Cidade de Findral

Edwyn olha para o rapaz por completo, da cabeça aos pés, e percebe imediatamente o esforço do rapaz em se mostrar da alta classe. Vendo isso, Edwyn solta uma risada de leve e diz...

Edwyn: Não querendo desmerecer você, mas mesmo com essa performasse não será o suficiente para lhe fazer ser um nobre. Meus senhores são muito respeitados na cidade e por estarem no alto sempre tem aqueles que querem vê-los cair, e qualquer rumor ou fofoca, mesmo os mais descabidos, iria causar grandes problemas para eles. Até mesmo a sua estadia, mesmo que momentânea, pode causar alguma má impressão mas irei falar com eles sobre você e o que aconteceu no caminho até agora, enquanto isso lhe deixarei em meus aposentos na parte destinada aos empregados espero que não se importe...

Edwyn assente com a cabeça, apontando para as janelas do andar superior do prédio

Edwyn: veja bem, existe um quarto localizado no andar superior do prédio que não é usado por ninguém. Ele é como um sótão, só é usado para guardar a quinquilharia dos meus senhores dá um sorriso eles não vão saber que você está na casa se você entrar pela janela e ficar por lá. E acho que, mesmo que soubessem, eles não se importariam muito, afinal, a coisa mais útil que você vai encontrar por lá são fotos velhas de família e com alguma sorte, um rádio quebrado

Edwyn começa a andar em direção a porta da residência dos Thorne, e enquanto caminhava, ele fala a Oliver

Edwyn: tente subir pela janela usando as grades próximas ao muro da casa. fala, indicando as direções quando estiver lá encima, caminhe até uma porta com parapeito de cor branca e janela empoeirada, é esse o quarto das quinquilharias. fala, se aproximando da porta quando terminar de falar com meus senhores, far-te-ei uma visita!

Levanto meu queixo fixando minha visão para a janela citada alguns segundos antes, estico meus dedos efetuando um estralar com meus indicadores, flexiono joelhos ignorando tudo ao meu redor e simplesmente me lembrando de meus treinamentos passados, Oliver após deixar seu mestre teve de aprender a sobreviver sozinho, e junto de sua sobrevivência teve de aprender a roubar, fugir, escalar, manusear armas de fogo e que possivelmente lhe ajudariam em ultimo caso uma batalha corporal, de curto alcance, e aparentemente aquilo não estava sendo útil só para seus afazeres comuns, como agora. 

- Estou pronto, até alguns minutos.


Despertei um sorriso para meu parceiro, impulsionei meus pés até as grades que Edwyn havia citado, agarro as mesmas com ambos palmos escalando-as facilmente e logo em seguida impulsionando-se entre as outras grades por ali, se aproximo da janela agarrando na margem da mesma, me sinto desequilibrado por alguns segundos até voltar a uma posição ereta, utilizo a parede a minha frente como apoio para escalar a janela.


- Consegui ! 


La estava eu, morto de cansaço mais havia conseguido, fixo meu corpo na parede por alguns segundos até conseguir me recompor, caminho em passos curtos até a porta que Edwyn havia citado, abro a mesma identificando o quarto das quinquilharias.

O interior do quarto das quinquilharias estava um verdadeiro "inferninho" de desarrumado.

Podia-se ver naquele quarto: um candelabro enfiado na parede, pedaços de cortina enrolados num lustre (quebrado) que estava preso no teto por uma corrente muito suspeita, caixotes e mais caixotes de qualquer-coisa-menos-útil, adereços de cozinha espalhados pelo chão (como panelas, espátulas, escumadeiras e potes de metal), brincos e colares (nenhum deles mais valioso que uma moeda de 10 talentos), livros empoeirados, um instrumento de cordas quebrado (jogado sobre uma estante velha de madeira), pedaços de alguma máquina velha, "restos mortais" de um rádio, decorações de navio voador...

O quarto inteiro exalava um cheiro forte de latão, mofo e poeira. Talvez o único tipo de ser vivo capaz de "sobreviver" àquele "ambiente hostil" fossem traças, mariposas e Oliver.

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Enquanto isso, no andar de baixo.

Finalmente, Edwyn havia adentrado no casarão dos Thorne. Ao entrar na casa, ele percebera que nenhum de seus senhores, ou outro empregado, estava no salão principal (o primeiro cômodo ao entrar na casa pelo portão principal).

Edwyn: pela trindade... será que eles já foram dormir? diz Edwyn, levando a mão ao queixo nossa... será que demorei tanto assim?

Edwyn vira o rosto para um grande relógio de pêndulo, que ficava próximo a entrada do salão. Estava marcando oito horas e sete minutos.

Edwyn: oito e sete... diz, instigado geralmente eles só vão dormir depois das dez... o que será que aconteceu? fala, continuando a andar pela casa

Subitamente, enquanto o homem caminhava pela casa, ele se depara com uma das empregadas da família: a cozinheira

A chef de cozinha traja uma roupa branca com adereços alaranjados. Seus cabelos ruivos estavam bagunçados ao passo que ela andava apressada pela casa, com uma feição tão confusa quanto a de Edwyn

Cozinheira: Edwyn! diz a cozinheira, quando se depara com Edwyn finalmente, achei outra alma viva nessa casa!

O homem fica curioso com a afirmação da cozinheira. Quase que imediatamente após a mesma terminar a frase, Edwyn pergunta:

Edwyn: como assim "outra alma viva"?

Cozinheira: eu cheguei há mais ou menos umas duas horas, para preparar o jantar para nossos senhores fala, com um tom de desapontamento na voz eu ia preparar um verdadeiro banquete hoje. Eu até fui no mercado da cidade para comprar o javali para a refeição de hoje a noite... dá de ombros mas quando cheguei aqui, eu não encontrei quase ninguém.

Edwyn arqueia a sobrancelha, perguntando novamente

Edwyn: como assim, quase ninguém? O que aconteceu?

Cozinheira: eu não sei! fala, batendo o pé no chão, num movimento brusco que bagunça ainda mais seus cabelos dos funcionários, eu só encontrei o Lewis e a Gabby, todo os demais empregados desapareceram!

Edwyn: espera, e os Thorne!? Eles sumiram também? diz, assustado

Cozinheira: sim, todos, à exceção dos gêmeos que ainda estão dormindo, eu não encontrei nenhum Thorne quando cheguei aqui!

Aquele lugar era uma bagunça, aquele enorme candelabro pendurado na parede ao meu lado me assustava, puxei um isqueiro que estava encima de uma estante ao meu lado direito, acendi as velas do candelabro fazendo com que através da luz que o mesmo emitia fosse revelado o restante do quarto, aquilo era pior que eu imaginava! Havia um enorme pedaço de cortina rasgado em um lustre aos pedaços, caixas com acessórios inúteis, uma manifestação enorme de objetos de cozinha, bijuterias baratas, livros que pouco me interessei pela maioria, restos quebrados de máquinas e rádios e uma decoração de péssimo gosto de alguns navios voadores, que sinceramente não era nada confortável para alguém que odiava voar como Oliver, além disto havia um empunhado de insetos no canto da parede, não que eu não goste de insetos, alías, tenho uma familia deles, porem todo mundo se incomoda com mariposas e traças, aqueles bichos são nojentos! Não?

Tentei ignorar aquele lugar imundo, caminhei lentamente naquele lugar minusculo, dei meia volta, Edwyn estava de sacanagem comigo, não que eu não tivesse gostado, eu já havia dormido em lugares piores, eu já havia dormido no meio do esgoto enquanto pingava um monte de merda em minha cara com um péssimo cheiro de mendigos e drogados, porem mesmo assim aquele lugar era horrível para uma mansão como aquela, no minimo eu deveria ter alguma cama.

Eu já estava saindo da porta quando me recordo, deis de que encontrei Edwyn eu não havia parado nenhum momento para me recordar de Asra, era graças a ele que eu ainda estava ali, de pé em todos momentos, era graças a ele que eu nunca desistia, independentemente do que ocorria ele sempre estava ali em minha mente, em minha fé, e eu sempre acreditava que la estava ele, lutando por mim!E de algum jeito, eu deveria agradece-lo, este era o principal motivo para que todos os dias eu me levantasse e continuasse com minha aventura, eu deveria fazer justiça com minhas mãos mesmo que para isto o sangue de meus amigos fossem jorrados, mesmo que para isto eu tivesse que decepar toda minha família, eu sabia que tudo aquilo iria me favorecer e que algum dia quando eu finalmente estivesse acabado eu me tornaria o que eu realmente quero, eu lutaria com Asra, eu seria como um verdadeiro 'Anjo', pelo menos era isto que eu pensava.

- Asra... --------


Minhas palavras se cessaram ali, fiquei por mais alguns minutos parado em frente a porta, meus labios simplesmente cerravam-se enquanto citava pequenas orações em minha mente, após finaliza-las levanto um cordão que estava em meu bolso esquerdo até meus labios, o mesmo havia a imagem de Asra em sua ponta, beijo o objeto guardando novamente em meu bolso, após isto me direciono até o primeiro Andar onde provavelmente estava Edwyn.


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- Edwyn ? 

Edwyn vira-se para Oliver e percebe que o elfo já havia decido do "sótão" da casa

Edwyn: aí você está... diz, soltando um suspiro pode vir descendo, os Thorne não estão em casa

Olho para Edwyn com uma cara enrugada, viro meu pescoço de lado se mostrando um pouco bravo.

- Grande amigo você em? Grande amigo! Não tinha nenhum lugar para me por não? Eu amaria ter uma cama para dormir.


Noto a cara de preocupado de Edwyn, cesso o assunto se aproximando do mesmo.


- Aconteceu alguma coisa? por que seus senhores não estão em casa? 

Edwyn dá de ombros, apreensivo

Edwyn: não faço idéia. Eu acabei de chegar aqui, mas eles não estão em lugar nenhum... até mesmo os empregados da casa sumiram

A cozinheira de relance, indaga a Edwyn, preocupada

Cozinheira: ahm... Edwyn, quem é esse aí? diz, se aproximando de Edwyn

Edwyn: Ele é um amigo meu, Amanda. Apesar de parecer, eles não é nenhum ladrão ou psicopata... é só um elfo que fez companhia de viagem comigo, e que não tem lugar onde dormir por aqui em Findral

Edwyn solta um suspiro de preocupação com a pergunta de Oliver, respondendo-a

Edwyn: aí que está Oliver. Isso NUNCA aconteceu antes diz, dando uma ênfase notória na palavra "nunca"

O olhar de preocupação de Edwyn era evidente. Se alguma coisa tinha acontecido com seus senhores, ele seria o culpado. O homem é o guardião da casa dos Thorne, é o dever dele proteger sua família suserana.

Edwyn: Oliver, gostaria que você me ajudasse. Se algo de errado acontecer com meus senhores, a culpa será minha por não ter agido corretamente como guardião.

Meus punhos se fechavam aos poucos forçando ficar aparente as veias por todo o meu braço, levanto meu queixo olhando para Edwyn.

Dou um passo a frente enquanto minhas palavras soavam até os ouvidos de Edwyn.  - Se é tão preocupante assim, estou de saída, acho melhor que fique aqui para caso eles retornem.
= Volto até o meu quarto, pego a cachopa com os insetos. =

Edwyn cruza os braços e indaga a Oliver

Edwyn: então... você vai me ajudar? diz, arqueando a sobrancelha

Com a cachopa em mãos deixo que um pequeno sorriso escapasse de meus labios, respondo-o com meu punho esquerdo em meu peito.


- Sim! E devo ir logo, antes que eu me arrependa.

Edwyn assente com a cabeça, dizendo a Oliver

Edwyn: tente procurar nos arredores da cidade... talvez haja algum traço deles... fala, cruzando os braços e tenha cuidado, Oliver...

Indago-o rapidamente interrompendo as palavras de Edwyn.

- Pode contar comigo, Edwyn.

Me retiro pela porta com um pequeno sorriso sobreposto em minha face, eu estava determinado em cumprir com meu objetivo.

No interior da residência dos Thorne

Edwyn: pois bem... parece que vamos ter que vasculhar a casa melhor... eles não podem ter saído sem ao menos terem deixado um aviso...

Amanda (a cozinheira): e se esse não for o caso...?

Edwyn arqueia a sobrancelha, olhando para Amanda, instigado

Edwyn: você acha que os Thorne foram...

Amanda: raptados? diz, interrompendo Edwyn por qual outra razão os Thorne desapareceriam do nada, sem deixar avisos ou rastros? Eu tenho certeza que isso aconteceu com eles

Edwyn: você não acha que é fantasioso demais uma família INTEIRA desaparecer, sem mais nem menos? fala, cruzando os braços sem falar que os Thorne não são indefesos. Martin sabe como lutar com uma rapieira muito bem, e Lylian não é uma "donzela indefesa" como muitos pensam. Já vi a garota atirando com um rifle, e devo dizer, ela atira melhor do que eu!

A cozinheira solta um suspiro ao ouvir as palavras de Edwyn. Enquanto ela ajeitava seus curtos cabelos ruivos, palavras de temor e apreensão saiam da boca da garota

Amanda: se os Thorne sabem se defender tão bem - como você diz - por que razão eles te contratariam como guardião da casa?

Edwyn põe-se a ficar calado por alguns instantes, sem saber o que responder... afinal de contas, Amanda estava certa.

Edwyn: talvez seja verdade...

Corro em grande velocidade por Findral, percorro os arredores da cidade atrás de alguma pista da presença dos senhores de Edwyn, pessoas nobres, bem arrumadas e vestidas, não seria tão difícil reconhece-los caso desse de cara com alguém como eles, só o que me restava agora era procura-los.

-Continuei a caminhar pelo asfalto da pequena cidade.-

Continuei caminhando pelas ruas de Findral, esbarrei por cuidado no ombro de Francis, cambaleei resmugando para o homem. -Não olha para onde anda?


Segui em frente ignorando-o, após tanto vasculhar as ruas que eu passava ao meu lado decido dar uma olhada nos arredores/floresta, se eu fosse um sequestrador provavelmente levaria minhas presas para aquele lugar.

Sinto o impacto do ombro de Oliver sobre o meu, tropeço graças ao 'garoto' que corria ignorando a minha presença por ali, noto que o mesmo era novo por Findral já que nunca havia visto-o por ali e dificilmente as pessoas são reservadas naquela pequena cidade, noto também a sua face de preocupação, provavelmente estava procurando algo ou alguém e por mais que eu não tivesse nada com aquilo eu me interessei, o dia estava sendo um saco e pior ainda seria se eu ficasse perambulando nas ruas de Findral, aproveitei o embalo do 'civil' seguindo-o tendo que parar algumas vezes para se esconder sua presença, ao se aproximar dos arredores de Findral escalo uma das arvores utilizando seus galhos e cipos para atravessa-las uma por uma até chegar no local que o garoto desesperado vinhe-se a parar.

Finalmente havia chegado nos arredores de Findral, após tanto vasculhar a cidade não me restava muitas escolhas além daquele lugar, sem contar que meu corpo já não iria aguentar muito tempo correndo, não que eu estivesse tão cansado porem eu precisava armazenar energia para quando fosse de encontro com meus oponentes.

- Eu não sei o que aconteceu, só sei que não foi coisa muito boa, e caso eu descubra e encontre as pessoas que estão fazendo isto com os senhores de Edwyn! irei mata-los, estupra-los e acabar com a raça de cada um que tenha tentado tocar nos senhores de meu amigo, eles são especiais para Edwyn e eu preciso ajudar o meu parceiro, mesmo que para isto eu tenha de sacrificar minha vida.

Meu corpo percorria por toda a região, por alguns segundos tive o leve sentimento de estar sendo perseguido, deixei aquilo de lado e continuei seguindo meu caminho tendo de parar algumas vezes para gritar pelos Thorne.

Não muito longe dali, esgueirando-se entre as árvores, podia-se ver a silhueta de algumas pessoas. Pelo pouco que podia-se ver, estas pessoas estavam vestindo algum tipo de manto muito grosso, com, talvez, algum capuz cobrindo (até) metade da face.

Era possível (mesmo que com dificuldade) ouvir a voz daqueles que falavam debaixo do capuz

Encapuzado: então... pelo visto, conseguimos pegar todos, certo?

Um outro encapuzado assente com a cabeça, falando numa voz rouca:

Encapuzado 2: sim... mas que fique claro o que eu disse: não machuquem-nos, não faça nada de "ruim" a eles... temos que deixar nossa mercadoria intacta... diz, dando uma risada baixa