Capital de Ylliria: Marsivel

Yun continua abraçada ao seu amigo, deixando tudo o que estava sentindo sair. Ela confiava bastante neles e talvez por isso estivesse se soltando tanto assim.

Yun - E-eles... perdoaram... mas... ainda não muda... o fato... de que eu... ma... mat...

Ela fica incapaz de terminar sua frase, permanecendo ali por mais algum tempo, agora completamente em silêncio.

Aron continua abraçando sua amiga de maneira forte, porém gentil. Falando em um tom de sussurro, o garoto diz.
— Está tudo bem, Yun. Agora esse assunto finalmente está encerrado, você não deve mais se preocupar com isso. Vamos superar coisas tristes assim, certo? Todo mundo tem seus medos e pavores, além de tristezas e arrependimentos, porém, só os bravos, fortes e de bom coração conseguem superar todos esses obstáculos. Você é brava, forte e tem um bom coração, tenho certeza que conseguirá superar isso.

Yun - Você... acha?

Pergunta ela, ainda escondendo o rosto, para que Aron não a visse desse modo.

Aron leva sua mão até a nuca da garota, acariciando Yun com um cafuné gentil.
— Claro que sim, Yun. Você é uma garota incrível, tenho certeza que conseguirá superar isso antes mesmo que note.

Yun, incrivelmente, solta uma leve risada, afastando-se do rapaz com um pequeno sorriso, apesar das lágrimas.

Yun - É por causa de vocês. É só por isso.

Mesmo que, em certo ponto, sua frase não fizesse sentido, para ela era muito explicativa. Ela limpa os olhos, respirando fundo e sentindo como se aquele buraco que tinha no peito não existisse mais.

Aron libera um sorriso leve, enquanto continua afagando a cabeça de Yun.
— Você é uma pessoa que faria tudo por seus amigos, Yun. Pessoas assim são muito raras, mas também são o melhor tipo de pessoas, pessoas boas que farão de tudo para ajudar os outros...
Então, o garoto leva a mão até seu peito, dizendo.
— Eu gostaria de jurar que lhe protegerei para sempre, de todo e qualquer mal, mas não sei se conseguiria. Mas tenha certeza, Yun, que quando você for enfrentar qualquer problema, pode contar comigo e com todos seus outros amigos também.

O sorriso de Yun fica cada vez mais forte com a frase de Aron. Ela assente, dando dois tapinhas no ombro do rapaz.

Yun - Obrigada Aron. Você é um amigo muito importante pra mim... e pensar que não faz muito tempo, eu não tinha ninguém assim. Agora que sei como é ter amigos, não entendo como conseguia suportar tudo antes... - Ela olha para baixo por algum tempo, mas depois volta a fitar o seu amigo, ainda sorrindo - Viu? Aprendi a usar os "tapinhas" que você sempre usava!

Aron sorri levemente, fitando a garota.
— Você é meio estranha, Yun. Mas eu acho suas peculiaridades adoráveis.
O garoto dá dois tapinhas na cabeça de sua amiga.
— Mas sim, você aprendeu a usá-los da maneira correta.
Então, ele solta uma risada baixa, meio satisfeito com o desfecho daquela conversa.

Yun sorri e então olha para o céu que já estava tornando-se escuro. Ela coloca as mãos na cintura, fazendo uma expressão pensativa.

Yun - Precisamos voltar para Luna. Eu parti tentando encontrar ajuda e acabei só desfalcando o time. Não sei se faria diferença, mas de qualquer forma... acredito que foi bom ter vindo. Sem isso, não teríamos encontrado a Mawari - Yun sorri para sua amiga - mas ainda devemos voltar para Luna.

Aron assente com a cabeça, confirmando.
— Sim, já demoramos demais por aqui. Mas foi por um bom motivo, estamos saindo daqui com a mente E o corpo limpos. Além de tudo, arranjamos uma ótima nova companheira, tenho certeza que todos gostarão da senhorita Mawari.

Yun - Com certeza!

Yun começa a caminhar, lançando mais um olhar para a residência daquele soldado. Ela para e faz mais uma reverência, para então voltar a seguir seu caminho, ao lado dos seus amigos, na direção do porto.

Yun - Como será que eles estão? Espero que estejam bem...

Aron olha para Yun, falando em um tom relaxado.
— Quando eu sai de Portus, eles estavam bem, só estavam terminando de descansar da pós-guerra, enquanto ajudavam a reconstruir a cidade. Fora isso, eles estava fisicamente bem.

Yun - Ah, que bom!

Fala ela com um tom de alívio na voz. Os três (Mawari bot) logo alcançam o porto de Marsivel, e se dirigem para o balcão.

Yun - Três passagens para Portus Luna, senhor - ela olha pra Aron - né?

Aron sorri, dizendo.
— Sim! Ah, e podem deixar que as passagens são por minha conta!
Enquanto falava isso, o garoto animadamente puxava sua pequena sacola de dinheiro.

O atendente abriu um sorriso para os viajantes e logo pegou três tickets, colocando-os sobre o balcão.

Atendente: Serão 30 talentos, promoção do dia!

Aron abre sua sacola e retira os 30 talentos da mesma, entregando para o atendente de forma animada.
— Mal posso esperar para ver como está a cidade. Provavelmente já está totalmente reparada.

Yun - Espero!

Disse animada enquanto entregava um ticket para Mawari, e pegava um para si. Ela começa a caminhar na direção do local de embarcação, e enquanto isso, lança um olhar à Aron.

Yun - Aliás, obrigada pela passagem.

Aron sorri, dizendo.
— Não precisa agradecer, somos amigos. É um prazer poder ajudar.
O garoto segue sua amiga, indo na direção do navio.

Os três finalmente embarcam no transporte, se locomovendo para Portus Luna, cujo porto já estava liberado para saídas e embarques. (inuted)

Após uma longa caminha desde Takem, Sieg finalmente chegou a Marsivel, ouvira boatos de que havia um grupo de caçadores em Eloz, que chegavam a aceitar até magos. Talvez seja um lugar bom para se viver, entre pessoas que aceitam o uso de magia pensou, porém viajar pelos ares naquelas condições lhe traria atenção indesejada, resolveu ir a pé até a capital e tentar ir como clandestino até o Oriente.

Tantos dias andando deixaram o rapaz de aparência mais velha, com cabelos maiores assim como a barba que crescera, também estava sujo, quem o visse agora diria que nunca tomara banho na vida.

Ao chegar adentrar a cidade, deu uma boa olhada ao redor e respirou fundo, um alívio finalmente ter chegado ao local, deu uma ultima mordiscada numa maçã que havia encontrado a poucos metros e a jogou para trás. Seguiu em direção ao aeroporto, mas sempre andando pelo sombra, não queria chamar atenção.

Chegando ao seu destino, o rapaz seguiu aos fundos do local, afim de que ninguém o visse, caso aparecesse um guarda, usaria sua técnica de ilusão para ficar na mesma cor da parede em que estivesse encostando. Sieg sabia o que fazer, pois conversou com um clandestino em uma taverna dias atrás, ele contou que o "ponto fraco" do galeão é o compartimento de carga, muitos iguais a ele fizeram o mesmo.

O mago esgueirou-se pelas paredes em silêncio, tentando não chamar o minimo de atenção se quer, nos fundos do aeroporto ele pode ver o galeão como fora informado, de fininho e abaixado ele entrou rapidamente no Compartimento, se esgueirou entre as caixas e procurou uma aberta, por sorte havia uma, o rapaz entrou e a fechou, assim esperando a oportunidade para sair.

Os trabalhadores que carregavam as mercadorias para o compartimento de carga sequer perceberem a presença de Siegmund, e assim, eles fecham a porta do compartimento, deixando o mago no inteiro da área de carga do navio.

Alguns minutos se passam, e por fim, o navio começa a se "mexer". Dessa forma, subindo aos ares. O seu destino? O oriente, mas especificamente a Confederação de Eloz.

Após vários dias de caminhada, finalmente me achava em Marsivel. E já não era sem tempo, pois o pouco dinheiro que minha mãe havia me dado já se esgotara.
   Enquanto adentrava a cidade via com atenção os mais diferentes tipos de pessoas se esbarrando pelas ruas. Apesar de eu vir de uma cidade grande como Ambelis, não estava preparado para ver algo como Marsivel. Os navios voadores que eu tanto admirava pela janela ao longe, em casa, passavam próximo dos telhados das casas indo na direção que fossem. Era uma cidade deslumbrante e cheia de novas descobertas esperando por mim.
  Fui seguindo então para o lugar de onde via maior movimento dos navios voadores. Afinal, como meu tio era dono de uma pequena companhia de comércio, alguém deveria conhecer ele por lá.

Narração

Mais uma vez, a cidade de Ylliria estava movimentada, frenética, fulgente. A cidade estava sob os vapores matinais das fábricas da cidade, e aonde se olhava via-se pessoas correndo, andando, vagando... o destino de cada uma era único e incerto.

Ainda que parecesse mais um dia normal numa cidade de ferro e aço, um dia onde a fuligem das fábricas subisse aos céus e as rodas das carruagens e automotores batucassem sobre o chão de pedra das ruas, havia algo de... diferente

Normalmente, haveriam vários navios voadores sobrevoando os céus Yllirianos de Marsivel, mas naquele dia... as coisas estavam mais... quietas?

Sim, quietas. Não uma quietude de um dia de domingo, não a quietude de um feriado... era uma quietude atípica... era o meio da semana, por que diabos não haviam tantos navios voadores pairando sobre a cidade? Afinal, estamos falando de Marsivel, a cidade onde, supostamente, teriam surgido os primeiros navios voadores, os primeiros núcleos de grávita.

O local onde Rayzekan se localizava, por sua vez, estava muito movimentado, e ao passo em que qualquer pessoa caminhava para o centro de uma suposta multidão que se formava no local, mais denso e calorento o local se tornava...

O que estaria acontecendo por ali?

A pessoa a qual Rayzekan indagara era um homem alto, de barba rala e de cabelos negros. Ele era alto e tinha o semblante cansado de um trabalhador de estaleiro, ou um operário das indústrias yllirianas.

Numa voz rouca e grave, o homem diz

Homem: as docas ficam nessa direção diz, apontando para a multidão para o sul de Marsivel

Quanto a outra indagação de Rayzekan... a voz do homem tornara-se mais forte, e uma espécie de "aura de nacionalismo" surgiu na fala do suposto operário

Homens: meu bom amigo, nós estamos aqui reunidos para clamar os nossos direitos como trabalhadores! fala, batendo a mão no peito você acha justo trabalhar por mais de 12 horas seguidas, sem direito a pausas remuneradas para almoço e lanche? Trabalhar em condições terríveis, enquanto vemos nossos amigos serem prensados, mortos, destroçados em máquinas gigantes sem podermos fazer nada? Sem que suas famílias não sejam indenizadas? Isso não é trabalho! É escravidão! fala, gritando

Ao ouvir seu brado, todo o povo que estava na multidão lança uma espécie de "grito de guerra", um bradar tão forte e estridente que atingiria a alma de qualquer ouvinte

Era possível ao longe, no centro da multidão, um homem de pé num palanque improvisado, feito de barris e caixotes de madeira.
Este homem, de uma barba cheia castanho-avermelhada, de olhos negros e de um cabelo castanho emaranhado que caia na altura de seus ombros, gritava, usando um aparato similar a um megafone que se conectava por fios de cobre a um motor improvisado de diesel e carvão.

O homem "liga" seu megafone improvisado, e grita sobre o mesmo, ecoando uma voz (distorcida pelo equipamento malfeito) sobre todo o cais

Homem do megafone: HOMENS E MULHERES! TRABALHADORES DE MARSIVEL, ESCUTAI O MEU CHAMADO!