Cidade de Areodh

Kirk acordara cedo naquele dia, o primeiro dia de aulas de todo o ano escolar. Seria o 9º ano de escolariedade na Escola de Magia de Areodh, mas mesmo assim não se cansava, apesar de ser solitário e não ter amigos. Saia de casa e atravessava a ponte principal de Areodh, que ligava os dois lados da cidade, refrescando-se com algumas gotas que caiam sobre ele, pois a cachoeira estava no meio, separando-as igualmente.

- "Está realmente muito calor hoje..." -dizia ele com um ar cansado. Fizesse sol ou chuva, para ele estava sempre calor. Talvez fosse pela sua natureza gelada, ou por causa da humidade que a cachoeira criava.
Chegando à escola, adentrava pela mesma, correndo e pulando sobre as bancadas da mesma. Todos o olhavam de lado, mas ele simplesmente ignorava. Chegava na sala de aula e sentavasse na sua cadeira, retirando da sua mala de couro os materiais necessários para a mesma. Logo posicionava o seu cajado encostado à parede, perto da porta de entrada e esperava o resto da classe chegar, juntamente com o professor.

E a classe se aprontava para a aula...

A turma não era numerosa... na verdade, era pequena (comparada a outras escolas "típicas"). Haviam doze carteiras na sala de aula, feitas de madeira e acolchoadas com algodão.

A sala não vem a ser detentora de muita decoração, mas era de chamar atenção como estava arrumada e limpa. Os azulejos estavam brilhando, refletindo a tênue luz que adentrava pelas janelas da sala.
Na frente da sala, havia um quadro negro, com uma mesa de madeira próxima a ele. Um giz, um livro e um caderno de anotações com uma caneta tinteiro sobre o mesmo são as únicas coisas que estavam sobre a távola.
No fundo da sala, havia uma pequena estante de livros, onde residiam alguns manuscritos e datilografados entre suas prateleiras de mogno. Na lateral da estante haviam algumas inscrições, numa bela caligrafia cursiva, em cyrag; o alfabeto corrente usado no idioma dos elfos do oriente, o Yiari.

Transliterando para o alfabeto do oriente, estava escrito na lateral da estante: "An soriel yee fáen, an fáen yee foriel" - traduzindo-a do yiari para o ândrico, temos: "saber é crescer, crescer é poder"

Quanto aos alunos... eles entravam. Alguns cansados, outros motivados, mas todos instigados e curiosos com o que aprenderiam naquele dia.
No entanto, nem todos ainda haviam chegado, considerando que faltavam ainda 20 minutos para a aula começar, seria de se esperar que mais estudantes chegassem.

Mas, ali viam eles:

Uma elfa, de cabelos ruivos curtos (na altura do ombro) adentrava na sala, seus olhos eram esverdeados, num tom semelhante a cor de uma esmeralda. Suas vestes eram simples, assim como seu penteado, mas era inegável sua "beleza plebeia".

A jovem elfa ruiva torna a se sentar no fundo da sala, ficando duas cadeiras atrás de Kirk.

Logo em seguida, um outro elfo adentra na sala. Seus cabelos eram longos (atingindo metade de suas costas) e castanhos como a cor da casca de uma noz. Seus olhos são detentores de um castanho-escuro, quase preto.
Suas vestes indicavam que o álfar pertencia a classe média de Areodh: uma camisa de linho, de tecido esverdeado, de gola curta e com mangas arregaçadas que atingiam os cotovelos. Suas calças eram de algodão, tingidas com uma cor marrom-castanho (semelhante aos seus cabelos). O elfo carregava um grosso livro (que deveria ter algo que caia na casa das 400 páginas) com capa dura de couro

Timidamente, o elfo põe-se a se sentar na cadeira mais próxima a porta, abrindo o livro, pondo-o sobre a mesa (com demasiado cuidado, evitando causar qualquer tipo de barulho) e, por fim, começa a lê-lo.

Por fim, mais um estudante chega. Dessa vez, uma wesci de cabelos ondulados, arroxeados como uma ametista recém-polida. Seus olhos são de um castanho-avermelhado, cor bem chamativa, porém, comum em sua raça.
Suas garras (que, vistas de longe, deveriam ter algo entre dois e três centímetros) estavam pintadas com um tom de azul-escuro, profundo e instigante.
Suas vestes eram simples, não tão simples como a elfa ruiva, mas não tem "classemedianas" quanto a do elfo. Ela trajava roupas comuns, mas de elegancia... uma "elegância humilde", por assim dizer

Rapidamente, após entrar na sala, a wesci põe-se a sentar, de maneira bem desleixada, na carteira que estava na frente de Kirk.

Kirk ouvia todos os seus colegas a entrar na sala. Logo se virava para trás, rodando cerca de 90º, com a os pés ao lado, tipico dele. Avistava uma linda menina.... parecia ser uma elfa, de cabelo escarlate bem arranjado e de olhos esverdeados...

- "Que linda..." - pensava, enquanto os seus claros olhos brilhavam. Mas era hora de estudar, e não de namorar! Logo se virava para a frente, colocando as mãos em posição vertical, com os dedos entrelaçados e colocando o seu queixo sobre eles. Os seus olhos refletiam a luz transmitida pelos vidros das janelas, a luz do sol, da natureza mais pura. O garoto era extrovertido, mas naquele momento algo se passou. Uma expressão confusa, mas ao mesmo tempo triste podia ser vista na sua cara.

- "Porque será que ninguem se senta perto de mim?... Será por eu ser frio?" - pensava tristemente para si só, enquanto tentava prestar atenção à aula...

Alguns minutos se passavam, e mais alunos chegavam na sala.

Um outro elfo, de cabelos lisos, porém, curtos e ruivos-escuros (como se tivessem sido "queimados") adentra na sala. Seus olhos eram esguios e azulados, como se estivessem "vasculhando" a sala, procurando por algo.

Suas vestes eram similares a do elfo de cabelos castanhos longos, apenas mudavam as cores (de marrom para preto e de verde para azul-escuro). O álfar não era detentor de uma estatura alta, mas exibia uma certa "elegância" no seu andar e na sua postura.
Carregando dois volumosos livros, ele senta-se ao lado da wesci.

Wesci: pensei que você não viesse hoje... diz a wesci, olhando para o álfar que se ajeitava na carteira da sala de aula

Elfo: eu também diz, abrindo um dos livros, folhando suas páginas aleatoriamente Trebhor ficou fulo da vida quando eu disse que tinha quebrado as ampolas da loja dele... dá um suspiro por pouco não fico de castigo...

Instigada, a wesci indaga:

Wesci: de onde eu venho, ir para a aula É um tipo de castigo... diz, rindo você é a primeira pessoa que eu vejo que fica triste por vir para a escola

Elfo: você não entenderia... dá de ombros vocês wescans nascem soltando bolas de fogo pelas mãos e movimentando objetos com o poder da mente! dá de ombros a magia entre os elfos é mais... "diluída", e eu busco toda sorte de conhecimento para entender melhor como ela funciona!

A wesci simplesmente dá de ombros, ajeitando-se na carteira, voltando a fitar o quadro negro (que estava... negro, sem nenhuma mácula de giz)

Quase que imediatamente após o término da fala do elfo, mais outro aluno adentra na sala... no entanto, este era um rosto novo aos olhos dos alunos: era uma eloziana

A eloziana era detentora de um rosto "redondo", assim como seus olhos, azulados como safiras. Seu cabelo, cacheado, caindo um pouco abaixo dos ombros, é branco como a cor do gelo, e sua pele é alva como marfim.
Ela vestia uma saia que caia um pouco abaixo dos joelhos, e uma blusa de lã de mangas longas (aparentemente, tecida a mão).
Na "ponta" suas orelhas triangulares (típicas da raça), estava um par de brincos de prata, reluzindo quando a jovem ilabônica passava pelo feixe de luz que entrava pela janela

Eloziana: ah... ahm... oi diz, timidamente

Um misto de sentimentos caiu sobre os alunos: uns ficaram surpresos por haver mais um eloziano estudando na escola, outros ficaram curiosos, afinal, era certeza que os únicos elozianos que moravam na cidade eram os da família Aravian...

Wesci: olá diz, erguendo a mão

Elfo: Môkhai Ilêndros diz, forçando um sotaque ilabônico por acaso eu falei certo? diz, sorrindo

Numa voz tímida e apreensiva, a eloziana diz ao elfo:

Eloziana: eu... não sei falar ilabônico diz, suspirando, como se estivesse decepcionada consigo mesmo

O elfo torna a ficar surpreso com a afirmação da moça de cabelos alvos, mas, ela não era a única. Kirk, por exemplo, por ter nascido em Areodh, não aprendera a falar a língua de seu povo. Aquilo era justificável, mas isso indicava que a eloziana não tinha nascido em Eloz.

Após falar, a eloziana torna a se sentar na carteira mais próxima da mesa do professor

Kirk olhava espantado para a elfa de cabelos ruivos, sentada a alguns metros atrás dele, mas para seu espanto, uma Eloziana entrava na sala. Ele deduziu que era eloziana pelos seus cabelos, olhos e cor da pele, e talvez as orelhas, que se assemelhavam com as dele. Os seus olhos brilharam e um sorriso tolo podia ser visto na cara do garoto.

- "Mas que?... Eu pensei que a única familia de Elozianos em Areodh eram os Aravian... O que se está passar?" - pensava confuso, enquanto tentava concentrar-se na classe. Mas era dificil! Era talvez, a garota mais linda que vira em toda a sua vida. Logo se levantava, em posição reta e nervoso e gagejante diz em direção à garota:

- "B-bom dia, faça favor... E já agora, como te chamas?" - dizia com um sorriso meigo, enquanto puxava de uma cadeira, perto da sua carteira, para ela se sentar. A sua pele fria logo começou a aquecer, assim como os seus sentimentos. Agora contemplava a bela garota, bem na frente dos seus olhos....

A eloziana senta-se na cadeira, tornando a ficar ao lado de Kirk.

De perto, podia-se ver quão azuis eram os olhos da eloziana. Não era um azul fosco e claro, como a maioria dos elozianos (ou das pessoas detentoras de olhos azuis) possuem. Aquele azul era um ciano forte, profundo e intenso, tal qual a gema de uma safira ou a polpa de um tenro sumo de mirtilo recém-colhido.

Elleanora: eu... eu me chamo Elleanora Loktys diz, virando o rosto para a direção do quadro negro mas pode me chamar de "Ellie", se você quiser...

A eloziana permanecia fitando o quadro negro, sem manter contato visual com Kirk

Alguns minutos mais se passaram, e mais outros dois alunos chegavam naquela sala.

O primeiro a abrir a porta era um elfo de cabelos amarelados-escuros (quase castanhos) que caem na altura de seu ombro. Seus olhos eram de um tom azul turquesa, algo bem incomum entre os elfos, mas corriqueiro entre os ilabônicos (especialmente aqueles que vivem no norte de Eloz, na região montanhosa da confederação).
Talvez, o elfo tivesse alguma descendência ilabônica, não o suficiente para ser caracterizado como "elfo-eloziano", mas o suficiente para que algum traço de suas origens ainda permanece sobre seu corpo

A julgar por seus trajes, era possível concluir que o elfo pertencia a alta-classe de Areodh. Suas roupas são elegantes (porém, não muito chamativas), seu sapato, de couro reluzente, exibe claramente seu status (mas são esdruxulamente). O álfar em questão é um elfo pertencente a nobreza Areodhiana.

Elfo: Olá, caros colegas diz, estendendo a mão, num sinal amistoso

A elfa ruiva que estava sentada no fundo estende a mão, no mesmo gesto que o elfo, assim como o elfo próximo a porta, que estava lendo sue livro.

O álfar nobre dá de ombros e põe-se a sentar próximo de Kirk e Eleanora

Elfo: Dheata Súme, Ilabhre! [Olá, Ilabons! - em Yiari] cumprimenta os dois elozianos, exibindo um sorriso ahm... suponho que vocês saibam falar Yiari, certo? diz, coçando atrás da cabeça, confuso quer dizer... se vocês não soubessem, não estariam aqui... não é...? fala, rindo de si mesmo, balançando a cabeça mas é claro que sabem, onde estava minha cabeça?

O elfo se ajeita na carteira, e fazendo uma reverência (ainda sentado), ele diz a dupla de ilabons

Ulissys: eu me chamo Ulissys Tewyndach, mas podem me chamar somente de "Uli".

Quase que imediatamente, após o elfo terminar de falar, mais uma pessoa adentra na sala. Para a surpresa de muitos, era um humano

O humano em questão é um jovem homem de cabelos negros como breu, e de olhos castanhos escuros. Sua pele é clara como a de um eloziano. Tais características indicam que o humano deve ter vindo de Schatzvel, já que é comum que o povo daquele país tenha pele muito clara e cabelo muito negro.

As vestes do humano eram típicas dos homens schátzios. Um terno amarelado vestido sobre uma camisa branca, uma calça de algodão escuro. Na sua face, estava um par de óculos de grau, de armação de cor preta.

Timidamente, o homem põe-se a sentar no fundo da sala, a três carteiras de distância da elfa de cabelos ruivos.

Ulissys: parece que temos um dos "filhos do ocidente" entre nós diz, sério, virado o rosto para o elfo que sentava-se no fundo, acenando para o mesmo

O humano, por sua vez, retribui o aceno, de maneira tímida e quieta.

O garoto evitava contacto direto com a Eloziana, Elleonora, que conhecera à pouco tempo. Logo ouvia a porta a abrir. "Mais um?..." - pensava, cansado da confusão que era gerada pelas várias palavras dos seus colegas. "Bom dia... Claro que sei falar Yiari, eu nasci aqui... Sou Kirk Aravian, muito prazer..." - dizia tentando disfarçar a sua fadiga pela classe e fazendo o mesmo gesto que o elfo lhe fizera. Kirk ouvia mais uma vez a porta de madeira velha abrir, mas desta vez não olhava para a mesma. Um humano adentrava e sentava-se no fundo da sala, deixando Kirk curioso... "Um humano? Mas existe de tudo nesta cidade?!" - pensava curioso, mas ao mesmo tempo revoltado, enquanto olhava para o quadro negro.

Após a entrada do aluno humano mais outros alunos chegaram, totalizando doze. Faltavam ainda trés minutos para a aula começar e o professor que iria ministrar a aula inaugural do ano letivo para a turma do Kirk ainda não tinha chegado...

Enquanto o tempo passava alguns alunos iam conversando entre si, aproveitando o tempo livre que tinham antes da aula começar. E o tempo foi passando até que o professor, um humano, finalmente abre a porta da sala e entra, dez minutos atrasado...

O professor era de estatura mediana com seus 1,67 metros de altura, tinha um corpo esguio. Seus cabelos eram castanhos com algumas mechas de grisalho, lisos e curtos jogados para trás da cabeça. Seu rosto era quadrado, possuidor de uma pele morena, seus olhos eram azuis claros, suas orelhas eram um pouco arredondadas, seu nariz possuía uma pequena saliência na parte de cima e apontava para baixo, seus lábios eram um pouco grossos e tinham algumas ranhuras, tinha uma barba mal feita da mesma cor do cabelo...

Ele vestia uma jaqueta de couro na cor marrom escuro, e por baixo uma camisa de linho branco de mangas compridas. Usava uma calça de linho na cor creme e calçava um sapato de couro preto...

Ao entrar, o professor olha para todos na sala com um olhar sério, mas tranquilo, sem dizer nada. Ele carregava consigo alguns papéis e dois livros, um grosso e outro mais fino embaixo de seus braços. O professor dirige-se até a mesa de madeira, coloca os livros e os papeis junto ao caderno de anotações.Ele pega o caderno, junto com a caneta tinteiro, o abre e diz...

Professor: Olá a todos e bem-vindos á escola de magia para aspirantes de Areodh, aqui vocês aprenderam um pouco sobre as artes arcanas, agora poderão entender melhor sobre as suas próprias aptidões arcanas! fala sereno olhando a sala em geral, fazendo um pausa no final Agora comecemos com as apresentações... me chamo Haimendal Thurusdeil e serei o seu professor de Introdução Arcana, agora me digam seus nomes e arte arcana que possui! ele então começa a apontar para os alunos, anotando seus nomes e poder arcano que possuíam...

Ele pergunta a cada um dos alunos, em ordem aleatória. Ele anota o nome da elfa ruiva, Brenna era seu nome e seu poder arcana era a Hidromancia, o elfo que estava lendo o livro grosso e chamava Harros e seu poder era Aeromancia, a wesci tinha como nome Celianna e era uma Piromante, o elfo de cabelos "queimados" se chamava Tamariel e era um Litomante, o elfo que se chamava Ulissys era um Piromante, o humano tinha como nome Jason e era um Naturalista, quando o professor ia perguntar á elozina que sentava ao lado do Kirk seu nome e poder arcano somente a olha fixamente e depois faz anotações no caderno, agora ele olha para Kirk e diz...

Professor: Nome e poder arcano... ele fica esperando a resposta do eloziano para continuar com as anotações...

O garoto ouvia a porta a ranger mais uma vez. Logo se virava e notava que mais alguns alunos entravam na sala, sentando-se perto dos colegas. Kirk revirava os olhos, num ar aborrecido, quando a porta mais uma vez é aberta. Vira a sua cabeça e vê que um adulto entrava na sala e logo, discretamente, o olhava o mesmo de cima abaixo, como que inspecionando aquela pessoa. Olhava-o friamente, pois notava que o mesmo não era da sua raça, mas sim um nascido do Ocidente. O professor começava a falar, mas o jovem mago, ignorava-o, olhando languemente pela janela, pensando na sua liberdade sendo presa, na escola, como acontecia com todos os outros alunos. Sentia-se um pássaro dentro de uma gaiola.
- "Ai ai..." - suspirava. Logo o professor olhava para Kirk, fazendo-lhe uma pergunta. 
- "Bom... eu chamo-me Kirk Aravian, da nobre familia de Areodh e sou um Hidromante." - dizia orgulhoso.

O professor olhou fixamente para Kirk, e depois voltou a perguntar aos restantes dos alunos seus respectivos nomes e habilidades arcanas...

Quando o último aluno respondera a sua pergunta, Haimendal fecha o caderno de anotações, colocando novamente onde estava junto com a caneta tinteiro e diz á todos...

Haimendal: Apresentações feitas, agora comecemos a aula! rapidamente pega um giz de cera e escreve no topo do quadro negro, na parte central a palavra "magia"...

Ele passa um tempo olhando para a palavra e depois vira-se diante dos alunos, apoia as costas sobre o quadro negro e fala á todos...

Haimendal: O que é magia?... De onde ela vem?... Alguém sabe responder?... Antes de mais nada, levante a mão caso queira responder ou pedir algo á mim! cruza os braços esperando pela resposta...

Kirk, após o professor proferir aquelas palavras, levantava a mão.
- "Hmm, a magia não é? Eu não sei a definição exata de magia, mas sei que ela me corre nas veias, faz parte do meu corpo, como qualquer outro membro. Talvez seja... uma força interior que só algumas pessoas possam controlar, ou talvez um milagre da natureza..." - dizia, confiante de si mesmo, num tom suave e audivel em direção ao professor.

Outros alunos haviam levantado a mão para responder, mas Kirk fora mais rápido e respondera primeiro...

Haimendal olha para o garoto e diz, ainda com os braços cruzados...

Haimendal: Er... não é bem isso que eu queria ouvir, mas visto que vocês são aspirantes nos assuntos arcanos não era de se esperar que vocês soubessem em detalhes ou de maneira formal a definição de magia... faz uma pausa, enquanto soltava um suspiro... Pois bem, magia se refere á capacidade de alguém poder dominar e/ou controlar os elementos naturais, animais, pessoas dentre outras coisas... essas pessoas através da psique, ou poder mental, canalizam seus pensamentos para poderem manifestar a sua vontade de diferentes formas. Essa capacidade só se manifesta através da hereditariedade, ou seja, magia é herança de sangue e quanto mais "puro" é o sangue, no caso, se as relações de parentesco acontecerem entre magos tanto a capacidade quanto a facilidade de manifestação da magia são melhorados! enquanto falava, Haimendal escrevia e desenhava sobre o quadro negro para facilitar a compreensão de todos...

Depois de um tempo escrevendo, desenhando e falando ele pára virando-se para a turma e diz...

Haimendal: Vocês entenderam?

Kirk, olhava espantado para o professor. Era demasiado sábio para a sua idade, ou assim pensava ele...
- "Sim, entendido!" - dizia convicto. Logo voltava a virar a cabeça para a janela, contemplando os pequenos pássaros que andavam por ali.

Os outros alunos assentiram com as cabeças, demonstrando que entenderam o que havia sido dito pelo professor...

Depois de perceber isso, Haimendal descruza os braços e diz á todos...

Haimendal: Outro fato importante que deve ser mencionado é que nem todos os habitantes de Cyphus são magos, de fato, os magos contam com uma pequena parte da população que vive em Cyphus. Então, pode-se dizer que, de certo modo, somos como você mesmo disse Kirk, um "milagre" da natureza! desenha no ar aspas duplas quando fala a palavra "milagre" indicando ironia...

Haimendal faz uma breve pausa soltando um longo suspiro, depois volta a falar...

Haimendal: Na verdade não sabemos se por sermos magos, somos abençoados ou amaldiçoados. Podemos dominar, moldar, controlar os elementos, outros seres vivos e até mesmo a própria mente mas o preço por isso está se mostrando caro de mais para pagar já que , devido á atitudes de poucos, somos caçados e taxados, por muitos, como elementos de desordem, aberrações da natureza e muitos outros adjetivos.Infelizmente os bons tem que pagar pelas ações dos maus, visto que, é por causa daqueles de nós que decidem tomar o caminho do vandalismo, latrocínio e até mesmo homicídio que todos nos veem como pessoas ruins e de má índole! faz uma pausa... Mas ainda bem que temos lugares como este aqui onde podemos nos refugiar e até mesmo viver com certa paz e assim aprender mais sobre as nossas capacidades arcanas e como diz aquela frase... aponta para cima da estante de livros, que ficava na parte do fundo da sala, onde estava escrito...




que traduzindo-a significa "saber é crescer, crescer é poder"! faz uma longa pausa, enquanto olhava para o chão um pouco abatido, depois ergue a cabeça e diz aos alunos...Então, o que vocês acham que irão aprender aqui? Quais são as suas expectativas?

Kirk sentia todas aquelas emoções negativas enquanto o professor lhe falava sobre a perseguição dos magos. Podia sentir a sua dor, a sua agonia e a sua angustia, sendo taxados e perseguidos até à morte, chamados de aberrações. Após uma longa pausa, o professor perguntara quais as suas expectativas e então, pensativo, o jovem mago respondia.
Kirk: Eu não sei o que irei aprender, afinal, a magia não é uma coisa simples de se entender, é bem complexa pelo que eu li em alguns livros daquela estante... dizia apontando os olhos à estante. O meu objetivo é simplesmente aprender a controlar esta energia, esta força que flui dentro de mim. dizia com um sorriso no rosto.

Haimendal sorri para o eloziano, e então indaga-lhe novamente:

Haimendal: antes de começarmos nossa aula de fato... gostaria de saber algo de vocês. Meus alunos. fala, estralando os dedos depois que aprenderem a usar como manipular a magia... o que vós fareis com ela? Digo... qual o objetivo de um mago aprender a magia, além de compreender a si mesmo?

Subitamente, um silêncio se instaurou no local. Os alunos começaram a trocar olhares, como se não soubesse responder a pergunta do professor.

Kirk olhava para os seus colegas, pensativo, sem saber o que dizer, quando uma resposta lhe veio à cabeça.
Kirk: Bem, eu acho que o objetivo do mago seria não causar estragos com os seus poderes, assim podendo controlá-los à sua vontade e talvez ajudar as pessoas mais necessitadas. disse, olhando para o lado. Eu acho que quando aprender a usar a magia, farei uso dela para ajudar as pessoas, seja fazendo coisas divertidas com a neve, seja aquecendo uma pequena borboleta dentro da geada (sim dentro da geada o calor é mantido lá dentro)... Mas bem, já estou a ficar chateado com tanta conversa... podemos passar à parte prática?. disse ele, já enfadado com aquela conversa toda.
As suas mãos agora assentavam na mesa, criando um pequeno floco de neve entre os seus dedos, que logo derretia com o calor que fazia na sala de aula.

Todos os alunos viram-se para Kirk, dando de ombros com a resposta do mesmo

Haimendal: bom... acho que nosso colega eloziano falou por todos, não? fala, cruzando os braços e sim... é hora de irmos para a prática... mas antes da prática, precisamos saber um pouco da teoria antes.

Haimendal recua alguns passos para trás, ficando encostado ao quadro-negro da sala. O homem retira uma pequena moeda de seu bolso, abre a palma de sua mão e põe-na sobre a mesma.

Haimendal: suponho que nenhum de vocês saiba a origem da magia, certo? diz, jogando a moeda no ar

No exato momento em que ele joga a moeda no ar, o homem abre a outra mão, estendendo-a no local onde a moeda (possivelmente) iria cair

Haimendal: n'outras palavras. A magia é o conjunto de forças que os magos conseguem manipular... estas forças veem do pensamento do próprio mago, é a energia mental gerada por todos nós... é a "força do pensamento", por assim dizer diz, fazendo a moeda (que caia) para no ar, impedindo-a de cair na outra mão estendida por hora, não vamos nos estender muito neste assunto... mas quero que cada um de vocês venha para frente realizar uma pequena demonstração de sua "força do pensamento". Quero que vocês mostrem o que sabem de suas capacidades fala, fazendo a moeda cair na sua mão, recuando mais um passo, para dar a deixa para que algum aluno viesse para frente

E assim, Haimendal espera, fitando a sala com um sorriso no rosto

Kirk levantava-se, com um sorriso maroto no rosto, enquanto andava para perto do professor, posicionando-se em frente a toda a turma. Logo começava a falar.
Kirk: Bem, isso foi imperssionante professor, mas... a minha demonstração será mais impercionante, desculpe... Para a minha demonstração preciso de uma cobaia, um alvo, alguém se oferece? logo um Ulissys se levantava e ia para perto de Kirk. Podes colocar-te ao meu lado, por favor, mas afasta-te um pouco. Logo Kirk se virava para o seu colega e com uma pinga de suor no rosto, continuava o seu discurso. O que vos trago hoje é uma técnica que sempre me divertiu, faço-a desde que tenho 7 anos. O jovem mago colocava uma mão sobre a outra e soprava por uma pequena abertura que tinha feito, entre as palmas das mãos. Uma bola de gelo se formava entre os seus dedos e, baixando a sua densidade, transformava-a e neve. Sorridente e bem disposto com sempre, atirou a bola contra o peito do seu colega, fazendo com que esta explodisse em centenas de pequenos flocos de neve, que se espalhavam pela sala. Logo fazia uma vénia, como agradecimento e voltava para a sua cadeira, onde esperaria ansioso pelas demonstrações dos outros.

Ao receber a bolada, Ulissys cai no chão (mais por um susto do que o efeito do impacto propriamente dito). Atordoado e surpreso com a neve que se espalhava pela sala, o elfo diz

Ulissys: acredito que agora seja minha vez... fala, se levantando, arregaçando as mangas da camisa.

Ulissys bate as palmas das mãos, criando uma pequena "explosão" de fagulhas. Ao abrir as mãos, o elfo havia criado um aro de fogo, que rodopiava em volta de seu próprio eixo, como uma roda.

Rapidamente, o elfo "joga" o aro em direção aos flocos que neve. No exato momento em que o aro encosta nos flocos, o mesmo se desfaz (assim como os flocos, que tornam a virar vapor).
É então que a sala inteira é tomada por uma pequena nuvem de vapor de água, que permeia o local como uma névoa.

Haimendal bate palmas com a apresentação de Kirk e Uli. Num sorriso estampado no rosto, o professor diz:

Haimendal: acho que temos alguns alunos prodígios aqui! diz, rindo congelamento, quebra de densidade, rotação de chamas e vaporização da neve, tudo isso numa única aula!? bate palmas novamente, num gesto quase involuntário acho que meu dia está feito!

Depois de conter sua euforia (seguindo de um leve pigarrear, para retomar ao tom de voz de antes) o humano pronuncia-se novamente

Haimendal: mas acho que ainda teria muitas surpresas hoje... afinal, ainda faltam os demais alunos! diz, pondo as mãos na cintura então, quem será o próximo?

Do fundo da sala, a elfa de cabelos ruivos levanta-se, e vai até o local onde Uli e Kirk estavam anteriormente

Brenna: Dheata Súme diz, fazendo uma reverência se não se importa, Sr. Thurusdeil, mas eu gostaria de chamar, novamente, o Sr. Aravian para cá novamente diz, esboçando um leve sorriso no rosto vi que ele é um hidromante, como eu, e creio que possamos fazer outra "apresentação" para ti. Claro, se você permitir

Haimendal num ávido sorriso assente com a cabeça, fazendo um gesto com a mão para convidar Kirk para ir novamente à frente da sala.

Kirk levantava-se de novo, indo para o pé da sua colega, nervoso como sempre.
Kirk: Bem, eu sou um hidromante... mas nunca experimentei em controlar água, sempre me especializei na formação do gelo, desde que era bem mais novo... ele falou, um pouco pessimista acerca da situação. Mas bem, eu poderia tentar... afinal, se eu consigo baixar a densidade do gelo para neve não deve ser dificil controlar um pouco de água não é? ele dá um leve sorriso para a colega e para a turma, mas ainda com algum pessimismo. E então, o que é susposto fazer-mos cara Brenna? ele olhava para ela, atento a qualquer coisa que dissesse.

Brenna olha para o rapaz, risonha, e diz...

Brenna: Eu quero que você dê trés passos para trás e assopre um vento gelado, bem de leve, em minha direção tudo bem? Tenho algo em mente, acho que irá impressionar todos vocês! a garota fica esperando pela resposta do rapaz...

Kirk olhava confuso para a sua colega, mas, numa tentativa de disfarçar o seu pessimismo, colocava as mãos sobre a boca, fazendo uma espécie de tubo com elas, por onde soprava, com todo o ar dos seus pulmões, um ár gélido e suave, que ia em direção a Brenna, assim como ela queria.

Todos na sala ficaram ansiosos com a declaração da Brenna, queriam saber o que ela estaria pensando em fazer que iria impressionar a todos...

Haimdenal fica fitando a garota, estava intrigando quanto aquela declaração, e espera pela apresentação dela...

Assim que Kirk começa a soprar o vento gélido, Brenna rapidamente revela um cantil, que ficava escondido em suas costas, e com um balançar de suas mãos de lá saem duas pequenas porções de água, que começam a bailar no ar, seguindo os movimentos da garota...

Nesse momento, todos na sala ficam impressionados com a habilidade da elfa ruiva e ficam hipnotizados com os movimentos que as porções de água faziam, seguindo-as com suas cabeças...

Percebendo que tinha atraído a atenção de todos, Brenna demonstra um sorriso de leve, e diz...

Brenna: Agora ficará mais interessante.... fala sorrindo olhando para o Kirk, fitando-o por um momento...

Depois de ter dito isso, a garota começa a fazer movimentos circulares com as mãos, e as porções de água repetem os gestos em sentidos opostos. Percebendo a aproximação do ar gélido, visto que com a diferença de temperatura entre o vento gelado e a sala quente dava para perceber um caminho esfumaçado, ela começa a "envolver" esse vento gelado com as porções de água e quando se tocavam, a água começava a congelar, endurecendo e assumindo a forma sólida...

Depois de um tempo rodopiando pelo ar "envolvendo" o vento gélido do Kirk, as porções de água tomam a forma de um pequeno globo de gelo, e dentro dele havia, em pequena quantidade, o restante do ar gélido soprado pelo Kirk...

Depois de feito isso, a elfa ruiva fala confiante e feliz...

Brenna: Valach! Contemplem, eu capturei o ar gelado do Kirk! fala entusiasmada esperando a reação dos outros...

Quando a garota termina sua apresentação todos na sala ficam de boca aberta, até mesmo Haimendal que estava esperando, uma estátua de congelada ou algo do tipo, coisa simples, mas não o encapsulamento do ar gelado do Kirk...

Depois de um tempo de silencio, todos na sala bateram palmas para ela congratulando-a. Haimendal não contem a surpresa e diz enquanto batia palmas...

Haimendal: MUITO BEM, MUITO BEM MESMO! fala exaltado Realmente isso estava fora das minhas expectativas, sem contar que o modo como manipulas a água é esplendoroso e até artístico! Vocês formariam um bela equipe... fala sorrindo...

Ao receber o elogio de todos, Brenna faz uma reverência e entrega a globo de gelo á Haimendal, esboçando um sorriso largo. Depois voltou á sua cadeira ainda sorridente...