo tempo determinada com os seus amigos, que eram poucos. Bem, a própria Kurosawa não se considerava uma amiga intima de Keela, elas as vezes andavam juntas, raramente, na verdade. E também, a relação era de companheirismo, já que quando alguma se machucava, a outra ia ajudar no possível. Mio agora se lembrava de tudo, e arregalando os olhos, ela fala com incerteza.


Mio - K-keela... eu sei que posso não estar certa, mas...você se lembra de mim? Quase tudo o que eu não lembrava veio na minha cabeça em um turbilhão agora...você se lembra da garota chamada Mio? Kurosawa Mio.. eu estudava na academia de guerra de Yo'shaya.

Mio falava com a voz trêmula, já que fazia anos e anos que as duas não se falavam, e havia uma grande possibilidade da go'hakiana não se lembrar.

Yun observava a cena em silêncio, enquanto cada um ali terminava o seu prato. A garota percebeu as expressões de Aron e Keela enquanto conversavam sobre a paz, e logo mais, Mio conversando com a outra garota propriamente dita.

Yun - Ohh, vocês se conhecem? 

Yun sorriu, levantando-se da sua cadeira para dar mais privacidade à Keela e a Kurosawa. Nisso, caminhou até onde Aron estava, segurando-o pelo braço de leve.

Yun - Não é falsa paz Aron, é esperança.

A menina-lobo deu o sorriso mais gentil e confortante que podia, percebendo que o rapaz poderia ainda estar sofrendo com o que acontecera em Terdemut. Era, de fato, algo difícil de esquecer.

Yun - Você sabe que eu estou aqui, caso você queira desabafar ou algo do tipo, né?

Theodore: não... não pode ser diz, encostado a cabeça na cabeceira da cadeira mas... porque? Para que isso...

Thedore torna a ficar cabisbaixo, com a cabeça sendo apoiada pela braço, cujo cotovelo estava apoiado encima da mesa da sala.
Durante aquele tempo, o silêncio passa a reinar naquela sala. Durante cinco minutos, ninguém ousara pronunciar uma única palavra, um único murmúrio...

Isto é, até Aliot quebrar o silêncio

Aliot: Theodore... tem outro detalhe diz, com uma voz melancólica a substância usada para envenenar os embaixadores e os nobres foi o Éxion, o Behe-Volien no estado mais refinado prossegue, tornando a ficar sério na fala essa coisa deveria ser usada para detectar se uma pessoa é maga ou não, mas pelo o que vimos, ela tem um efeito adverso e terrível em pessoas "normais"

Raegon assente com a cabeça, dizendo

Raegon: se não-magos morreram assim, isso quer dizer que, quem quer que esteja usando o Éxion, não quer se livrar dos magos, mas de seus inimigos...

Theodore torna a ficar espantado com o que Raegon e Aliot disseram... parece que o conflito da magia é o menor dos problemas

Theodore: parece que a Helia Signa não é mais problema nosso, não é? suspira parece que estamos olhando no caminho errado...


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Keela arregala os olhos quando Mio reconheceu-a...

De fato, era Kurosawa Mio! Ela era, a garota que ela conheceu em Yo'shaya!

Keela: Mio... diz, sorrindo para a garota que mundo pequeno... parece que foi ontem que te vi pela primeira vez nos arredores da cidade diz, exibindo um largo e caloroso sorriso você cresceu, hein? dá uma pausa  na fala ou melhor, crescemos... eu ainda era adolescente naquela época também

é então que Keela se aproxima da go'hakiana e indaga-a

Keela: mas o que você anda fazendo nesse lado do mundo? Pensei que continuaria em Xhor, ou, ao menos, lá pela Ilha de Giga

Aron suspira, levando a mão até a cabeça de Yun e dando tapinhas leves, como se fosse um carinho. Ao mesmo tempo, ele tentava tirar a menina de seu braço, de maneira gentil.

— Não, Yun. A senhorita Keela tem razão, não é hora de ficarmos conversando, temos que nos preparar para o que tem pela frente. Acho que por hora vou ficar com a senhorita Elisa, vou treinar e tentar aperfeiçoar meus poderes...

Falando isso, o garoto volta a caminhar na direção da porta.

Yun segue para parar em frente ao rapaz, com as mãos na cintura, enquanto olhava para o seu rosto. Ela fez uma expressão séria, sem desviar o olhar.

Yun - Aron, não fique assim. Keela não falou por mal, só estamos preocupados. Fique conosco, é mais seguro... esse ritualista está por aí... e não quero que você se machuque mais do que já se machucou...

Aron para de caminhar, olhando nos olhos de Yun. A preocupação que a pequeninha tinha por sua segurança meio que lhe incomodava, lhe deixava meio desconfortável, sem saber como reagir. Desviando um pouco o olhar, o jovem fala, meio desconcertado.

— Mas preciso treinar... preciso ficar mais forte. Esses ferimentos não vão me atrapalhar tanto assim... Eu tenho que treinar para poder vingar aqueles que eram próximos de mim e morreram, e tenho que treinar para proteger os que estão próximos de mim e ainda estão vivos... incluindo você, Yun, terei que treinar para poder te proteger.

Ainda parado no lugar, o mago fitava os olhos de Yun, se perguntando se ela havia entendido.

— Vocês são meus amigos, e preciso de força para que consiga impedir qualquer coisa de ruim que possa acontecer com vocês.

Mio estava esperando a resposta de Keela, suando frio. Ela estava tão preocupada com a menina, que sempre a ajudou quando Mio estava ferida. Elas não eram tão intimas, mas ver Keela tão bem agora, era aliviador e Mio queria gritar de alegria. Abrindo um sorriso gigante, Mio falou.

Mio - Keela...você mudou muito também. Está muito mais crescida, parece mais madura e principalmente, está muito bonita! E sim, eu teria continuado, mas...eu não tenho lembranças tão boas de lá...

Mio falava admirando a antiga garota, que agora é uma mulher. A Kurosawa queria muito se tornar igual a Keela.

Mio - Keela, me perdoe, mas eu tenho que fazer isso.

Mio falou, e logo depois, atacou sua amiga com um abraço, cruzando os braços na nuca de Keela , e a apertando fortemente, de modo que ela nunca mais saísse de sua vista.

Mio - Ke-Keela...eu..ach..ei que..v..ocê es-estivesse morta...fiquei..tão..p-preocu..pada..n..não me..deixe..m..mais se-sem noticias..pensei que tivesse te..perdido também..

Mio falava chorando, escondendo sua cabeça na curva do pescoço de Keela. Ela estava muito vulnerável, e não queria que ninguém a visse assim, mas ela não podia esconder a felicidade e angústia que estava sentindo agora. Pensar que uma de suas antigas amigas estava morta não era e nunca foi fácil.

Yun suspira, assentindo. Ela mesma já havia sentido aquilo que o rapaz à sua frente sentia. Aquela necessidade de se tornar mais forte para proteger aqueles que ama.
Porém, a menina ainda não deixava de ficar preocupada, já que sabia dos ferimentos de Aron, e sabia, ou melhor, imaginava, o que estava aí fora.

Yun - Eu entendo, eu quero a mesma coisa... mas você treinar enquanto está ferido assim, logo depois de voltar de uma viagem como essa não vai ajudar. Você precisa descansar, todos vocês. E aí, vão estar... - ela levou o indicador, com uma expressão pensativa, até abrir um leve sorriso - e aí vão estar 100% de novo!

Yun colocou-se na ponta dos pés, para dar três tapinhas no ombro de Aron, e logo após abrir um leve sorriso.

Yun - E veja só, se estivermos juntos, poderemos nos proteger melhor... não acha?

Aron abaixa a cabeça, concordando com Yun. Ele sabia que seria melhor se ficassem em grupo, queria ficar junto do grupo, mas algum instinto dentro dele dizia que ele tinha que sair, para retornar apenas quando estivesse mais forte.

— É só que não quero preocupar vocês... eu quero sair e treinar, assim que ficar mais forte, eu voltarei para ficarmos todos juntos, aí protegerei vocês. Eu me sinto muito fraco, durante a viagem aérea de Brastel para Servais, eu não consegui fazer praticamente nada para ajudar Keela e os outros. Eu sou só um peso por enquanto, eu preciso ficar mais forte...

Então, o Lightsworn leva a mão até o ombro machucado, dizendo.

— Além do mais, não tem como saber quando que isso vai se curar...

Yun abre um sorriso, dando dois "cutuques" com o seu indicador no nariz de Aron.

Yun - Eu já disse que acho que posso ajudar com isso, não disse?

A expressão do garoto muda quase que instantaneamente. Ao invés de decepção, Aron agora parecia curioso.

— Eh? Como assim, Yun? O que você está planejando?

Yun solta uma leve risada, colocando as mãos na cintura e lembrando-se de todas as aventuras que passara na floresta com os seus parentes.

Yun - Apenas algo que me ajudou bastante na minha infância. Veja só, eu tinha que viver nas florestas sem roupa alguma, então me machucava quase todos os dias. Se eu estou viva agora, é por causa disso que meus parentes fizeram. Mas... acho que você não vai gostar que eu faça aqui, então por isso estou esperando para irmos até o hotel.

Aron olha para a garota, meio pensativo, tentando adivinhar o que que poderia ser. Após alguns segundos, sem descobrir nada, o Lightsworn dá de ombros e fala, sorrindo.

— Bem, parece que terei de ir ao hotel, então, para ver essa coisa misteriosa.

Yun assente, animada, enquanto entrelaçava as mãos atrás de suas costas. Ela abre um sorriso, vendo que tinha conseguido animar, ao menos um pouco, o jovem à sua frente.

Yun - Tehehe! Espero que ajude mesmo!

Nisso, a menina-lobo olhou para a mesa onde o grupo estava para perceber Mio abraçada à Keela. Aparentemente, as duas se conheciam e eram boas amigas, caso contrário, não estariam daquela forma.

Aron se vira para ver o que Yun estava olhando. O garoto se depara com Keela e Mio se abraçando, como se fossem conhecidas de longa data, amigas se reencontrando.

— Então, Yun. Aonde você encontrou aquela garota, a senhorita Mio? Ela parece ser uma pessoa boa, mas ela age de uma maneira meio estranha...

Yun olha para Aron, e faz uma expressão pensativa, para então abrir um sorriso.

Yun - Enquanto estávamos lutando contra os mercenários na estação de trem, ela acabou se envolvendo na batalha também, e ficou do nosso lado. Foi lá que nos conhecemos. - a menina respira fundo, cruzando os braços - Mas mesmo com as ações estranhas dela... ainda acho que ela se tornará muito amiga nossa. Não é? Tehehe! Eu sinto isso!

Aron olha para Yun, sorrindo.

— É, aliás, parece que ela já está se enturmando, não é? Se bem que, agora, pensando melhor, aquele modo que ela tratou o senhor Raegon foi meio... estranho demais.

O garoto cora levemente, se lembrando do ocorrido.

— ~Caham~, mas tirando aquilo, tudo bem. E o senhor Damian, onde você encontrou ele? Também foi na luta?

Yun balançou a cabeça de forma negativa, pensando em quando encontrara-se com Damian pela primeira vez.

Yun - Foi aqui mesmo, naquelas mesas ali - a menina apontou para duas mesas próximas de onde eles estavam - Jeanne e eu estávamos comendo, quando Damian entrou no restaurante, seguindo outro homem e dois garotos. Problemas à parte, no final, eles ajudaram as crianças, e eu fui elogiar e acabamos conversando... bem, depois eu decidi ajudá-lo por que ele parecia ser uma boa pessoa.

A garota-lobo abriu um sorriso, levando as mãos para trás da cabeça.

Yun - Bons amigos, não? Só fico preocupada que eles acabem se metendo nos nossos problemas e corram perigo demais... não quero que mais gente se machuque.

Aron sorri, olhando para Yun.

— Mas aquela garota, a Mio, parece saber se defender, e não se preocupe, Yun.

Falando isso, o Lightsworn faz uma pausa e coloca a mão no ombro da garota.

— Eu vou protegê-los também. Seus amigos são meus amigos, não se preocupe com nada, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para acabar com qualquer perigo que possa aparecer, e sei que você também vai se esforçar, certo? Eles não tem nada a temer!

Com isso, Aron abre um sorriso confiante, fitando os olhos da lupina.

(TUTTURU!)

Yun assente, animada com o sorriso do Lightsworn. Ao menos conseguira acabar com algumas das memórias ruins que atormentavam o jovem rapaz, e isso era o bastante para deixá-la extremamente feliz. Ajudar outra pessoa era tudo o que desejava para sua vida.

Yun - Yup! Tehehehe! Somos invencíveis, não é? Tehehehe!

Aron sorri, concordando com a cabeça. Então, ele olha para o teto, pensativo. Após alguns segundos, ele deixa escapar um suspiro de alívio, seguido de um sorriso.

— Ah, Yun, se pelo menos todas as pessoas fossem tão boas quanto você, esse mundo seria um lugar tão melhor...

Yun sorri, mas na verdade estava pensando nas vezes em que se descontrolara e ferira outras pessoas sem nem um motivo aparente. Em Mirka, por exemplo, assassinou aquele homem do modo mais cruel possível, e imaginar um mundo repleto de pessoas como ela não era nada interessante.

Yun - Você... acha?

O tom que usara fora um tanto triste, mas ela se esforçou para parecer normal, mesmo que estivesse pensando naquelas cenas chocantes do seu passado.